Por que os macacos limpam uns aos outros?

Escrito e verificado por o veterinário Eugenio Fernández Suárez

Última atualização: 21 dezembro, 2022

Certamente, em mais de uma ocasião, você já viu em um santuário, zoológico ou documentário, macacos que limpam uns aos outros. Longe de ser apenas para remover pulgas e insetos, esse comportamento faz parte da espécie humana.

Por que os macacos limpam uns aos outros?

Quando os macacos limpam uns aos outros, eles não estão apenas eliminando parasitas. Esta ação tem uma enorme função social e quanto mais disso houver entre dois animais, melhor será o relacionamento deles.

Os seres humanos não deixaram os cuidados pessoais de lado. Embora comportamentos como uma boa conversa, um olhar ou uma dança possam reforçar os laços, as carícias humanas, fazer tranças e remover cravos da pele, ainda fazem parte do nosso DNA.

Além disso, quando os macacos limpam uns aos outros, há uma probabilidade maior de que comportamentos pró-sociais apareçam. Isto é, comportamentos de ajuda e altruísmo. Já que os primatas não humanos tendem a cooperar mais após essas sessões de “limpeza”, algo que tem sido visto em espécies como chimpanzés.

De fato, em muitas espécies os macacos limpam uns aos outros em troca de favores como comida, já os machos também usam essa estratégia para atrair fêmeas.

Outras funções

Os macacos limpam uns aos outros em diferentes contextos, como para fazer as pazes. Acredita-se que isso permita liberar tensões entre animais e restaurar o equilíbrio social, mesmo em eventos tão terríveis como o de uma guerra entre animais que durou quatro anos.

Assim, esse tipo de asseio é uma estratégia vital para manter a estabilidade em grupos de primatas, portanto, antes das lutas, geralmente é o vencedor que começa a fazê-lo. Mesmo que o animal derrotado continue com medo, ele pode ser consolado dessa forma por outro macaco.

Os macacos limpam uns aos outros para formar alianças; assim, um pedido de ajuda será melhor assistido por indivíduos que fortaleçam seus laços por meio desse tipo de asseio. Já que, na maioria dos primatas, é mais importante ter uma boa rede de contatos a terem que usar força bruta; um exemplo disso é o do bonobo.

O asseio em macacos não pode faltar

Primatas são especialmente sensíveis ao toque, e durante os primeiros estágios da vida ele é vital. Isso foi mostrado por um cientista chamado Harlow; embora, graças a ele, agora os órfãos de primatas humanos e não humanos tenham melhor cuidado, seus experimentos foram de grande crueldade.

Harlow criou grupos de macacos em total isolamento, e a outros deu a opção de crescerem com mães grotescas feitas de arame; os macacos preferiam as mães mais macias que podiam abraçar, embora ela não desse leite e eles morressem de fome.

Carícias humanas e o asseio dos macacos

Um estudo de antropologia revelou que a problema desse tipo de asseio é que ele não se relaciona com um grande número de animais, já que é necessário investir muito tempo em um único relacionamento. Há diferenças claras em como os macacos limpam uns aos outros, dependendo do tamanho do grupo.

É por isso que os humanos precisam de outras maneiras de se relacionar, já que temos grupos muito maiores: assim, os humanos usam conversas ou dançam para fortalecer as relações sociais.

Porém, as carícias ainda têm muito a ver com a nossa maneira de nos relacionarmos. Devemos nos lembrar que, embora não provenhamos do macaco, somos certamente primatas e compartilhamos comportamentos como este. As carícias também fortalecem as relações humanas e nos relaxam, como acontece com os primatas não humanos.