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O gavião-real: habitat e características

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A harpia, ou gavião-real, é a maior ave do hemisfério ocidental, característica que a torna uma das maiores aves predadoras do mundo.
O gavião-real: habitat e características
Última atualização: 03 fevereiro, 2020

O gavião-real (Haria harpyja) é uma espécie de ave de rapina diurna da ordem accipitriforme e da família Accipitridae. É a maior águia do hemisfério ocidental e do sul e a única espécie do gênero Harpia. O nome desta águia foi inspirado nas harpias, seres mitológicos gregos metade mulher e metade ave.

Características e habitat do gavião-real

As dimensões médias do gavião-real fêmea são 100 centímetros de comprimento, 200 centímetros de envergadura – distância entre as extremidades das asas – e um peso de nove quilos.

O macho é menor, com 196 centímetros de envergadura e um peso de oito quilos. O corpo do gavião-real geralmente é mais robusto e mais longo que o de outras grandes águias.

A cabeça dos adultos é de cor branca, com uma crista muito característica e marcante, cuja plumagem acinzentada e erétil se assemelha à forma de chifres. A parte de trás do corpo e as asas são pretas.

Em contraste, a plumagem sob as asas e do torso é branca, e apenas o peito, na parte superior, é atravessado por uma faixa larga preta. A cauda é preta com três faixas acinzentadas.

O bico é de cor cinza muito escuro: possui um bico forte e garras que podem atingir 15 centímetros de comprimento. Seus olhos têm uma íris cor de chocolate e, ocasionalmente, pode ser de cor amarela. A pele das patas é amarela clara, enquanto as unhas são de cor cinza muito escuro.

O gavião-real habita as florestas tropicais pouco intervencionadas, com alturas variando entre 600 e 2.000 metros. Sua presença se estende desde o sudeste do México, passando pela América Central (Belize, Guatemala, Honduras, Costa Rica, Nicarágua e Panamá), Colômbia, Bolívia, Peru, Equador, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa, até o sudeste do Brasil, Paraguai e norte da Argentina.

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Alimentação do gavião-real

Sua morfologia está adaptada ao habitat em que caça. Suas asas não são tão longas, embora largas em relação ao tronco, uma característica que lhe permite voar sob as copas densas das árvores.

A crista e a coroa de plumas, além de serem um sinal de alerta, têm a função de redirecionar os sons para os ouvidos. Com sua visão aguda, podem perceber rapidamente os menores movimentos de suas presas entre as folhas espessas.

É uma espécie predadora: suas presas favoritas são mamíferos arbóreos, como diferentes espécies de macacos, preguiças, etc. Também se alimenta de aves e répteis, como iguanas, cobras e araras, e de espécies terrestres de tamanho médio, como veados, queixadas, tatus e outros.

Reprodução do gavião-real

Ele só é visto em casal quando está no período de reprodução; no restante do tempo, é uma ave solitária. A idade reprodutiva do gavião-real começa aos quatro ou cinco anos e eles se reproduzem aproximadamente a cada dois ou três anos. Sua expectativa de vida é de até 40 anos.

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Seus ninhos são construídos com ramos e galhos secos nas copas das árvores, a uma altura de 20 a 50 metros. O ninho pode medir até dois metros de diâmetro e pesar até 100 kg. O casal trabalha junto em sua elaboração.

Os gaviões-reais põem entre um e dois ovos e, no caso de terem dois filhotes, apenas um sobrevive. Os ovos eclodem 56 dias após serem gerados. O macho alimenta a fêmea durante o período de incubação.

Quando o filhote nasce, ambos os pais se revezam para alimentá-lo. No entanto, quando o bebê se desenvolve, o macho cuida dele com cada vez menos frequência, e logo apenas a fêmea fica responsável. A cria cresce lentamente e precisa do apoio dos pais, pelo menos durante os três primeiros anos de vida.

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Fonte: www.especiesendemicas.com

Estado de preservação

Na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), o gavião-real é listado como uma espécie quase ameaçada. Isso ocorre porque suas populações diminuíram lenta mas constantemente. Sua tendência demográfica é descendente e estima-se que existam menos de 50.000 exemplares atualmente.

A destruição de seu habitat está causando seu desaparecimento em muitas partes de sua área biogeográfica, principalmente na América Central. No caso da Argentina, a espécie é classificada como ameaçada de extinção por vários locais, e na Colômbia é considerada quase ameaçada, enquanto no Equador é vulnerável e na Venezuela está em perigo de extinção.

As ameaças às quais esta espécie está sujeita vêm da perda progressiva de seu habitat como resultado do desmatamento e da caça. Isso não afeta apenas a ave em questão, mas também os animais que ela ataca.

Já no Panamá, devido ao seu status de pássaro nacional, ele é protegido, e também aparece no brasão do país. Por outro lado, no Equador há um programa de conservação que trabalha com as comunidades que compartilham seus territórios.

Em 1992, foi lançado o Projeto de Conservação do Gavião-Real na Venezuela. Essa iniciativa tem como objetivo principal a preservação da população dessas águias no país, bem como a criação e proteção de corredores ecológicos, que permitam o intercâmbio genético entre as diferentes populações do país.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  1. BirdLife International (2013). Harpia harpyja. Lista Roja de especies amenazadas de la UICN.
  2. Sharpe, C. J.; Ascanio, D. & Rojas-Suárez, F. (2015). “Águila arpía, Harpia harpyja”. En: J.P. Rodríguez, A. García-Rawlins y F. Rojas-Suárez (eds.), Libro Rojo de la Fauna Venezolana. Caracas: Provita y Fundación Empresas Polar.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.