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Como as cobras nascem?

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O cuidado dos pais geralmente não é um dos pontos fortes das cobras, já que a maioria delas esquece os filhotes logo após a postura. No entanto, espécimes vivíparos tendem a cuidar mais de seus filhos do que os ovíparos.
Como as cobras nascem?
Cesar Paul Gonzalez Gonzalez

Escrito e verificado por o biólogo Cesar Paul Gonzalez Gonzalez

Última atualização: 27 dezembro, 2022

As cobras são bem conhecidas por seus corpos alongados, seus dentes venenosos e sua maneira particular de se mover. Além disso, sua forma de reprodução não é tão evidente como em outros animais, sendo complexo definir se são ovíparas ou vivíparas a olho nu. Por isso, para saber como as cobras nascem é necessário se aprofundar um pouco na biologia desses répteis.

Embora seu corpo seja desprovido de membros, esses animais são capazes de nadar, mergulhar, escalar, cavar e até mesmo pular. Os segredos de todas as suas capacidades estão no seu corpo, cuja complexidade lhes permite apresentar diferentes mecanismos de reprodução. Se você quiser saber como as cobras conseguem trazer vida ao mundo, continue lendo.

A reprodução de cobras

Como a maioria dos répteis, as cobras também usam órgãos reprodutivos para copular entre si. Para fazer isso, os machos geralmente têm dois hemipênis localizados na barriga, na base da cauda. Pode parecer estranho para você, pois à primeira vista eles não são evidentes: quando não estão sendo usados, ficam escondidos em um saco.

Esses órgãos se comportam quase como o pênis dos humanos, pois também são corpos cavernosos que se tornam rígidos quando o sangue os preenche. Dessa forma, eles saem de suas bolsas para entrar na cloaca da fêmea. Por sua vez, a fêmea usa sua cloaca como porta de entrada para seus ovários, de modo que a fertilização ocorre nesse local.

As cobras machos usam apenas um de seus hemipênis durante a cópula, mas ambos servem, pois facilita o acasalamento em qualquer um dos lados da fêmea. Além disso, no caso de espécies que realizam grupos de acasalamento, essa característica lhes permite uma maior vantagem durante o processo.

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Como as cobras nascem?

As cobras são animais adaptados a vários habitats, pois, graças ao fato de a sua pele evitar que percam a umidade, conseguem viver em ambientes áridos. Essa independência lhes permitiu explorar vários locais para nidificar e se estabelecer em novas áreas. Por esse motivo, também foi provocada uma diversificação nas estratégias de sobrevivência, que inclusive modificou seus tipos de reprodução.

Nesse sentido, esses répteis costumam dar à luz após a cópula, embora às vezes as fêmeas retenham os espermatozoides por algum tempo. Isso lhes permite garantir que sua prole terá o local de incubação correto ou que a fêmea não terá problemas durante o parto. No entanto, dependendo da espécie, as cobras são capazes de um dos 3 tipos típicos de reprodução.

Cobras ovíparas

Os exemplares que apresentam esse tipo de reprodução depositam seus ovos no meio, onde terminarão seu desenvolvimento graças à proteção da casca. Esses ovos costumam ser resistentes, brancos e macios ao toque. Além disso, armazenam em seu interior todos os nutrientes de que o embrião precisará para seu desenvolvimento (no vitelo).

Quantos ovos uma cobra põe?

O número de ovos varia conforme a espécie, sendo o mínimo 1 e o máximo 100, mas com médias entre 2 e 16 por postura. Os períodos de incubação variam de dias a alguns meses e a temperatura é um fator importante, pois estimula o desenvolvimento. Para a incubação, os pequenos filhotes produzem um dente cefálico temporário que serve apenas para eclodir.

Cobras vivíparas

Embora esse mecanismo reprodutivo seja muito comum em mamíferos, poucas cobras o apresentam. Isso porque, nos habitats em que esses répteis vivem, geralmente não é vantajoso um espécime “carregar” seus filhos no ventre, pois isso acarreta riscos.

Os organismos vivíparos são caracterizados pela retenção dos filhotes no útero da mãe, onde se alimentam diretamente através da placenta. Essa troca de nutrientes ocorre graças à circulação do sangue entre a mãe e o filho. Por outro lado, os partos costumam durar entre 1 e 5 horas, com um número diferente de crias em cada espécie.

Cobras ovovíparas

As espécies ovovivíparas têm um mecanismo intermediário que fica entre a viviparidade e a oviparidade. Devido a essa situação, embora a fêmea produza um óvulo fecundado, ela o retém em seu interior até que esteja totalmente desenvolvido. Na verdade, durante esse processo não há contato direto entre mãe e filho, uma vez que os nutrientes necessários se encontram dentro do ovo.

Essa condição parece ser uma adaptação às condições climáticas e à hostilidade do meio, pois permite aumentar o sucesso de sobrevivência dos jovens. Graças a isso, os filhotes ficam seguros até o momento do parto, embora nasçam menos descendentes do que se tivessem se desenvolvido como ovos fora de casa.

Tipos de cobras e como elas nascem

A grande diversidade de formas reprodutivas desses répteis dificulta a explicação particular de cada adaptação. Por esse motivo, serão elencados a seguir alguns tipos de cobras e as particularidades de cada uma em relação à sua gestação.

Mambas (Dendroaspis)

São espécimes ovíparos com capacidade de produzir entre 9 e 14 ovos por postura. Essas cobras têm incubação de 85 dias com filhotes que medem entre 40 a 50 centímetros. Na verdade, aos 5 dias de idade, os neonatos já podem se alimentar de pequenos roedores, por isso crescem muito rápido graças à dieta.

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Gênero Naja

As cobras são organismos ovíparos que põem entre 9 e 32 ovos por temporada. O tempo de incubação leva entre 38 e 103 dias, dependendo da temperatura. Além disso, a fêmea costuma realizar uma segunda ninhada, mesmo antes da eclosão da primeira. Após o nascimento, as minúsculas cobras irão consumir seu primeiro pedaço de comida nos primeiros 27 dias de vida.

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Gênero Vipera

Esse grupo inclui a víbora-áspide (Vipera aspis) e a víbora-cornuda (Vipera latastei). Essas cobras são organismos vivíparos que dão à luz até 20 filhotes por vez, embora geralmente nasçam apenas entre 5 e 9 indivíduos. Os períodos de incubação geralmente são longos e variam de 80 a 113 dias, podendo ser maiores ou menores dependendo das condições climáticas do ambiente.

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Sucuris (Eunectes)

Essas grandes cobras são organismos ovovivíparos capazes de produzir entre 20 e 50 filhotes por parto. Para o acasalamento, elas fazem grupos de reprodução (mating balls) nos quais um grande número de machos rodeia a fêmea para fertilizá-la. A gestação desses répteis dura aproximadamente 6 meses, dando à luz filhotes de 1 metro de comprimento.

Embora a reprodução sexuada seja o mecanismo preferido, a sucuri-verde (Eunectes murinus) é capaz de se reproduzir por partenogênese. Em outras palavras, a fêmea não precisa de um macho para engravidar.

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Cobras marinhas (Laticauda)

Esses organismos são seres semiaquáticos que não fogem das características anteriores, pois embora vivam grande parte de sua vida no mar, voltam à terra para acasalar. Os exemplares desse gênero são ovíparos e se reproduzem por meio de grupos ou mating balls. A cada postura, as fêmeas conseguem botar de 1 a 10 ovos e usam terra, cavernas ou fendas como ninho para protegê-los.

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As cobras são um dos organismos que mais têm conquistado habitats, o que aumenta sua grande diversidade e seus mecanismos de adaptação. É verdade que várias delas são perigosas para o ser humano, mas sua má reputação não se justifica de forma alguma. Esses animais são fascinantes muito além de sua letalidade e seu veneno.


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