O que os falcões comem?

No caso raro de falcões não conseguirem matar suas vítimas mergulhando, eles têm um dente artificial em seu bico que ajuda a quebrar seus pescoços.
O que os falcões comem?
Cesar Paul Gonzalez Gonzalez

Escrito e verificado por o biólogo Cesar Paul Gonzalez Gonzalez.

Última atualização: 21 dezembro, 2022

Os falcões são um grupo de aves de rapina cuja aparência é diferente de outros organismos semelhantes (como as águias). Esses grandes animais se especializam em atingir altas velocidades para garantir a captura de suas presas. Devido à sua distribuição, a lista de suas vítimas é bastante grande.

Essas aves pertencem à ordem dos falconiformes, localizados por sua vez na família Falconidae, cujo nome vem da palavra latina para “falcão” (falco). Se você quer saber como esses lindos animais caçam e o que comem, não deixe de ler este artigo.

Quem são os falcões?

A família dos falcões representa um agrupamento de aves diurnas com excelente visão e bicos e garras afiadas. Dentro dessa classificação são encontrados desde pequenos espécimes (apenas 35 gramas) até espécies grandes que excedem 1,7 kg. Sua plumagem geralmente tem uma combinação de cores marrom, branco, preto e cinza com alguns efeitos de gradiente.

Esses grandes caçadores são considerados cosmopolitas, pois costumam ser encontrados em todo o mundo, com exceção da Antártica. Seu representante mais conhecido é o falcão-peregrino, que é capaz de voar sobre quase qualquer parte do mundo e está dividido em várias subespécies.

As aves desse grupo têm grande preferência por climas quentes, por isso sua diversidade é maior nessas áreas.

Embora seja muito difícil identificar uma ave durante o voo no céu, é possível reconhecer a aparência dos falcões de longe. Isso é possível através da observação de suas asas (pois terminam em uma ponta) e seu vôo constante de batidas de asas flexíveis, cujo movimento parece revelar a ondulação das asas.

Se isso não bastasse, seu canto poderia acabar revelando que é um falcão, por ser suave e diferente do de outras aves de rapina. No entanto, esse traço é difícil de identificar se você não for um especialista.

Uma das aves domésticas que estão em perigo de extinção.

O que os falcões comem?

Os falcões são considerados aves de rapina devido à sua grande capacidade de caça. Por isso mesmo, sua dieta é carnívora e até seu corpo se adaptou com garras e bicos afiados. O tipo de animal que costumam caçar depende muito do tamanho do falcão: embora sejam capazes de desferir um golpe letal, não poderão carregar sua comida se ela for muito grande.

Os 4 grupos de presas potenciais para essas aves são os seguintes:

  • Aves: os pássaros pequenos costumam ser o grupo mais consumido e diverso na dieta do falcão. Alguns exemplos de presas são pombos, garças, pardais e caminheiros.
  • Mamíferos: morcegos e roedores.
  • Répteis: cobras e pequenos lagartos.
  • Artrópodes: são consumidos em menor quantidade. Entre eles estão cigarras, gorgulhos e escorpiões.

No momento em que capturam sua presa e a levam para um local seguro, os falcões começam a devorá-la em partes. Porém, eles não conseguem consumi-la completamente e deixam as sobras no chão para que outros tipos de necrófagos possam se alimentar.

Na verdade, essas aves às vezes capturam várias presas antes de comê-las para voltar horas depois e levá-las ao ninho. Na maioria das vezes, os falcões caçam mais do que comem, pois não conseguem carregar suas vítimas inteiras.

Além disso, como engolem suas presas sem mastigar, não conseguem digerir algumas de suas partes e produzem egagrópilas. Essas bolas de comida não digerida são regurgitadas pelo falcão para evitar que permaneçam em seu estômago.

Como os falcões caçam?

Esses excelentes caçadores empoleiram-se nos lugares mais altos para aumentar seu campo de visão. Dessa forma, eles podem monitorar a presa e selecionar aquela que é mais suscetível. Depois de identificá-la, eles começam a levantar vôo para poder descer a uma velocidade superior a 320 quilômetros por hora.

Peneireiros “parados” no ar

Embora menores, os peneireiros também pertencem ao grupo dos falcões e seu porte se assemelha ao de uma rolinha, com cerca de 30 ou 36 centímetros de comprimento. Apesar do tamanho, possuem uma forma peculiar de caça, pois utilizam o voo estacionário, uma estratégia que lhes permite parar no ar a 10 ou 20 metros acima do nível do mar.

O falcão usa essa técnica para rastrear sua presa, mantendo uma visão panorâmica da área. Assim que detecta sua vítima, ele se lança sobre ela para capturá-la e engoli-la na hora. Como se não bastasse, essas espécies são muito acrobáticas, por isso têm melhor flexibilidade de movimento na caça do que os falcões comuns.

Um falcão-peregrino abrindo suas asas.

Como você pode ver, a preferência de alguns membros do grupo dos falcões se torna um incentivo para que sejam usados em situações específicas. Por exemplo, em aeroportos eles são liberados por um tempo para assustar e eliminar pássaros próximos, o que permite maior segurança na decolagem.

Dessa forma, esses organismos apresentam grande potencial como controladores populacionais, algo muito útil para a eliminação de pragas aéreas. Eles também são essenciais nos ecossistemas dos quais fazem parte, por isso é de grande importância protegê-los a todo custo.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Santillán, M. A., TRAVAINI, A., & FERNÁNDEZ, J. (2010). Dieta del Halcón Peregrino (Falco peregrinus) en la Ría Deseado, Patagonia austral, Argentina. Boletín Chileno de Ornitología, 16(1), 1-8.
  • Johansson, C., Linder, E., Hardin, P., & White, C. (1998). Bill and body size in the peregrine falcon, north versus south: is size adaptive?. Journal of Biogeography, 25(2), 265-273.
  • Johnson, J. A., Talbot, S. L., Sage, G. K., Burnham, K. K., Brown, J. W., Maechtle, T. L., … & Mindell, D. P. (2010). The use of genetics for the management of a recovering population: temporal assessment of migratory peregrine falcons in North America. PLoS One, 5(11), e14042.
  • Warkentin, I. G., & West, N. H. (1990). Ecological energetics of wintering Merlins Falco columbarius. Physiological Zoology, 63(2), 308-333.
    e Silva, R. S. (1997). Ecology and behavior of wintering Falco peregrinus (Falconiformes: Falconidae) in southeastern Brazil.
  • Zubair, M., Shukkur, E. A. A., Azeez, P. A., & Jayson, E. A. (2011). Feeding behaviour of three species of falcons in the wild in united arab emirates. Millenium Zool, 12, 13-19.
  • Dekker, D. (2009). Hunting tactics of Peregrines and other falcons. Hancock House.
  • Trejo, A., & Ojeda, V. (2002). Identificación de egagrópilas de aves rapaces en ambientes boscosos y ecotonales del noroeste de la Patagonia Argentina. Ornitología neotropical, 13(3), 313-317.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.