O que são os animais ovovivíparos?
A natureza apresenta diferentes tipos de desenvolvimento embrionário: ovíparo, vivíparo e ovovivíparo. Os animais ovovivíparos são aqueles que compartilham características tanto de animais ovíparos quanto vivíparos.
Definição dos animais ovovivíparos
Os animais ovovivíparos compartilham traços tanto dos ovíparos quanto dos vivíparos. Sua reprodução pode ser definida como “a forma de reprodução na qual os ovos se desenvolvem dentro da mãe sem que ela forneça nutrição adicional. Eles eclodem dentro dela ou imediatamente após a saída do seu corpo, de modo que os filhotes nascem vivos”.
A origem etimológica dessa palavra vem do latim e é a união de: ovo (‘ovo’), vivus (‘vivo’) e parere (‘parir’).
Características dos animais ovovivíparos
Portanto, a ovoviviparidade consiste no fato de que os indivíduos põem ovos, mas estes permanecem dentro da fêmea. Uma vez que o embrião termina de se desenvolver, existem duas opções:
- A fêmea põe os ovos e eles eclodem imediatamente após a postura.
- A eclosão ocorre antes do parto. Os filhotes nascem diretamente da mãe.
Portanto, é possível dizer que os animais que apresentam esse tipo de desenvolvimento embrionário realizam um processo intermediário aos outros dois. Assim, a ovoviviparidade é uma mistura entre a viviparidade e a oviparidade.
As características que identificam a ovoviviparidade são as seguintes:
- Há fertilização interna.
- Os filhotes nascem vivos e totalmente desenvolvidos.
- Não há conexão placentária entre a mãe e os filhotes.
- Em alguns casos, o aporte nutricional dos embriões pode ser fornecido apenas pelo saco vitelínico do ovo (geralmente). Em outros, não.
Dentro da ovoviviparidade, são diferenciados dois grupos, de acordo com a nutrição recebida pelos embriões. A viviparidade aplacentária é a definição para os animais ovovivíparos.
A viviparidade aplacentária é aquela na qual os embriões permanecem no útero materno, mas não recebem nenhum aporte nutricional nem têm ligação placentária com a mãe. Diferenciam-se duas formas de desenvolvimento embrionário: matrotrofia ou lecitotrofia.
As espécies matrotróficas esgotam o aporte nutricional e, para continuar a se desenvolver, obtêm os nutrientes de diversas fontes. Elas podem obtê-los a partir de outros ovos (oofagia), de outros embriões (canibalismo intrauterino) ou podem mostrar uma especialização análoga a uma placenta.
Nas espécies lecitotróficas, as reservas nutricionais dependem exclusivamente das reservas do saco vitelínico.
Exemplos de animais ovovivíparos
A maioria dos animais que compõem a lista dos ovovivíparos são animais invertebrados. No entanto, alguns animais vertebrados, tais como répteis, peixes ou tubarões, também apresentam esse tipo de desenvolvimento embrionário.
Invertebrados
Dentre os invertebrados, existem diferentes espécies ovovivíparas. Um dos modelos animais por excelência nos laboratórios de pesquisa é o gênero Drosophila, que inclui a mosca da fruta.
A Drosophila sechellia é um exemplo de invertebrado ovovivíparo da ordem Diptera. Outro grupo de invertebrados em que a ovoviviparidade pode ser encontrada são os gastrópodes.
Peixes: cavalos-marinhos
Os cavalos-marinhos são vertebrados marinhos ovovivíparos. Mais especificamente, eles são peixes pertencentes ao gênero Hippocampus. Esses animais monogâmicos são conhecidos porque são os machos que carregam os ovos fertilizados.
O período de gestação dura aproximadamente entre dez dias e seis semanas, dependendo da espécie. Uma vez terminado, o macho libera cerca de 200 a 300 filhotes durante várias horas.
Teleósteos: tubarões
Certas espécies de tubarões, como, por exemplo, o tubarão-touro (Carcharias taurus), são animais ovovivíparos. Embora a estratégia lecitotrófica seja a mais observada em tubarões, essa espécie é uma exceção.
O tubarão-touro é uma das três espécies mais perigosas de tubarão, juntamente com o tubarão-tigre e o tubarão branco. Afinal, todas são consideradas espécies com maior probabilidade de atacar o homem.
Os filhotes de tubarão-touro realizam o canibalismo intrauterino, de modo que essa espécie é matrotrófica. Dentro do útero, o embrião maior devora todos os seus irmãos e deixa apenas um deles vivo. Por isso, no final, nascem apenas dois filhotes.
Répteis
Dentre os répteis, a ovoviviparidade se manifesta em diferentes grupos: algumas espécies de víboras e serpentes, como, por exemplo, a sucuri, bem como o camaleão ou o sapo-do-surinã, como a única espécie de sapos.
Apenas algumas espécies da família Chamaeleonidae são ovovivíparas. Entre elas estão o camaleão Trioceros hoehnelii e o camaleão Trioceros jacksonii.
É possível concluir que os animais ovovivíparos são aqueles cujo desenvolvimento embrionário inclui características tanto dos vivíparos quanto dos ovíparos. Na natureza, existem diferentes exemplos de ovoviviparidade, cada um com suas próprias peculiaridades.
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