Mamíferos placentários: tipos e características
A curiosidade inata do ser humano sempre buscou responder à seguinte questão: quem somos nós? Biologicamente, estamos classificados no grupo dos mamíferos placentários. No entanto, esse táxon, por sua vez, engloba outras ordens, formadas por animais muito diversos e interessantes.
Por exemplo, você sabia que nesse grupo estão incluídos animais bem conhecidos, como os pangolins, os elefantes, os musaranhos e os primatas? Além disso, também inclui animais com nomes originais como os dugongos, os damãos, os tupaias e muitos outros. A seguir, vamos contar tudo o que você precisa saber sobre esse impressionante táxon animal.
O que são os mamíferos placentários?
De todos os seres vivos que constituem o planeta Terra, os mamíferos ocupam as primeiras posições em termos de popularidade. Apesar de sua grande complexidade, são mais conhecidos do que outros grupos de seres vivos, como os invertebrados ou as bactérias microscópicas. Curiosamente, os mamíferos representam apenas 12% da fauna descrita até hoje e os coleópteros são o maior grupo.
Por sua vez, esse grupo é subdividido em 3 clados: os monotremados (ovíparos), os metatérios (vivíparos marsupiais) e os eutérios (vivíparos placentários). Em relação aos mamíferos placentários ou eutérios, é importante destacar que eles são vivíparos, ou seja, o embrião se desenvolve dentro do útero materno.
Características dos mamíferos placentários
Suas duas principais características são a capacidade de colonização, visto que estão presentes em todos os continentes, e o desenvolvimento da placenta na qual o embrião cresce. Este último processo ocorre dentro do corpo materno. Quanto às demais características diferenciais, podemos citar as seguintes:
- São seres vivos cobertos de pelos. Com exceção dos ratos-toupeiras-pelados e algum outro táxon específico, todos os mamíferos têm pelos abundantes.
- Têm uma cauda vertebrada. Exceto no caso dos humanos e algumas outras exceções, a cauda nos mamíferos serve para armazenar energia, manter o equilíbrio ou para a termorregulação.
- Têm dentes adaptados à alimentação. A dentição de uma vaca e de um leão não tem nada a ver uma com a outra.
- Possuem um cérebro maior do que o de outros animais.
- Um comportamento mais próximo. A linguagem corporal dos mamíferos é difícil de decifrar, mas a musculatura facial permite que possamos nos entender na comunicação entre espécies. Se um mamífero aperta os olhos e mostra os dentes, todos nós entendemos que alguma coisa está errada.
Ordens de mamíferos placentários
Da mesma forma, o clado dos mamíferos placentários se subdivide em diferentes ordens, nas quais são reunidas todas as espécies que, por enquanto, fazem parte dele. Normalmente, esses animais são associados de acordo com características comuns ou traços relacionados dentro de cada ordem, que, por sua vez, se diferencia em famílias, gêneros e espécies.
Existem mais de 18 ordens de mamíferos, das quais apenas 5 serão explicadas neste espaço, para um melhor entendimento e detalhamento. No entanto, não comentaremos ordens conhecidas como: Rodentia (porquinhos-da-índia e ratos), Lagomorpha (coelhos e lebres), Cetacea (baleias) ou Perissodactyla (cavalos e rinocerontes).
As demais são citados rapidamente a seguir: Xenarthra (tatus e preguiças); Pholidota (pangolins); Hyracoidea (damãos); Tubulidentata (porco-formigueiro); Scadentia (tupaias ou musaranhos); Dermoptera (colugos); Macroscelidea (musaranhos-elefantes); Chiroptera (morcegos) e Artiodactyla.
Esta última ordem (Artiodactyla) é muito curiosa, pois inclui espécies tão diversas quanto camelos, ruminantes, porcos ou hipopótamos. A seguir, confira a descrição de 5 dos variados grupos de mamíferos placentários.
Os quirópteros (morcegos) e os roedores são as ordens mais abundantes entre os mamíferos. Abrangem 1100 e 2280 espécies, respectivamente.
Primatas
O ser humano é um dos membros dessa ordem, junto com seus parentes mais próximos: os grandes símios, os gibões, os macacos ou os társios. Esse grupo também inclui os lêmures e os lóris, que somam um total de 276 espécies.
Sirenia
Os sirênios incluem um grande número de espécies diferentes, divididas em várias famílias. Um fato curioso é que eles foram filogeneticamente associados como a linhagem irmã da ordem Proboscidea, que abriga os elefantes. Também estão relacionados, embora de forma mais distante, à ordem Hyracoidea, que inclui a família dos damãos.
Os sirênios são os únicos mamíferos marinhos herbívoros, mais conhecidos como “vacas-marinhas”. São totalmente aquáticos e isso, somado ao seu tipo de alimentação, os diferencia de outros mamíferos de aparência semelhante, como focas e as morsas. Ademais, atualmente estão protegidos, pois estão a um passo da extinção.
Esses mamíferos aquáticos se subdividem em 2 famílias, ambas compostas por 1 e 3 espécies respectivamente. Apenas a título de conhecimento, são elas:
- Dugongidae: com Dugong dugon ou dugongo como a única espécie.
- Trichechidae: 3 espécies, dentro do gênero Trichehus.
Proboscidea
Essa ordem inclui numerosas espécies extintas amplamente conhecidas, como os mamutes. No entanto, atualmente os proboscídeos têm uma única família viva, Elephantidae, que é composta por 3 espécies diferentes de elefantes. Especificamente, essas espécies pertencem a 2 gêneros diferentes, um deles composto por 2 elefantes-africanos (elefante-da-savana e elefante-da-floresta) e o outro por uma única espécie de elefante-asiático:
- Asiático. Elephas maximus.
- Floresta. Loxodonta cyclotis.
- Savana. Loxodonta africana.
Carnivora
Os carnívoros constituem, junto com os primatas, as ordens mais conhecidas de mamíferos placentários. Provavelmente virão à sua mente exemplos de carnívoros do que de proboscídeos mais rapidamente. É normal, pois inclui até 271 espécies e grupos tão famosos quanto os seguintes:
- Felídeos.
- Canídeos
- Mustelídeos.
- Ursídeos.
- Procionídeos.
- Viverrídeos.
- Hienídeos.
Por sua vez, os carnívoros se dividem em 2 subordens, Feliformes (“forma de gato”) e Caniformes (“forma de cachorro”).
Insectivora
Embora seu nome sugira que essa ordem esteja relacionada aos insetos, isso só ocorre de certa forma. Na verdade, Insectivora é uma ordem em desuso, composta por mais de 400 espécies diferentes de mamíferos placentários que não cabiam em nenhum outro grupo, mas compartilhavam certas características.
Uma de suas características lhes deu um nome em comum: sua dieta se concentra principalmente em insetos e outros pequenos invertebrados e, por isso, foram chamados de insetívoros. Atualmente, as famílias que compõem essa ordem foram redistribuídas para outros táxons, que permanecem dentro do grupo dos mamíferos placentários. São eles:
- Afrosoricida: inclui a família Tenrecidae, com musaranhos, lontras ou tenrecos, e a família Chrysocloridae, toupeiras douradas africanas.
- Dermoptera: inclui a família Cynocephalidae, formada pelos colugos.
- Eulipotyphla: inclui a família dos ouriços e ratos lunares (Erinaceidae), musaranhos (Soricidae), almiquis (Solenodontidae) e a família das toupeiras (Talpidae).
- Macroscelidea: inclui a família Macroscelididae, formada pelos musaranhos-elefantes.
- Scadentia: táxon formado pelas tupaias, por sua vez pertencente à família Tupaiidae.
Atualmente, não se sabe como as ordens desse clado se relacionam entre si, uma vez que ainda são necessários mais espécimes do registro fóssil para confirmar ou descartar teorias.
Os mamíferos parecem um grupo numeroso, mas não podemos esquecer que os besouros, sozinhos, representam 25% de todas as espécies animais do mundo. Embora os mamíferos placentários tenham ganhado fama e atraído a atenção de fontes documentais, somos uma minoria em um mundo onde reinam os insetos.
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