Caranguejos: tipos, características, comportamento e reprodução

Os caranguejos exibem padrões de comportamento complexos. Muitas de suas características são bem conhecidas, mas outras se estabeleceram com base em crenças populares incorretas.
Caranguejos: tipos, características, comportamento e reprodução

Última atualização: 01 novembro, 2021

Ao caminhar na praia, é comum ver bolhas na areia que parecem sair do solo. Quem vive em áreas litorâneas já ouviu que essas bolha são resultado da respiração dos caranguejos, mas nada poderia estar mais longe da verdade. Na verdade, esse fenômeno é chamado de “espuma de areia” e se deve ao fluxo de ar pelos capilares, algo que não tem nada a ver com os caranguejos.

Muitos mitos e preconceitos foram criados em relação aos caranguejos, uma vez que esses invertebrados são esquivos e é difícil observá-los em quase todos os casos. Aqui vamos contar tudo sobre a ordem dos decápodes e seus representantes.

Características dos caranguejos

Dentro do grupo de metazoários existe uma classificação geral entre animais vertebrados e invertebrados. Os primeiros têm um esqueleto interno, enquanto o dos últimos é externo. Os caranguejos fazem parte do grupo dos invertebrados, pois possuem um exoesqueleto de quitina que pode ser visto a olho nu.

Por outro lado, no que se refere à classificação taxonômica, a maioria — não todos — os caranguejos estão incluídos na infraordem Brachyura . Sobre suas características, podemos citar as seguintes como as mais marcantes:

  1. Decápodes diurnos: o número de patas e seu tipo de atividade são características classificatórias. Assim, como esse grupo possui 5 pares de patas, seus membros são chamados de decápodes.
  2. Artrópodes onívoros: são onívoros, pois sua alimentação é muito variada. Mas se puderem escolher, eles vão correr para os camarões, pois aparentemente são sua comida preferida. No entanto, em circunstâncias normais, sua dieta depende da disponibilidade de recursos e da espécie de caranguejo em questão. Esses invertebrados geralmente se alimentam de algas, outros invertebrados, peixes, fungos, bactérias ou detritos.
  3. Dimorfismo sexual acentuado: em tamanho, os machos geralmente são maiores do que as fêmeas, embora essa não seja a única característica marcante entre os sexos. Por exemplo, suas pinças não precisam ser simétricas, como as dos caranguejos-violinistas, pertencentes ao gênero Uca. As pinças são de tamanhos irregulares nos machos e são adaptadas às diferentes atividades do dia a dia.
  4. Eles têm uma carapaça multicolorida: dependendo da espécie de caranguejo, sua carapaça apresentará diferentes tonalidades ou até mesmo padrões estampados, todos influenciados pelo habitat. Por isso, não existem apenas caranguejos vermelhos como se pode pensar. Esses animais podem ter carapaças de tom azul, verde, amarelo, marrom e muitas outras cores.

 

Um caranguejo.

Tipos de caranguejos

Os caranguejos podem ser classificados de várias maneiras dependendo da característica observada, ou seja, seu tamanho, as condições do seu habitat ou outros fatores. Abaixo estão 2 das classificações — embora não sejam necessariamente as mais comuns:

  1. Por tamanho: 2 casos opostos são as espécies Pinnotheres pisum — muito pequenos — e Macrocheira kaempferi ou caranguejo-aranha-gigante, que pode atingir 20 quilos de peso e até 4 metros de comprimento.
  2. Habitat: a maioria dos caranguejos vive em águas oceânicas, mas alguns vivem em água doce. Embora também passem muito tempo em terra, não se afastarão mais do que 5 quilômetros da costa. Desse aspecto resulta uma diferenciação clara: lagostins ou caranguejos do mar.

Comportamentos e reprodução

Os zoólogos que estudaram esse grupo observaram que os caranguejos são animais muito dinâmicos. Além disso, eles se caracterizam por exibir comportamentos complexos, alguns dos quais podem não ser bem conhecidos. Vamos apresentar 5 deles.

1. Alguns caranguejos andam de lado

Ao imaginar como um caranguejo anda, normalmente visualizamos o animal caminhando de lado. No entanto, algumas espécies de caranguejos modificaram esse comportamento: eles andam para frente ou para trás. Surpreendentemente, outros ainda são capazes de subir em árvores. É o caso do caranguejo-dos-coqueiros (Birgus latro), que sobe nos coqueiros para obter um alimento essencial em sua dieta: o coco.

2. Mostram um comportamento agressivo

Quando se trata de chamar a atenção de uma fêmea, os machos exibem um comportamento agressivo. Normalmente, eles lutam entre si pelo direito de acasalar com as fêmeas. No entanto, também fazem isso para escolher as melhores tocas. Nesses locais, os caranguejos se refugiam e se escondem de seus predadores: aves marinhas, peixes, cefalópodes ou lontras.

3. Não são grandes nadadores

Existe uma crença generalizada de que, por viverem na água, esses decápodes devem ser bons nadadores. Mas nem sempre é assim, pois tanto na praia, como na orla, no fundo do mar, no lago ou no rio, os caranguejos se deslocam caminhando pela areia. No entanto, existem algumas exceções, como as famílias Portunidae e Matutidae.

4. As pinças são o seu principal elemento comunicativo

Os mecanismos de comunicação dos caranguejos seguem padrões complexos, nos quais suas pinças se destacam como elemento fundamental. Graças a elas, eles produzem ruídos que lembram tambores. Às vezes, também as agitam com o objetivo de intimidar seus oponentes.

5. Durante o acasalamento, eles cooperam

Os caranguejos cooperam durante a época de acasalamento. Principalmente, eles ficam responsáveis pelo abastecimento de alimentos, assim como pela proteção de seu grupo familiar. Esta última tarefa inclui encontrar um local adequado para a liberação dos ovos.

 

Existem muitos tipos de caranguejos.

Em suma, os caranguejos são variados e se subdividem em diferentes famílias, gêneros e espécies. Dentro desse grupo, é possível encontrar espécies cujos nomes chamam a atenção, como o caranguejo vampiro (Geosesarma sp.) ou o caranguejo africano (Cardisoma armatum).

No entanto, existem também muitos outras espécies menos marcantes — como Carcinus maenas —, mas com uma função essencial para os ecossistemas. Esses invertebrados fazem parte da seção intermediária de muitas cadeias tróficas, portanto, cuidar deles é essencial para que os ambientes marinhos não entrem em colapso.


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