O barbo: habitat, características e curiosidades
Escrito e verificado por a psicóloga Sara González Juárez
O barbo, forte e robusto, habita os rios da Europa central e é facilmente reconhecido pelos 4 barbilhões que possui junto à boca. Infelizmente, seu poder de natação e caráter feroz é o que motivou muitos pescadores a persegui-lo.
Para conhecer melhor esta espécie, vamos caracterizá-la no seu ambiente natural, em vez de nos focarmos nos cuidados com o aquário doméstico e, em geral, no interesse que desperta no entretenimento humano. Portanto, não perca nada, porque aqui você encontrará a verdadeira face do barbo em todo o seu esplendor.
Taxonomia e características
O barbo, cujo nome científico é Barbus barbus, é um peixe de água doce facilmente reconhecível pela característica que lhe dá o nome, os 4 barbilhos que emergem do perímetro da sua boca. Pertencente à ordem dos cipriniformes e à família Cyprinidae, é membro do grupo taxonômico das carpas.
É um peixe alongado, quase cilíndrico, com barriga achatada. Pode atingir mais de meio metro de comprimento e quase 2,7 quilos de peso, dependendo do habitat e dos alimentos disponíveis em seu ambiente. Embora não apresente características marcantes que indiquem dimorfismo sexual, as fêmeas costumam ser muito maiores que os machos.
Habitat do barbo
O barbo é encontrado nos rios da Europa Ocidental e Central, desde o norte dos Pirineus até a Rússia e a Lituânia. Foi introduzido artificialmente no norte da Itália e na parte ocidental da Inglaterra.
A maioria dos cardumes de barbos vive em águas de movimento rápido, onde esses peixes se movem facilmente graças à sua poderosa capacidade de natação e morfologia hidrodinâmica. Costumam ser ambientes de água limpa, com oxigênio abundante e fundo de cascalho ou rocha, entre os quais encontram seu alimento ou se refugiam quando precisam descansar.
Alimentação
O barbo é onívoro e oportunista, ou seja, alimenta-se de tudo o que está ao seu alcance. Mesmo assim, sua dieta consiste principalmente de vermes, moluscos e larvas que se escondem sob o substrato do rio. Também consome matéria vegetal que encontra ao seu redor, assim como ovos e larvas de outras espécies.
Consegue encontrá-los graças aos seus barbilhões que têm sensibilidade. Ele também os utiliza para retirar pedrinhas do fundo, enquanto pedras maiores são retiradas com a boca.
Ser capaz de suportar a forte correnteza do leito do rio lhes dá uma vantagem sobre outras espécies, pois a competição por comida é muito menor.
Comportamento do barbo
É um peixe de hábitos diurnos (embora seja mais ativo ao amanhecer e ao entardecer) e gregário. Agrupam-se em cardumes de tamanhos variados que nunca se desfazem, por isso é fácil ver todos à procura de comida no leito do rio, afastando pedrinhas com a boca.
Por outro lado, quando as águas esfriam no inverno, sua ingestão é interrompida e elas entram em letargia que durará até a primavera. Para isso, refugiam-se nas rochas do fundo do rio, onde outras espécies têm dificuldade em encontrar alimento.
Reprodução
Quando acordam da hibernação, começa a época de reprodução, entre maio e junho, geralmente quando a temperatura da água excede 15° C. Esses peixes costumam migrar para áreas de desova com água corrente, onde o cortejo começa. As fêmeas lideram o caminho até o local escolhido, seguidas por uma longa fila de machos que usam táticas como espirrar água, nadar ao lado ou fertilizar ovos furtivamente.
Essa fertilização sorrateira é uma das táticas mais usadas. Até 130 machos podem participar de uma única desova.
A fêmea bate com o rabo no cascalho para limpá-lo do lodo e cria um buraco para depositar os ovos sem se deixar levar pela corrente, e então os cobre novamente. Uma semana depois nascem os filhotes, que permanecerão por várias semanas entre o cascalho, alimentando-se do saco vitelino.
É uma espécie de crescimento lento que não se aventura em correntes fortes até desenvolver sua musculatura. Até lá, vão se alimentar de pequenos invertebrados no cascalho.
Estado de conservação do barbo
Devido à sua ampla distribuição, o barbo não é atualmente considerado ameaçado de extinção e, portanto, recebeu o status de pouco preocupante (LC). No entanto, isso não significa que não esteja isento de ameaças, como a poluição dos rios ou a introdução de espécies estrangeiras, como o peixe-gato-europeu (Silurus glanis).
As modificações do sistema natural também os afetam, principalmente quando o curso dos rios é modificado para o aproveitamento das águas.
Seu número está em rápido declínio em algumas áreas, mas ações para sua conservação são praticamente inexistentes. É possível que com o passar dos anos esse impressionante peixe acabe desaparecendo dos rios se não conseguirmos protegê-lo.
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