Características da foca-caranguejeira

Para caçar, a foca-caranguejeira é capaz de mergulhar a 600 metros de profundidade nas frias águas da Antártida.
Características da foca-caranguejeira

Última atualização: 14 novembro, 2019

A foca-caranguejeira é um dos focídeos mais velozes – na água – que vive apenas na Antártida. Embora tenha esse nome, o mais curioso é que ela não se alimenta de caranguejos, e sim de krill, assim como as baleias. Neste artigo, vamos falar mais sobre ela.

Características e habitat da foca-caranguejeira

O seu nome científico é Lobodon carcinophagus e ela faz parte do grupo dos mamíferos pinípedes e da família dos focídeos. Com uma população de milhões de espécimes, tem como habitat o Círculo Polar Antártico há nada menos do que 25 milhões de anos.

Ainda assim, nas últimas décadas, algumas focas-caranguejeiras foram vistas na América do Sul, na Nova Zelândia e na Austrália.

Essa foca mede cerca de 2,5 metros e pesa entre 200 e 300 quilos quando atinge a idade adulta, o que ocorre por volta dos cinco anos de idade. As fêmeas são mais pesadas do que os machos, mas durante a fase de amamentação elas podem perder até 50% do seu peso corporal.

Embora você possa não acreditar, ambos os sexos têm um físico bastante ‘esbelto’ em comparação com outras focas, porque o seu corpo é bem alongado. A cor da sua pelagem varia de acordo com a época do ano: cinza claro no verão e cinza escuro no inverno.

As barbatanas são mais escuras do que o restante do corpo durante o ano inteiro. O seu focinho é pontudo e a sua cabeça é bem fina.

Foca deitada sobre o gelo

Alimentação e comportamento da foca-caranguejeira

Por causa desse nome, poderíamos pensar que a foca-caranguejeira se alimenta de caranguejos, mas eles geralmente não habitam a Antártida, onde a comida é bastante escassa. Em vez disso, sua dieta é composta por krill, da mesma forma que ocorre com as baleias.

Mesmo que houvesse presas maiores no seu habitat, essa foca não poderia pegá-las devido ao formato da sua boca e à distribuição dos seus dentes, que formam uma espécie de peneira que atua como um filtro para remover os alimentos da água.

Por isso, ela mergulha a até 600 metros de profundidade nas águas frias para caçar, nadando com a boca semiaberta para capturar esses minúsculos crustáceos. Para terminar de comer, ela chega bem perto da superfície do mar, a cerca de 20 metros de profundidade.

Quanto à sua organização social, a foca-caranguejeira vive em grupos familiares e monta a sua casa entre blocos de gelo (ela é pagófila). Na temporada de acasalamento – entre outubro e dezembro – os machos brigam para conseguir as ‘melhores’ fêmeas.

Espécimes de foca na Antártida

Depois de acasalar, os machos ficam ao lado da fêmea durante a gravidez – que dura 11 meses – e cuidam dos filhotes. Cada gestação produz apenas um filhote, pesando cerca de 35 quilos.

A mãe o amamenta por um mês – durante esse período, eles permanecem deitados no gelo, sem se mexer – e o filhote permanece no grupo familiar até os quatro anos de idade, quando atinge a maturidade sexual e precisa formar a sua própria família.

Um dos comportamentos mais curiosos da foca-caranguejeira ocorre quando ela sente que está próxima da morte (a sua expectativa de vida gira em torno dos 20 anos). Ela deixa a sua casa entre os blocos de gelo e nada por mais de 20 quilômetros, para as geleiras interiores, onde finalmente morre.

Predadores

Os principais predadores da foca-caranguejeira são as orcas e as focas-leopardo. Quando conseguem sobreviver aos ataques – elas escapam nadando a mais de 25 km/h – ficam com inúmeras cicatrizes no corpo.

Outras ameaças para a foca-caranguejeira são a caça e a pesca indiscriminadas, que ocorrem mesmo nas áreas inóspitas onde vivem. A boa notícia é que, ainda assim, o seu estado de conservação – por enquanto – é bom e ela não corre risco de extinção.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Crespo, E. A., García, N. A., Dans, S. L., & Pedraza, S. N. (2002). Atlas de Sensibilidad Ambiental de la Costa y el Mar Argentino Mamíferos marinos Pinnípedos antárticos y subantárticos. Bengston J. L. King J. E. New Scientist American Naturalist Rogers T. L. Thomas J. A. Thomas J. A.


Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.