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Araracanga: habitat, características e reprodução

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A araracanga é uma ave premiada conhecida por sua grande inteligência e beleza. Se você quiser saber mais sobre ela, aqui temos.
Araracanga: habitat, características e reprodução
Raquel Rubio Sotos

Escrito e verificado por a bióloga Raquel Rubio Sotos

Última atualização: 21 dezembro, 2022

As araras são as aves na categoria de maior risco em todo o mundo, de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Elas pertencem à ordem Psittaciformes, família Psittacidae e gênero Ara. Atualmente, existem 17 espécies de araras, 23 se considerarmos as extintas. A araracanga (Ara macao), também conhecida como arara-vermelha, arara-vermelha-pequena, arara-macau e arara-boliviana, é uma delas.

Esse fascinante animal, cada vez mais em declínio, requer uma melhor compreensão de sua ecologia e habitats para salvar essa espécie e as suas duas subespécies. Aqui você pode aprender tudo sobre essas aves maravilhosas.

Habitat e distribuição da araracanga

A araracanga distribui-se entre o México, a América Central e a América do Sul, chegando ao Brasil e à Bolívia. Ainda assim, atualmente, o conhecimento sobre as populações selvagens de Ara macao é escasso, o que dificulta muito o seu estudo e a aplicação de medidas de conservação.

Ela pode ser encontrada em vários habitats diferentes, como floresta tropical seca em transição para floresta úmida, floresta tropical úmida, floresta pré-montana e montana e floresta tropical úmida. Dentro desses habitats, existem áreas que apresentam uma maior sazonalidade, em termos de pluviosidade, e no que diz respeito à temperatura situam-se na gama dos 25 a 30 graus.

Atualmente, a maior parte de sua área de distribuição apresenta algum tipo de alteração, seja por pastagens de gado, pomares, áreas de exploração madeireira, arrozais ou terras agrícolas, por exemplo.

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Características físicas

A araracanga tem entre 81 e 96 cm de comprimento e pesa entre 1060 e 1123 gramas. Ela possui um bico grande, forte e curvo e patas zigodáctilas, ou seja, com dois dedos para frente e dois dedos para trás, o que lhes permite agarrar-se aos galhos das árvores com mais facilidade.

Tanto as fêmeas quanto os machos têm uma cor predominante vermelha. As penas de cobertura das asas são amarelas com a ponta verde e os galhos e as da cauda são principalmente azuis. Essas aves têm uma área facial branca desprovida de penas e a parte superior do bico é pálida com uma mancha preta de cada lado, sendo a parte inferior preta.

Comportamento

São aves com alta inteligência e comportamento social complexo. Exceto na época de reprodução, elas vivem juntas em bandos que podem chegar a 30 indivíduos. Normalmente, estes são compostos por pares reprodutores estáveis, pois são aves monogâmicas.

Elas se comunicam com vocalizações altas e são principalmente diurnas. Durante o dia, fazem voos em busca de alimento e costumam comer em silêncio para evitar que outros animais descubram a fonte de alimento, evitando assim a competição.

Na hora de dormir, elas voam para áreas de descanso e se instalam em pares em seus poleiros. Dentro dos grupos geralmente há indivíduos dominantes, principalmente do sexo masculino. As araracangas mais submissas evitam se aproximar deles para evitar conflitos.

Quando são juvenis e não estão sexualmente maduros, as fêmeas costumam formar grupos. Esses grupos servem para socializar e buscar alimentos, mas não são tão consolidados quanto os dos membros adultos.

Relação com outras espécies

A araracanga tem relações de competição e predação com outras espécies. Os principais concorrentes são outras espécies de araras como a arara-canindé (Ara ararauna) e a arara-vermelha (Ara chloropterus), que consomem o mesmo tipo de alimento. Como já destacamos, para evitar ter sua comida roubada, elas geralmente se alimentam em silêncio.

Quanto aos predadores, seu principal perigo são as aves de rapina, embora às vezes cobras, macacos e outros mamíferos possam atacar os ovos nos ninhos e raramente indivíduos adultos também.

Alimentação

A araracanga tem uma dieta baseada principalmente em frutas e sementes e complementada com folhas jovens, flores e cascas de algumas árvores. Ela se alimenta principalmente de árvores nativas, mas como a degradação do habitat é tão grande, está começando a introduzir plantas cultivadas ou não nativas em sua dieta.

Dentro do leque de alimentos que consome, alguns deles possuem substâncias tóxicas para o organismo. Está comprovado que as araras visitam áreas ricas em argila e a consomem. A argila fornece os sais minerais necessários para o corpo e elimina as substâncias tóxicas dos alimentos que ingerem.

Reprodução

A araracanga começa a época de reprodução, dependendo da área, de novembro a junho. Os casais reprodutores são monogâmicos, e geralmente se reproduzem a cada dois anos, já que os juvenis costumam ficar com eles nessa época.

Para a construção dos ninhos, eles usam cavidades nas árvores. Um dos principais problemas agora é a falta de buracos, razão pela qual ninhos artificiais estão sendo criados para melhorar sua reprodução. Os ninhos entre os diferentes pares geralmente são separados por 3 quilômetros para evitar competição e melhorar a reprodução.

Quando se instalam no ninho, costumam botar em média de 1 a 4 ovos. Nesse caso, é a arara fêmea a responsável pela incubação dos ovos, que costuma durar 25 dias. Desses ovos, normalmente apenas dois eclodem, e a sobrevivência média dos filhotes que conseguem sair do ninho com sucesso é entre 0,6 e 1,3 filhotes por casal.

Ciclo de vida

Quando os ovos eclodem aos 25 dias, os filhotes nascem desprovidos de penas e com os olhos fechados. Normalmente, o pintinho que nasce primeiro é o que sobrevive, pois é maior que os outros. Após três meses e meio de vida, eles estão prontos para fazer seus primeiros voos.

Durante o ano e meio seguinte, os juvenis geralmente permanecem com os pais. É por isso que a araracanga costuma se reproduzir a cada dois anos. Após esse período, eles abandonam os pais e atingem a maturidade sexual aos 3 ou 4 anos de idade.

Criação em cativeiro

A reprodução em cativeiro tem sido de grande importância quando se trata de conservar a araracanga e evitar problemas de endogamia. Existem vários centros dedicados à criação e libertação de juvenis dessa espécie. É necessário que vivam em grupo, que tenham estímulos e espaço suficientes e que as caixas-ninho sejam adequadas para que se reproduzam.

Estado de conservação

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De acordo com a IUCN, a araracanga está classificada no estado pouco preocupante -LC- com declínio em suas populações. Não se sabe quantos exemplares existem no total, já que muitos dos que estão em cativeiro como animais de estimação não são regulamentados. Em liberdade também não se sabe ao certo, pois não há muitos estudos.

A degradação do habitat, sua captura na natureza para a posterior venda como animal de estimação e a consanguinidade de suas populações são seus principais perigos. Em muitas áreas, elas desapareceram, como no Caribe, por exemplo, e em outras estão diminuindo em uma velocidade alarmante.

Um dos principais projetos é salvar a subespécie Ara macao cyanoptera. No México, 98% de sua distribuição original desapareceu. Na Reserva Natural do Vulcão Cosigüina, existe uma das últimas populações conhecidas, entre 20 e 50 indivíduos, mas foram vários os fatores que criaram uma boa oportunidade para salvar essa população.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


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