Logo image
Logo image

Mergulhão de touca: a ave que tem um parque nacional

3 minutos
Isso ocorreu porque esta curiosa espécie está em perigo de extinção. Este espécime migra durante os invernos, porque as lagoas em que vivem ficam congeladas.
Mergulhão de touca: a ave que tem um parque nacional
Última atualização: 04 março, 2019

Alguns animais são conhecidos pelo seu tamanho, sua velocidade ou sua capacidade de voar grandes distâncias… Mas o mergulhão de touca tem o ‘orgulho’ de ter, nada mais e nada menos, um parque nacional, na Argentina. Saiba mais neste artigo.

Quem é o mergulhão de touca?

Seu nome científico é Podiceps gallardoi, e é uma pequena ave que vive na Patagônia argentina, especificamente na província de Santa Cruz. 

Parecida com um pato, esta ave foi descoberta em 1974, suas penas são pretas e brancas, tem bico preto, cabeça marrom e um círculo avermelhado ao redor dos olhos.

Reproduz-se em lagoas de planaltos altos, onde vive durante a primavera e o verão, entre os meses de setembro e março. 

Lá, o ambiente é frio e venta muito, mesmo nos meses de clima ameno, e a vegetação é escassa, típica da estepe patagônica.

Quando a estação de inverno chega, as lagoas congelam e o mergulhão de touca precisa emigrar. 

Durante anos, esse pequeno animal foi investigado para que se determinasse onde ficava durante o inverno. Finalmente, foi descoberto que ele viajava em direção aos estuários e à costa do Atlântico.

Outra característica que ficou conhecida através do estudo da espécie é que ela voa à noite, que vive em grandes grupos e que nada e mergulha muito bem.

Some figure

O mergulhão de touca realiza um cortejo sexual maravilhoso e, depois de encontrar um parceiro, constrói um ninho flutuante.

A fêmea põe dois ovos, mas apenas um dos filhotes sobrevive. Um dos principais problemas da espécie é que gaivotas, galeirões e martas – estes dois últimos introduzidos pelo homem – se alimentam de seus ovos e filhotes.

Além disso, não podemos ignorar a proliferação da truta arco-íris, que come o alimento dessas aves. 

A mudança climática também aumenta a velocidade dos ventos e causa grandes secas, ao mesmo tempo em que reduz o habitat reprodutivo da ave.

O Parque Nacional da Patagônia e o Mergulhão de touca

A população desta espécie diminuiu em 80% nas últimas duas décadas e acredita-se que existem atualmente cerca de 800 espécimes. 

Para evitar a extinção nos próximos anos, foi realizado um projeto para criar um parque nacional para protegê-los.

Um dos símbolos da natureza patagônica, o mergulhão de touca foi “contemplado” com uma reserva de mais de 50 mil hectares, onde vive e se reproduz, nas proximidades do importante lago Buenos Aires, em plena estepe.

Atualmente, um grupo de biólogos são os responsáveis por monitorar continuamente a população da espécie.

Além disso, eles realizam censos, estudam a rota migratória, avaliam as ameaças e controlam os visons e gaivotas, para que eles não comam os ovos e os filhotes dessas aves. E, claro, trabalham para aumentar a conscientização nas comunidades da área.

Some figure

O Parque Nacional Patagônia foi fundado em 2014 e o objetivo dos conservacionistas, além de salvar esse ‘pato‘ nativo, é evitar o mau uso da grande reserva hídrica do local: rios, córregos e nascentes que garantem água potável em uma região muito ampla.

Sobre o Parque Nacional…

Entre estes espelhos d’água, destacam-se lagoas e pântanos, onde várias aves migratórias nidificam e se alimentam e, claro, entre elas, está o mergulhão de touca. 

Claro, ele não é o único animal que está protegido neste local, uma vez que na área também vivem algumas espécies de lagartos, que ainda não foram estudados pelos cientistas.

A boa notícia é que, desde que o projeto começou, em 2009, e o parque nacional foi fundado cinco anos depois, o número de espécimes do mergulhão de touca foi estabilizado.

Ainda há um longo caminho a ser percorrido, pois o próximo passo é fazer com que o censo apresente resultados positivos, ou seja, que haja mais indivíduos do que na temporada anterior.

Por enquanto, essa ave, bastante desconhecida e vulnerável, tornou-se um símbolo da área e, é claro, ‘fundadora’ de um parque nacional.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.