Você sabia que as Ilhas Canárias têm sua própria mamangava?
Escrito e verificado por a bióloga Georgelin Espinoza Medina
As Ilhas Canárias são um arquipélago espanhol com uma área total de 7.447 quilómetros quadrados e constituído por 7 ilhas principais e vários ilhéus. Possui uma grande diversidade de organismos, mais de 17.000 espécies terrestres e cerca de 7.760 espécies marinhas. Apresenta também muitos seres autóctones, ou seja, espécimes que habitam apenas aquele espaço geográfico. Assim, é interessante saber que as Ilhas Canárias têm a sua própria mamangava.
Este inseto é chamado a nível científico de Bombus terrestris canariensis, por isso é uma subespécie da mamangava-de-cauda-amarela-clara, embora existam especialistas que o consideram uma espécie separada. Se você ficou intrigado com a sua existência, continue a leitura para conhecer este exemplar tão particular, sem ter de se deslocar até ao arquipélago das Ilhas Canárias.
Onde vive a mamangava das Ilhas Canárias?
Embora já tenhamos afirmado que esta é uma espécie endêmica do arquipélago, é necessário saber que não se encontra em todo o território, embora cubra grande parte dele. Desta forma, está distribuída por quase todas as ilhas maiores (El Hierro, La Palma, La Gomera, Tenerife e Gran Canaria), embora não esteja presente em Lanzarote. Em Fuerteventura foi introduzida artificialmente para a polinização de algumas culturas, como o tomate.
Características da mamangava endêmica das Ilhas Canárias
A mamangava é um animal que pertence ao grupo dos artrópodes. Em particular, é incluída no grupo dos insetos, na ordem Hymenoptera e na família Apidae, com as abelhas. Apresenta um corpo robusto, largo e peludo, já que são cobertas por cerdas longas e compactas.
Elas são de cor preta, mas são facilmente distinguidas pela presença de uma faixa branca no final do abdômen. Além disso, os machos possuem um colarinho de pelos, entre amarelo a avermelhado, no segundo segmento do dorso.
As mamangavas das Ilhas Canárias são insetos sociais, assim como outros tipos de himenópteros. Dessa forma, existem membros com diferentes funções dentro da colônia. Em particular, temos as rainhas que se encarregam de pôr os ovos, as operárias que mantêm e alimentam os filhotes e os machos ou zangões que são úteis para a reprodução.
As castas possuem tamanhos variados. As rainhas são as maiores, com medidas entre 20 e 23 milímetros de comprimento, seguidas dos machos que chegam a medir até 17 milímetros. Por fim, os menores exemplares são os operários, medido de 14 a 16 milímetros.
Da mesma forma, é preciso saber que os machos ou zangões não possuem ferrão no corpo.
Alimentação
Este animal alimenta-se de néctar e pólen, sendo de grande importância como polinizador de vários tipos de plantas com flores. É generalista, o que significa que não tem preferência por nenhuma espécie em particular.
Ciclo de vida
Os zangões têm uma vida efêmera, pois têm um ciclo anual. Começa com a cópula das rainhas jovens com os machos, depois que se tornam adultos. Durante o outono, as rainhas se dispersam e consomem alimentos em quantidades adequadas, pois se preparam para hibernar em um local calmo e seco. É a única casta que pode entrar neste processo.
Após o período de dormência, quando a temperatura do solo aumenta com a chegada da primavera, as rainhas saem e se preparam para o desenvolvimento dos ovos. Além disso, elas procuram um local adequado no terreno para construir a sua colmeia e pôr os ovos.
Dos primeiros ovos surgem as operárias que são alimentadas e cuidadas pela rainha. Quando conseguem se tornar adultas, elas assumem as tarefas de manutenção da colônia, para que a rainha se dedique aos ovos.
Na fase final da vida da colmeia é que surgem outras rainhas e os machos da colmeia, estes sendo produto de ovos não fertilizados, ao contrário das fêmeas.
A rainha morre no final do verão. As jovens e os machos se reproduzem quando se tornam adultos. Desta forma, o ciclo recomeça e a rainha se prepara para hibernar.
Inimigos naturais
Como o resto dos animais, as mamangavas têm inimigos naturais, que podem ser de vários tipos. Entre eles temos aranhas, besouros, mosquitos, fungos e outros. Um parasita estudado é o ácaro Parasitellus fucorum, que utiliza a rainha como meio de transporte. Assim, em uma pesquisa realizada em Tenerife, 15 rainhas de 173 coletadas (8,7%) foram encontradas com esses ácaros em seus corpos.
A importância da mamangava das Ilhas Canárias
Esses espécimes aparecem nas listas do catálogo de espécies protegidas das Ilhas Canárias, mas não porque estão em perigo, e sim porque são consideradas espécies de interesse para os ecossistemas. Tudo graças à importância vital que têm como polinizadores de plantas com flores presentes no arquipélago.
Além disso, graças a esse papel polinizador, também se destacou seu papel relevante na agricultura, pois gera vantagens no rendimento e na qualidade de cultivos de diferentes espécies. Entre eles temos o tomate e outros vegetais e frutas.
Em resumo, você já sabe que as Ilhas Canárias têm a sua própria mamangava, um inseto endêmico muito importante para a polinização de diferentes tipos de plantas com flores. Além disso, é um espécime fundamental para o ecossistema. Não importa sua aparência ou seu tamanho, e sim sua utilidade.
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