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A domesticação da ovelha

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A domesticação da ovelha teve sua origem na Mesopotâmia, por volta do ano 11.000 a.C.
A domesticação da ovelha
Eugenio Fernández Suárez

Escrito e verificado por o veterinário Eugenio Fernández Suárez

Última atualização: 21 dezembro, 2022

A domesticação da ovelha foi uma das primeiras a acontecer, e sua história tem mais de 13 mil anos. Sem dúvidas, essa é uma das espécies com as quais estivemos ligados durante toda nossa trajetória. Vale a pena conhecer essa história.

Assim como em outros casos de domesticação de animais, acredita-se que esse processo modificou as ovelhas enormemente.

Inclusive, esse processo pode ter mudado algumas de suas habilidades mentais, como o fato de que as ovelhas reconhecem as pessoas.

A domesticação da ovelha na Ásia

A domesticação da ovelha começou na Mesopotâmia, por volta do ano 11.000 a.C. Acredita-se que o ancestral dessa espécie é o muflão asiático, ainda que possa ter sido outras espécies, como o carneiro da montanha ou o urial (carneiro selvagem). Essas espécies têm um número diferente de cromossomos.

Esses animais seguramente foram criados, a princípio, como fonte de alimento. No entanto, sua seleção começou há 8.000 anos, quando já estavam sendo utilizados para obter lã. No entanto, foi só três mil anos depois que começou-se a tecer roupas com essa lã.

A lã foi vital para a expansão do ser humano, já que as roupas com esse material nos permitiram chegar a lugares mais frios.

Na Idade do Bronze, já existiam ovelhas muito parecidas com as atuais. Nessa época, era comum encontrá-las em muitos lugares do planeta.

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A domesticação da ovelha na África e na Europa

Ainda que o início da domesticação da ovelha tenha sido na Ásia, seguramente esses animais chegaram, através do Sinai, ao continente africano. Assim, no Antigo Egito, essa espécie já existia.

De fato, algumas pessoas acreditam que a ovelha pode ter uma origem paralela na África, ainda que isso seja pouco provável.

As ovelhas também chegaram cedo à Europa. Durante o Período Neolítico, na França, já existia esse tipo de criação. Gregos e romanos dependiam das ovelhas em grande escala. Atribui-se a esse fato a extensão do animal no Velho Continente.

Na Idade Média, a Espanha ganhou importância na ovinocultura. Isso se deve, em parte, ao surgimento da ovelha merino, com uma lã de muita qualidade, que financiou o império em grande medida.

Daí vem a existência das primeiras associações de criadores de ovelha, a Mesta, que realizou a transumância (migração) com dois milhões de ovelhas fêmeas.

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As ovelhas na idade moderna

O poder dessa raça no império espanhol fez com que ela chegasse à América na segunda viagem de Colombo. Nesse continente, essa espécie não foi domesticada.

Acredita-se que a primeira raça a chegar no continente americano tenha sido a churra. De fato, os índios navajos têm uma variedade descendente desses animais. Na Austrália, a espécie também não foi domesticada, e o animal só chegou no país no fim do século 18.

Enquanto isso, centenas de novas raças surgiram a partir das primeiras ovelhas que compartilharam suas vidas com o homem. A seleção desses animais continuou, e algumas pessoas estão propondo inclusive a criação de super-ovelhas com os últimos avanços da genética.

Hoje em dia, a ovelha é uma das espécies que mais dependem do ser humano para subsistir. Da mesma forma, o processo de domesticação da ovelha fez com esses pequenos ruminantes se tornassem totalmente dependentes do homem para sobreviver.

Por isso, devemos muito respeito a esses animais, já que sem eles, provavelmente, a história do homem seria muito diferente.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


Pedrosa, S., Uzun, M., Arranz, J. J., Gutiérrez-Gil, B., San Primitivo, F., & Bayón, Y. (2005). Evidence of three maternal lineages in Near Eastern sheep supporting multiple domestication events. Proceedings of the Royal Society of London B: Biological Sciences272(1577), 2211-2217.


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