Habitat do petauro-do-açúcar

O petauro-do-açúcar é um mamífero pertencente à família dos petauridae, que inclui marsupiais endêmicos da Oceania.

Escrito e verificado por a bióloga Paloma de los Milagros.

Última atualização: 21 dezembro, 2022

O petauro-do-açúcar, chamado cientificamente de Petaurus breviceps, é um mamífero pertencente à família dos petauridae, que inclui marsupiais endêmicos da Oceania.

Seu habitat natural são as florestas de eucalipto do norte e leste da Austrália, embora também seja encontrado na Nova Guiné e em algumas ilhas do arquipélago de Bismarck. Na Tasmânia, é considerada uma espécie introduzida a partir da primeira metade do século XIX.

Morfologia, reprodução e dieta do petauro-do-açúcar

Esse marsupial é caracterizado por seu pequeno tamanho de 20 centímetros, uma dimensão que também pode incluir sua longa cauda. Com pescoço curto e orelhas e olhos grandes, destaca-se pela membrana deslizante, em ambos os lados do corpo, que lhe permite deslizar entre as árvores. Além disso, as fêmeas têm uma bolsa correspondente com duas ou quatro tetas.

O pelo grosso e liso do petauro-do-açúcar tem uma tonalidade cinza-azulada nas costas e esbranquiçada na barriga. Uma faixa preta passa pelo nariz e vai até o meio das costas, além de outras linhas mais finas entre as orelhas, os olhos e o focinho. A expectativa de vida é de cerca de 10 anos, embora possa ser dobrada em condições de cativeiro.

Eles atingem a maturidade sexual durante o primeiro ano, embora no sexo masculino geralmente isso ocorra ainda mais cedo, por volta do quarto mês. As fêmeas têm dois úteros, razão pela qual os machos têm um pênis bifurcado.

Na natureza, eles se reproduzem duas vezes por ano, e o período de gestação dura entre 15 e 20 dias. Os filhotes, um ou dois, têm um peso médio de 0,2 gramas e permanecem na bolsa por cerca de 60 dias.

Aproximadamente 50 dias mais tarde, após adquirirem um tamanho adequado e um pelo espesso que lhes permite a termorregulação, são considerados autônomos.

O petauro-do-açúcar também é conhecido como planador do açúcar, devido à sua preferência por alimentos açucarados como néctares, frutas ou pólen. Anatomicamente, abriga um ceco altamente desenvolvido que facilita a digestão de carboidratos complexos.

No entanto, sua dieta não inclui apenas vegetais, pois são onívoros oportunistas altamente dependentes da sazonalidade. Assim, eles podem adotar uma dieta carnívora baseada em insetos, lagartos e pequenos pássaros.

Conduta e estado de conservação

É um animal muito ativo e principalmente noturno, daí a presença de dois olhos altamente desenvolvidos. Caracteriza-se por planar no ar para avançar entre as árvores, e isso pode exceder os 50 centímetros de distância. Para fazer isso, ele expõe suas extremidades, desdobrando as membranas deslizantes dos dois lados do corpo.

Organizam-se em grupos de várias fêmeas com seus respectivos filhotes e podem contar com a presença de até sete machos.

Esses grupos adotam um comportamento exclusivo e territorial em relação a indivíduos estrangeiros. O cheiro é fundamental para seu reconhecimento, além da questão dos “latidos” e “assobios” normalmente emitidos em situações de alerta.

Apesar da perda de parte do seu habitat natural na Austrália, seu risco de conservação é considerado de ‘menor preocupação’ pela UICN. Nesse país, existe uma lei que exige sua proteção a nível federal, promovida pela extinção recente de outros marsupiais relacionados. No entanto, ainda existem casos de caça furtiva para vender sua pele no mercado negro.

Além disso, seu pequeno tamanho, juntamente com sua morfologia peculiar, o tornou popular como animal de companhia nos Estados Unidos. Todos os países impedem sua comercialização, principalmente aqueles no qual ele é endêmico.

Embora a expectativa de vida possa dobrar em condições de cativeiro, a qualidade de vida na natureza não é comparável à oferecida no ambiente doméstico. São animais selvagens, daí a sua fisionomia feita para pular, escalar e voar.