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Como as orcas são classificadas?

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As orcas mudam seus hábitos e sua morfologia em função do habitat. No entanto, esse processo é um pouco mais complexo do que parece. Você quer saber por quê?
Como as orcas são classificadas?
Última atualização: 09 março, 2022

Popularmente conhecidas como baleias assassinas, as orcas estão longe de merecer essa alcunha. Na verdade, são animais fascinantes de se observar, especialmente por causa de sua grande inteligência.

Sua distribuição é tão ampla que diferentes grupos desenvolveram adaptações específicas em aspectos como morfologia, dieta, comportamento e até genética, razão pela qual diferentes espécies foram propostas para algumas delas. Se despertamos a sua curiosidade, continue com a gente para saber mais.

A classificação taxonômica das orcas

A orca (Orcinus orca) é uma espécie de cetáceo odontoceto pertencente à família Delphinidae. É a maior espécie de delfínio e a única espécie atualmente reconhecida dentro do gênero Orcinus. Especificamente, sua classificação é a seguinte:

  • Reino: Animalia.
  • Filo: Chordata.
  • Classe: Mammalia.
  • Ordem: Cetacea.
  • Subordem: Odontoceti.
  • Família: Delphinidae.
  • Subfamília: Orcininae.
  • Gênero: Orcinus.
  • Espécie: Orcinus orca.

 

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Características físicas

A orca possui compleição robusta e coloração branca e preta, em que cada indivíduo possui seu próprio padrão. A sua característica mais marcante, além do seu enorme tamanho, é a longa barbatana dorsal, que pode atingir quase 2 metros de comprimento em machos grandes.

É uma espécie em que se observa dimorfismo sexual em termos de tamanho: os machos podem atingir 9 metros e pesar 6 toneladas, enquanto as fêmeas permanecem com 4 toneladas e 7 metros de comprimento. As fêmeas também têm uma barbatana dorsal menor.

Reprodução e alimentação

As orcas são superpredadoras, ou seja, não têm inimigos naturais e estão no topo da cadeia alimentar de seu ecossistema. Elas consomem cerca de 5% de seu peso diariamente na forma de presas variadas, desde pequenos peixes e lulas a tubarões, e até outras baleias. Sua alimentação se adapta ao local onde se encontram e à época do ano.

Quanto à reprodução, as fêmeas são capazes de conceber a partir dos 6 anos de idade aproximadamente. Os machos, por outro lado, não são férteis até os 10 anos de idade.

Por serem animais tão inteligentes, têm uma longa infância na qual devem aprender tudo o que precisam para sobreviver antes de terem filhotes.

A fêmea geralmente dá à luz um único filhote a cada 5-6 anos, porque se ela ainda estiver cuidando de um filhote, este já será independente o suficiente para que a mãe possa cuidar de um recém-nascido. A gestação varia entre 15 e 18 meses e a prole pode medir 2,5 metros ao nascer, pesando 200 quilos.

Estado de conservação

Devido à sua ampla distribuição, não há dados suficientes para estimar o número exato de orcas que existem no mundo. Elas estão protegidas por leis internacionais que tentam impedir sua caça, mas também são ameaçadas por incursões petrolíferas em alto mar, pela pesca insustentável e pelas mudanças climáticas.

O comportamento das orcas

São animais sociais, pois vivem em grupos estruturados e com um complexo sistema de comunicação. O número de indivíduos varia de acordo com a região em que vivem, embora seja raro encontrar grupos com mais de 20 orcas.

Sua hierarquia é matriarcal e baseada no parentesco, ou seja, a fêmea dominante é a mais velha e mãe de todos os demais integrantes do grupo e, portanto, a mais experiente em termos de sobrevivência. Os machos adultos geralmente protegem o grupo nas laterais, deixando os filhotes e as mães no centro.

Os laços entre os indivíduos são fortes e sólidos graças ao seu complexo sistema de comunicação. Com uma mistura de posturas, gestos e sons audíveis e inaudíveis, as orcas são capazes de transmitir todas as informações necessárias para sua alimentação, proteção e socialização.

Cada grupo tem uma série de sinais auditivos estáveis que se repetem quando estão em um grupo como uma forma de verificação periódica. Isso é chamado de ‘dialeto’ e é o equivalente a “Como você está? Tudo bem?” dos humanos.

Sua inteligência também é notável: foram observados em estudos em cativeiro comportamentos colaborativos para a caça, empatia, solução de problemas e até mesmo conceitos matemáticos. Tanto que se propôs considerá-las, junto com os golfinhos, pessoas não humanas no âmbito dos direitos legais.

Tipos de orcas

Como as orcas estão distribuídas por todos os oceanos e seus costumes, sua alimentação e sua cultura mudam dependendo disso, elas foram classificadas em 3 tipos de grupos: residentes, transeuntes e marítimos.

Residentes

As orcas residentes são aquelas que vivem mais perto da costa. A unidade mínima geralmente é composta pela fêmea-guia, seus filhos e netos, com uma média de 6 indivíduos. Essas unidades podem se reunir por um tempo com outros grupos aparentados de orcas que têm dialetos semelhantes.

Geralmente, as orcas residentes não viajam longas distâncias, então compartilham uma característica física comum: sua nadadeira dorsal é curva e a ponta tem o formato de uma esfera. Alimentam-se principalmente de peixes e lulas.

Transeuntes

Ao contrário das anteriores, as orcas transeuntes viajam longas distâncias e não ficam no mesmo lugar por muito tempo. Sua barbatana dorsal é triangular e afiada. Sua dieta consiste em animais maiores, como focas ou tartarugas marinhas.

Os grupos costumam ser menores, geralmente compostos por uma fêmea adulta e sua prole. É bastante comum que os filhos deixem o grupo familiar para formar sua própria unidade, especialmente no caso das fêmeas. Também são observados machos solitários transeuntes.

Marítimas

As orcas marítimas têm barbatanas dorsais curvadas e geralmente são menores. Elas vivem muito longe da costa, uma média de 25 quilômetros, e formam grupos muito maiores, de 20 a 75 indivíduos. Elas também comem animais maiores, incluindo tubarões.

A estrutura familiar das orcas marítimas foi pouco estudada. No entanto, sabe-se que são grupos dinâmicos, com frequente troca de indivíduos entre os grupos.

 

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As orcas são tão complexas que não podem ser completamente descritas em apenas algumas linhas. No entanto, mesmo com o pouco que esclarecemos sobre sua natureza, podemos notar a presença de dialetos, as diferentes populações, a cultura e seu incrível intelecto. Muitos pesquisadores dedicam suas vidas a decifrar esses animais, pois diante de tudo isso surge uma pergunta inevitável: será que somos realmente tão diferentes?


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