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O que o axolote come?

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Axolotls são seres fascinantes em todos os sentidos. Aprender tudo sobre sua dieta é essencial para mantê-los em cativeiro e na natureza.
O que o axolote come?
Samuel Sanchez

Escrito e verificado por o biólogo Samuel Sanchez

Última atualização: 22 dezembro, 2022

O axolote (Ambystoma mexicanum) é um dos anfíbios mais fascinantes do mundo. Esse belo urodelo se caracteriza pelas brânquias externas e por permanecer em estágio de “larva” permanente, mas possui muitas características interessantes além de sua aparência física. Por exemplo, você sabe o que o axolote come?

Responder a essa pergunta não é necessário apenas para satisfazer a necessidade de conhecimento, mas para salvar a espécie em geral. Embora seja muito comum nos lares do mundo, o axolote está em um estado crítico em seu ambiente natural. Se você deseja saber mais sobre as opções dietéticas desse animal, recomendamos que continue lendo.

O que é um axolote?

Antes de explorar os padrões nutricionais do axolote, achamos interessante enquadrá-lo do ponto de vista taxonômico. Em primeiro lugar, deve-se notar que esse organismo está na classe Amphibia, especificamente na ordem Urodela. Ao contrário dos sapos e das rãs, os membros dessa ordem têm corpo cilíndrico e cauda longa.

Por sua vez, o axolote é um anfíbio totalmente aquático com 15 a 45 centímetros de comprimento na fase adulta. Possui as características típicas das larvas de todas as salamandras: cauda muito larga e achatada lateralmente para a natação, guelras externas para obtenção de oxigênio e barbatana caudal que se estende por todo o corpo.

Embora mantenham um estágio semelhante ao da larva da salamandra, é necessário enfatizar que os axolotes passam por um processo de desenvolvimento. Sua adaptação vital é a pedomorfose neotênica, ou seja, a manutenção de traços juvenis em indivíduos reprodutivos adultos.

Os axolotes não sintetizam tireotropina ou TSH, geralmente conhecido como hormônio estimulador da tireoide. Se esse órgão glandular não for excitado, a tiroxina necessária para realizar a metamorfose também não é produzida. Assim, esses anfíbios crescem com uma série de características juvenis (guelras e barbatana caudal, entre outras) e nunca saem da água.

Apesar de se parecerem com larvas, os axolotes adultos se reproduzem como qualquer outro urodelo quando atingem a maturidade sexual.

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O aparelho oral dos axolotes

A cabeça do axolote é grande, achatada e apresenta um par de olhos sem pálpebras. Também chama a atenção o tamanho da boca, já que parece desproporcional ao resto do corpo do animal. Enfim, tudo tem sua razão de ser no mundo animal.

Os axolotes têm dentes vestigiais (típicos em outras salamandras após a metamorfose) em seu estágio adulto, mas eles não são úteis quando se trata de obter alimento. Graças à sua boca grande, esses anfíbios são capazes de criar uma bomba de sucção: abrem o aparelho bucal repentinamente e, devido à diferença de pressão, a água entra na cavidade oral e prende a presa.

Os axolotes “arrastam” suas presas engolindo a água ao redor.

O que os axolotes comem?

Já demos algumas pistas sobre o que o axolote come. Nas linhas a seguir, exploraremos suas escolhas alimentares com base no ambiente em que se encontre. Não perca!

O que os axolotes comem na natureza?

Como todos os anfíbios adultos, os axolotes são exclusivamente carnívoros. Apesar de sua falta de jeito para se movimentar e de sua aparência inofensiva, esses animais são capazes de abrir a boca muito rapidamente e succionar suas presas. Como indica o site da National Geographic, suas vítimas comuns são moluscos, vermes, larvas de insetos e pequenos peixes.

Os axolotes costumam ser o topo da pirâmide alimentar em seu ambiente natural (Lago Xochimilco, México). Infelizmente, a introdução de grandes peixes exóticos nas águas desse ecossistema fez com que sua população diminuísse de forma alarmante. A poluição da água e as mudanças climáticas também favorecem seu desaparecimento.

A população do axolote diminuiu 60 vezes seu número original nas últimas décadas. Estima-se que existam entre 700 e 1200 espécimes selvagens em todo o mundo.

O que o axolote come em cativeiro?

A situação do axolote é irônica, pois há muito mais espécimes em cativeiro do que em liberdade. Listamos suas necessidades nutricionais no ambiente doméstico no espaço a seguir:

  • Insetos vivos: os axolotes aceitam de bom grado qualquer ser vivo que caiba em sua boca, como grilos, tenebrios, e baratas. Cuidado com a administração excessiva de larvas de besouro, pois elas apresentam alto percentual de gordura.
  • Larvas de mosquito congeladas: essa é a base da dieta de axolotes juvenis. É um alimento muito prático, pois pode ser adquirido em forma de cubos de gelo e guardado indefinidamente no congelador.
  • Peixes vivos: a administração de peixes vivos não é recomendada, pois podem conter parasitas e adoecer o axolote. Além disso, você pode se machucar ao caçá-los.
  • Alimentos para peixes: embora os comam, os alimentos secos para peixes não são uma boa escolha para os axolotes. Não é natural e pode conter nutrientes que o animal não consegue assimilar.
  • Proteína morta: os axolotes também adoram pedaços de camarão, frango, peixe ou carne magra esporadicamente. Claro, certifique-se de ter congelado bem a carne antes de oferecê-la ao seu animal de estimação.

Além disso, você deve ter muito cuidado com o substrato do aquário. Como os axolotes usam uma bomba de sucção para comer, eles provavelmente vão acabar sugando areia com a boca (e morrendo por impactação em longo prazo). Por esse motivo, recomenda-se que o ambiente do axolote seja composto de pedras muito grandes para que possam cuspi-las em caso de ingestão acidental.

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Como você pode ver, a resposta da nossa pergunta princiapl, dependendo do ambiente em que o axolote se encontra. Infelizmente, em breve pode não haver espécimes na natureza, e os domésticos são a única prova viva de que essa espécie já existiu. Por isso, cuidar deles é mais importante do que nunca.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • De Groef, B., Grommen, S. V., & Darras, V. M. (2018). Forever young: endocrinology of paedomorphosis in the Mexican axolotl (Ambystoma mexicanum). General and comparative endocrinology, 266, 194-201.
  • Axolotl facts, National Geographic. Recogido a 22 de septiembre en https://www.nationalgeographic.com/animals/amphibians/facts/axolotl
  • Rediscovering the Axolotl as a Model for Thyroid Hormone Dependent Development, Frontiers. Recogido a 22 de septiembre en https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fendo.2019.00237/full

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