O tigre dentes-de-sabre: o felino mais temível
Escrito e verificado por o biólogo Samuel Sanchez
O tigre dentes-de-sabre é um animal majestoso. Com suas presas espetaculares e sua habilidade para a caça, ele dominava os ecossistemas em que vivia. Esse predador, considerado o maior e mais poderoso felino da história, habitou o continente americano até cerca de onze mil anos atrás. A seguir, vamos explicar as características mais importantes desse animal espetacular.
A arma certeira de um caçador temível
O tigre dentes-de-sabre não se trata de uma única espécie, e sim de três, pertencentes ao gênero Smilodon. Os machos podiam atingir 300 kg de peso, sendo o maior felino que já existiu.
A principal característica desse animal eram suas presas espetaculares. Essa estrutura se destacava pelo tamanho (até 18 centímetros) e função que exercia. Vamos mostrar alguns dados fascinantes sobre essa máquina de caça:
- Esse par de armas servia aos tigres para caçar presas grandes, tais como os mamutes, nos quais eram especializados.
- A forma de caçar tigres dentes-de-sabre era muito diferente da utilizada pelos felinos atualmente, que matam as presas por meio de uma lenta asfixia. Em vez disso, os Smilodons usavam os dentes para cortar as artérias do pescoço de suas presas, matando-as rapidamente.
- No entanto, esses dentes tinham um ponto fraco: quebravam-se facilmente por causa do seu comprimento e formato.
- Os tigres dentes-de-sabre podiam abrir a boca para morder em um ângulo de até 120 graus. O leão atual, por exemplo, atinge apenas 65 graus.
- Outras adaptações apresentadas por esses tigres eram suas poderosas patas traseiras, que serviam para caçar presas muito grandes, como os mamutes. Para isso, eles usavam toda a sua potência muscular para pular sobre a presa e atacar o pescoço.
Comportamento e habitat
Acredita-se que os tigres dentes-de-sabre vivessem em grupos, embora isso seja algo incerto. Isso seria comprovado por alguns fósseis que mostram feridas em processo de cicatrização, sugerindo cuidados por parte de outros tigres.
Esses grupos sociais seriam constituídos por um ou dois machos dominantes e várias fêmeas com os seus filhotes. Quanto aos filhotes, acredita-se que eles não desenvolviam os dentes-de-sabre até atingir uma certa idade. Por isso, eles seriam forçados a permanecer no grupo para que fossem alimentados pelos adultos.
Possíveis causas de sua extinção
Mudança climática e desaparecimento das presas
O tigre dentes-de-sabre viveu no Pleistoceno, uma época mais fria e seca do que a atual. Nessa época, as geleiras cobriam grande parte da Eurásia e da América do Norte, até os Grandes Lagos. Ao sul desses lugares, o ecossistema dominante eram as pradarias cobertas por pequenos arbustos.
Nesse habitat, desenvolveram-se animais tão icônicos quanto os mamutes e outros grandes mamíferos que os Smilodons atacavam.
Há cerca de 13.000 anos, teve início um espetacular aumento das temperaturas que transformou totalmente os ecossistemas, favorecendo as árvores em detrimento das pradarias. Isso causou uma extinção em massa de grandes animais, tais como mamutes ou veados gigantes, ambos caçados pelo tigre dentes-de-sabre.
Alguns autores apontam que a especialização em presas tão grandes foi o que causou o seu desaparecimento. Uma vez que tinham uma constituição tão robusta, eles tiveram dificuldade para se adaptar a um mundo onde as presas eram muito menores. No final, pouco a pouco foram ficando sem comida, o que apressou o processo de extinção.
“Eles se extinguiram justamente por serem tão especializados em caçar grandes presas. A extinção da megafauna foi a razão do desaparecimento dos dentes-de-sabre, assim como dos ursos gigantes.”
Paul Palmqvist, paleontólogo da Universidade de Málaga.
A caça por seres humanos.
Muitos outros paleontólogos especulam que a expansão do Homo Sapiens foi a causa da extinção dos tigres dentes-de-sabre. De acordo com um estudo, 80% dos grandes mamíferos da América do Norte foram extintos logo após a chegada dos humanos ao continente. Assim, os tigres dentes-de-sabre teriam sucumbido por causa da falta de presas, e não pela caça direta por parte do homem.
Em conclusão, não podemos garantir a causa da extinção desse majestoso animal, mas podemos nos maravilhar diante de um dos maiores predadores de todos os tempos através da reconstrução do seu registro fóssil.
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Anthony D. Barnosky, Paul L. Koch, Robert S. Feranec, Scott L. Wing, Alan B. Shabel. «Assessing the Causes of Late Pleistocene Extinctions on the Continents». Science 306 (5693): 70-75.
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