Criação de canários: tudo o que você precisa saber

Ao longo dos anos, o trabalho dos criadores de canários tem se refletido na história através das várias raças que existem na criação de canários. Atualmente, todos eles são agrupados em 3 tipos.
Criação de canários: tudo o que você precisa saber
Cesar Paul Gonzalez Gonzalez

Escrito e verificado por o biólogo Cesar Paul Gonzalez Gonzalez.

Última atualização: 21 dezembro, 2022

Os pássaros são um dos animais de estimação mais comuns hoje em dia, em grande parte devido à sua bela capacidade de cantar e às cores que exibem. O canário é uma espécie carismática, procurada pela sua plumagem vibrante e pelo seu tamanho compacto. Além disso, a criação de canários é uma atividade praticada há muitos anos e não costuma ser tão complicada, por isso é considerada como a primeira opção quando se deseja ter um animal de estimação.

Como acontece com qualquer animal, antes de ter canários em casa é necessário conhecer seus cuidados e necessidades. Na verdade, essas medidas devem ser tomadas com maior firmeza quando se pretende realizar a criação de algumas espécies. Por essa razão, neste espaço explicaremos os requisitos e as recomendações que ajudarão você a cuidar bem dessa bela ave. Continue lendo e descubra tudo o que você precisa para começar a criar.

Origem dos canários

O canário é uma ave alegre e ativa de tamanhos compactos que chegam a 13 centímetros de altura. As cores habituais dessas aves são uma combinação de amarelo, com linhas cinzentas e verdes, que no seu habitat os ajudam a se camuflar entre a vegetação. Da mesma forma, outro de seus aspectos característicos é seu canto, que é muito marcante e o entrega dentro de seu ambiente.

A espécie selvagem é chamada Serinus canaria, mas são chamados de “canários” por causa das ilhas onde foram descobertos. Na verdade, acredita-se que os primeiros exemplares chegaram à Europa em 1402, como parte de presentes feitos ao então rei de Castela. Durante esse período, a conquista das Ilhas Canárias fez com que a Espanha mantivesse o controle de tão belas aves.

O comércio dessa ave se tornou tão popular que no século XVII surgem as primeiras leis aprovando a sua criação e venda. É nessa época que os canários passam por um processo de seleção artificial, onde são geradas as diferentes linhagens domésticas que dão origem aos exemplares de hoje.

Época de reprodução

Na natureza, o ciclo reprodutivo do canário é sazonal, começando na primavera e terminando no verão. Por essa razão, os meses em que a criação de canários deve ser preparada deve ser entre março e junho. Isso significa que os casais, a gaiola e o ninho devem ser escolhidos e as condições ideais para o acasalamento devem ser criadas com alguns meses de antecedência.

Escolha do parceiro do canário

Em primeiro lugar, deve-se enfatizar que a melhor idade para os canários iniciarem a reprodução é quando eles têm um ano de idade. Embora seja verdade que essas aves atingem a maturidade sexual aos 6 ou 9 meses de idade, eles ainda são muito jovens para enfrentar o processo.

Uma vez que você sabe quem são os indivíduos com idade suficiente, a única coisa que resta a fazer é observar as características de comportamento, canto e cor. Esse processo deve ser realizado pelo menos um mês antes da época de reprodução para que os animais possam viver juntos e não haja brigas entre eles.

Em alguns lugares, é mencionado que é necessário cruzar canários que tenham as mesmas características. No entanto, isso não é obrigatório. A realidade por trás disso é que nada acontece se você cruzar dois tipos diferentes de canários, pois as variações são apenas morfotipos da mesma espécie. Além disso, entre as consequências “mais fortes” estão a perda da pureza do espécime, que é mais estética do que biológica.

Ritual de acasalamento

Essa ave usa o seu canto como meio para atrair o seu parceiro, tentando incitá-lo a copular. Nesse momento, a fêmea pode apresentar um comportamento em que abaixa a cabeça e inclina o corpo em sinal de aprovação. Dessa forma, o macho sobe em cima da fêmea para tentar inseminá-la e fertilizá-la. Esse evento se repete várias vezes ao longo do dia para garantir que a fêmea seja fertilizada.

Em relação a esse evento em cativeiro, existem algumas variáveis que podemos modificar, pois a formação de pares pode ser forçada. Conseguimos isso deixando ambos interagirem na mesma gaiola, mas com um separador entre eles. Como resultado disso, o casal se acostuma a ficar junto e é mais fácil para a fêmea aceitar o macho para a cópula.

Este último é um processo importante para a criação de canários, pois se você não o fizer, poderá causar brigas que levarão a sérios danos aos seus animais de estimação. Lembre-se de que o processo deve ser realizado com bastante antecedência para garantir que ambos se conheçam quando chegar o acasalamento. Com esse método, a única coisa que você terá que fazer é remover o separador para que eles tenham contato físico.

Escolha da gaiola e do ninho

Ao escolher a gaiola para reprodução de canários, é importante buscar manter o conforto das aves. Para isso, as gaiolas para uma única amostra devem cumprir pelo menos as seguintes medidas e condições:

  • Tamanho mínimo (centímetros): 25 de comprimento, 17 de largura e 23 de altura.
  • Poleiros (bastões que permitem descansar): 3, dispostos ao longo da gaiola, evitando que fiquem um em cima do outro.
  • Recipientes para alimentos: água e canteiro, colocados em locais opostos. A água deve ser trocada todos os dias.
  • Forma da gaiola: quadrada, as com bordas arredondadas fazem perder espaço.
  • Banheiras: um recipiente longo de plástico com água deve ser oferecido 2 ou 3 vezes por semana.

No entanto, é necessário ressaltar que para canários em reprodução, as características devem ser estendidas, pois eles precisam de espaços muito maiores. Nesse sentido, é necessário, no mínimo:

  • Tamanho mínimo (centímetros): 56 de comprimento, 30 de largura e 41 de altura.
  • Poleiros (bastões que permitem descansar): 4, dispostos ao longo da gaiola, evitando que fiquem um em cima do outro.
  • Recipientes para alimentos: água e canteiro, colocados em locais opostos. A água deve ser trocada todos os dias.
  • Forma da gaiola: quadrada
  • Divisor: que divide a gaiola ao meio, mas permite que o casal se veja e interaja pouco.
  • Banheiras: um recipiente longo de plástico com água que deve ser oferecido 2 ou 3 vezes por semana.

Quando se trata do ninho, uma das melhores opções é optar por aqueles que são vendidos comercialmente. Isso evita ter que dar a eles algum tipo de substrato para que construam o ninho do zero. Apesar disso, recomenda-se que sejam fornecidos junto com feno, fios de juta ou pelos de cabra, para que terminem de retocá-lo à vontade. Claro, evite usar algodão a todo custo, pois é um elemento perigoso.

Onde guardar a gaiola?

Os canários são organismos que, uma vez aclimatados, podem suportar bem o frio ameno. No entanto, eles são muito suscetíveis a mudanças bruscas de temperatura. Portanto, evite colocar a gaiola perto de saídas ou janelas. Além disso, a cozinha é um dos piores lugares para manter a gaiola, pois o calor e o ar úmido podem ser fatais para essas aves.

Colocação de ovos e cuidados

A postura ocorrerá alguns dias após o início da cópula. Para isso, a recomendação geral é extrair cada ovo do ninho assim que for posto, substituindo-os por um falso. Isso é feito para garantir que todos os filhotes nasçam no mesmo dia, evitando que os menores sejam relegados e morram de inanição.

Cada ovo extraído deve ser mantido em uma caixa, contendo pelo menos um pouco de areia ou substrato quente, para manter a temperatura. Os canários põem seus ovos diariamente, chegando a um total de 4 ou 5 filhotes. Ao encontrar o quarto ovo, todos os anteriores devem ser devolvidos para que a fêmea termine a incubação.

Cuidados com a prole em canários

Se tudo correr bem, após 15 dias os filhotes começam a eclodir. Nesse momento, a alimentação é um fator importante, pois os filhotes agora também dependerão dela. Por esse motivo, geralmente recebem mingau e vegetais, pensados para manter os filhotes fortes. Além disso, não é necessário alimentá-los diretamente, pois os pais cuidarão disso.

Após 18 ou 24 dias, os filhotes já mostrarão algumas de suas penas, porém, é necessário tomar cuidado para que a fêmea não as retire. Esse comportamento da mãe não é estranho, pois ela tenta construir um novo ninho com essas penas. Para remediar o problema, basta acrescentar outro ninho artificial com um pouco de substrato. Lembre-se de que o manejo dos pintinhos só é feito se a situação se justificar.

Abandono do ninho

Dentro de aproximadamente 30 dias após a eclosão, os filhotes se tornam capazes de deixar o ninho. Por isso, uma boa opção é separá-los de seus pais, e mantê-los em uma gaiola tipo “voadora”, para que possam se exercitar e se desenvolver. Na verdade, isso é importante, pois os pais podem acasalar novamente, então eles precisarão de seu espaço privado.

Lembre-se de que se você quer manter a saúde de seus pássaros, a melhor opção é ter gaiolas grandes que permitam que eles voem como quiserem. As “voadoras”, que são gaiolas com altura considerável, costumam ser a opção fundamental para os amantes de pássaros. Além disso, se você tiver algum problema, procure um profissional para obter conselhos. Embora pareça simples, a criação de canários precisa de muito ímpeto e informação.


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