5 curiosidades sobre os golfinhos

Os golfinhos são animais incríveis com grande inteligência e habilidades sociais.
5 curiosidades sobre os golfinhos
Silvia Conde

Escrito e verificado por a biólogo Silvia Conde.

Última atualização: 24 fevereiro, 2023

Os golfinhos são animais excepcionais, pois seu grande desenvolvimento cognitivo, suas habilidades aquáticas ou sua capacidade de continuar nadando enquanto dormem os tornam seres incríveis. Contudo, eles podem nos surpreender ainda mais: como sempre vivem debaixo d’água, ainda há muito a se conhecer sobre esses cetáceos.

Atualmente, são conhecidas 37 espécies diferentes de golfinhos, e a grande maioria habita os mares e oceanos do planeta, mas existem algumas espécies de água doce. Se você quiser conhecer algumas peculiaridades sobre esses animais fascinantes, continue lendo.

Como os golfinhos vivem?

Os golfinhos são mamíferos cetáceos que dão à luz filhotes em águas abertas e têm longos períodos de lactação. Eles estão completamente adaptados à vida marinha, mas permanecem vertebrados mamíferos ectotérmicos, apesar de sua forma e hábitos de vida.

Eles vivem em grupos e são animais muito sociais e comunicativos. Além disso, utilizam uma série de guinchos e assobios agudos para se comunicarem entre os membros da sociedade – e as mães com seus filhotes. Esses animais têm um sofisticado sistema de ecolocalização que os ajuda a localizar outros indivíduos, presas ou ter uma ideia do que está em seu caminho.

São excelentes nadadores, conseguindo atingir velocidades maiores que 30 quilômetros por hora em mar aberto. Durante seus movimentos, eles saem à superfície para respirar entre 3 e 5 vezes por minuto, embora possam prender a respiração por até 10 minutos seguidos.

Esse é o seu modo de vida geral, mas existem muitas outras curiosidades sobre esses cetáceos. Veja a seguir 5 das características mais relevantes que os caracterizam.

Um golfinho abrindo a boca.

1. Os golfinhos dormem com metade de seus cérebros acordados

Como os golfinhos conseguem dormir e continuar respirando na água? A resposta se encontra no sonho uni-hemisférico apresentado por mamíferos aquáticos e aves. Existe uma alternância entre ambos os hemisférios cerebrais, o que permite a esses animais descansar totalmente enquanto respiram e nadam – ou voam – ao mesmo tempo.

Com apenas um hemisfério do cérebro dormindo, o outro permanece consciente o suficiente para o animal subir à superfície em busca de oxigênio. Soma-se a essa peculiaridade o fato de dormirem com apenas um dos olhos abertos, o oposto do hemisfério acordado.

2. Eles usam “ferramentas”

Anos atrás, um comportamento curioso foi observado em alguns golfinhos na baía australiana Shark Bay. Os referidos cetáceos apareciam todos os dias carregando uma esponja no focinho.

Depois de investigar a fundo esse comportamento – onde o realizavam e com qual finalidade – os pesquisadores Eric M. Patterson e Janet Mann, da Universidade de Georgetown (EUA), concluíram que os golfinhos usavam esponjas como proteção para cavar o fundo do mar em busca de sua presa favorita, o peixe Parapercis nebulosa.

Esse truque lhes permitiu a especialização na pesca dessa espécie, à qual outros predadores, inclusive outros golfinhos que compartilham a baía, não têm acesso. Como se não bastasse a habilidade de usar ferramentas, esse conhecimento é transmitido socialmente, uma vez que os filhotes aprendem com suas mães essa técnica singular de caçar os peixes.

3. Os golfinhos têm o melhor sonar do reino animal

Na cabeça do golfinho está o órgão que ele usa para a ecolocalização, graças ao qual o animal pode saber sobre os arredores ao emitir sons e interpretar o eco que ricocheteia nos elementos ao seu redor. Os golfinhos emitem sons a uma frequência de 120 kHz.

Além disso, esses cetáceos são conhecidos por terem ótima audição. Enquanto a excelente audição dos humanos varia de 20 Hz a 20 kHz, os golfinhos são capazes de ouvir até 150 kHz, o que significa que eles têm uma audição até 7 vezes mais sensível do que a nossa.

4. Eles têm nomes próprios

O sistema de comunicação dos golfinhos é muito variado, eles usam até assobios específicos para a identificação própria e de outros membros do grupo.

Como a visibilidade no oceano é reduzida, o som é o melhor meio para transmitir mensagens. Por isso, receber a informação dessa maneira e saber “quem está aí” é essencial para a sua sobrevivência. O conceito de identidade está presente em muitas outras espécies de animais sociais, por exemplo, as aves, mas não deixa de ser surpreendente.

5. Todos os seus dentes são iguais

Os golfinhos são animais isodontes, ou seja, todos os seus dentes são exatamente iguais, mas no caso dos golfinhos eles não são utilizados para mastigar, e sim para reter os peixes que capturam antes de engolir. Os golfinhos têm um total de cerca de 250 dentes.

Eles costumam trabalhar em equipe para caçar entre grandes cardumes sem dispersar suas presas. São predadores carnívoros, pois sua alimentação é baseada em outros animais, geralmente peixes, lulas, crustáceos e até polvos. Também são frequentemente vistos perseguindo barcos de pesca em busca dos resíduos que estes lançam no mar.

Os golfinhos sentem empatia.

Como você viu, os golfinhos são animais dignos de admiração. Suas habilidades físicas, seu comportamento, sua  comunicação e seu relacionamento de grupo ainda são aspectos estudados em profundidade hoje em dia, pois ainda há muito o que aprender com eles.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Yuske Sekiguchi, Kazutoshi Arai, Shiro Kohshima. Sleep behaviour: sleep in continuously active dolphins. Nature (2006).
  • Cultural transmission of tool use in bottlenose dolphins Michael KrützenJanet MannMichael R. HeithausRichard C. ConnorLars BejderWilliam B. Sherwin.
  • delfinpedia.com
  • Vocal labeling in bottlenose dolphins. Stephanie L. KingVincent M. Janik

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.