A orientação no voo das aves

A orientação no voo das aves
Francisco María García

Escrito e verificado por o advogado Francisco María García.

Última atualização: 21 dezembro, 2022

Foram feitos experimentos que demonstraram a grande capacidade das espécies migratórias em recuperar a trajetória adequada em direção ao objetivo após se “perderem”. Saiba mais sobre o voo das aves.

Muitas vezes observamos um grupo de pássaros cruzando o céu para realizar sua jornada migratória.Com isso, podemos nos perguntar como as aves se orientam em pleno voo. Além disso, como elas não se perdem em jornadas tão longas?

Algumas experiências chave para entender a orientação no voo das aves

Um ornitólogo dinamarquês chamado Finn Salomensen decidiu realizar algumas experiências com andorinhas, aves de hábitos migratórios. Para isso, ele selecionou algumas de duas espécies: a ‘tinhosa grande’ e a andorinha-do-mar-escura.

Primeiramente, esses indivíduos foram capturados e identificados para permitir o reconhecimento de sua posição geográfica.

Em seguida, os pesquisadores os separaram de seus ninhos, localizados no Golfo do México, para levá-los a mais de mil quilômetros de distância.

O próximo passo do experimento foi liberar as aves no mar aberto. Com isso, elas ficavam livres para voar, enquanto sua posição era controlada e monitorada para análise posterior.

Para a admiração de todos, a grande maioria das andorinhas conseguiu retornar aos ninhos sem muita dificuldade. Isto revela seu poderoso senso de direção. Os resultados, no entanto, não terminam aqui.

Andorinha voando

Em outro estudo realizado no País de Gales, foram selecionados indivíduos da espécie puffinus. Estes espécimes foram removidos de seus ninhos (no País de Gales) e liberados no mar aberto no meio de Boston (Estados Unidos).

Tendo voado continuamente por quase 13 dias, mais de cinco mil quilômetros através do oceano Atlântico, surpreendentemente, conseguiram retornar para seus ninhos.

Algumas pesquisas revelaram que, mesmo com desorientação, as aves podem retomar seu curso.

Em certas experiências, as aves selecionadas foram anestesiadas ou encorajadas a rodar no seu próprio eixo para causar uma desorientação temporária. E os resultados mostraram que isso não interfere em seu sentido de voo.

Como a ciência explica a orientação no voo das aves?

O avanço da tecnologia e da ciência tornou possível dar passos importantes para entender a orientação no voo das aves. Em seguida, veremos o que a ciência diz sobre essa incrível capacidade.

Aves usam seus sentidos para se localizar

Especialistas mostraram que aves, como seres humanos, usam seus sentidos para se localizar no tempo e no espaço.

Dessa forma, quando voam, usam sua audição e sua visão para reconhecer referências que marcam sua jornada migratória.

Por exemplo, com seus olhos, podem reconhecer montanhas, penhascos ou selvas que indicam o caminho correto.

Elas também são capazes de usar seus ouvidos para reconhecer estímulos sonoros que compõem as paisagens de sua longa jornada.

Com isso, e em pleno voo, esses pequenos animais coletam “sinais” que os ajudam a se orientar e saber quando chegaram a seu destino.

a orientação no voo das aves

As espécies migratórias possuem um tipo de sistema de navegação inercial. Com isso, elas conseguem saber que direção tomar para retornar ao destino, mesmo quando precisam fazer mudanças de direção.

Isto também explica por que as desorientações temporárias não são capazes de desviá-las de seu curso correto.

Além disso, os sentidos são importantes para se comunicar com os outros indivíduos do seu grupo migratório e reconhecer quaisquer problemas na viagem.

Estas características também desempenham um papel central na identificação de possíveis predadores ou adversidades naturais.

As aves também têm suas próprias bússolas

Para nós, pode parecer muito estranho pensar em um pássaro usando um GPS para se orientar em sua migração.

Mas a verdade é que eles não precisam deste dispositivo, pois têm uma bússola magnética integrada em seu corpo.

Os cientistas observaram que as aves migratórias têm um sistema muito semelhante ao das bússolas magnéticas nos olhos.

Suas retinas são capazes de capturar luz de maneira polarizada e isso permite que tenham um sistema de navegação único.

A partir do movimento do sol, da posição das estrelas e da lua, esses animais reconhecem como viajar em suas longas jornadas.

Quando a luz muda, as aves podem “reorientar” suas bússolas biológicas e saber que direção seguir para chegar ao seu destino.

Essas orientações de mudanças de luz seriam o grande “segredo” da orientação no voo das aves e sua capacidade de sempre seguir o caminho certo.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.