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Porco-espinho: precioso e ameaçado

4 minutos
Conheça o particular porco-espinho brasileiro, uma espécie ameaçada pela destruição do seu habitat natural.
Porco-espinho: precioso e ameaçado
Última atualização: 08 novembro, 2020

O porco-espinho é um dos animais mais peculiares da família dos roedores. Caracteriza-se por possuir o corpo coberto de espinhos, porém, não compartilha nenhum parentesco com ouriços ou equidnas.

Os porcos-espinhos podem ser encontrados na Europa, África, Índia e América. Alguns vivem em solos de pradarias, desertos e florestas, enquanto outros são arborícolas e passam a vida entre cipós e galhos.

Um corpo coberto de espinhos

O traço mais característico do porco-espinho são seus espinhos, já que um único exemplar pode ter até mais de 30 000 cobrindo seu corpo, e cada um deles pode medir mais de 30 centímetros de comprimento.

As puas são pelos modificados inseridos na musculatura do animal. Dependendo do gênero, podem ser encontrados em grupos ou intercalados com o pelo.

Através das puas é possível distinguir as diferentes espécies de porcos-espinhos. Elas são mantidas em posição horizontal enquanto o animal não estiver se sentindo ameaçado. Contudo, quando o porco-espinho está em perigo, ele eriça as costas, levantando suas milhares de puas como uma mensagem dissuasora de perigo ou ameaça.

Os espinhos podem ser liberados quando algo ou alguém entra em contato com eles ou podem ser lançados quando o animal balança seu corpo, mas não são disparados contra predadores em potencial.

É muito fácil que uma das puas acabe inserida na pele de outro animal ou do próprio indivíduo, mas não é tão fácil extraí-las. Cada uma das puas contém em sua ponta uma estrutura de espinhos microscópicas voltadas para trás que reduzem a força de penetração, mas maximizam a permanência na pele.

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O porco-espinho é um ótimo escalador

As espécies arborícolas habitam o continente americano, são ótimos escaladores e passam a maior parte do tempo nas árvores.

O gênero Coendou inclui os porcos-espinhos que habitam a região amazônica. Coendou prehensilis é o porco-espinho brasileiro ou apenas porco-espinho, e seu nome se refere à sua cauda preênsil, que facilita a escalada.

É um animal noturno e solitário, só interage com outros de sua espécie durante a época de reprodução ou em brigas intraespecíficas. Na verdade, esses animais emitem sinais olfativos para alertar os competidores em potencial de sua presença. Além disso, o ruído que seus espinhos fazem quando se chocam também é um sinal intimidador.

Durante o dia, eles descansam a cerca de seis metros de altura nas árvores. Durante a noite, tornam-se mais ativos e forrageiam entre as folhas jovens, caules, frutos, flores, raízes e cascas, pois sua dieta é principalmente herbívora.

Como o diferenciamos de outros porcos-espinhos?

O porco-espinho brasileiro é uma espécie de tamanho médio, com cerca de 55 centímetros de comprimento. É totalmente recoberto por longas puas tricolores, de base e ponta brancas e meio marrom. As puas são mais longas na parte superior das costas e afinam em direção à cauda.

Sua cabeça é arredondada, com nariz e lábios proeminentes e rosados. Suas orelhas são pequenas e estão escondidas entre as pontas da cabeça. A cauda é sem pontas, preênsil e quase do mesmo tamanho que a cabeça e o corpo juntos.

Espinhos antibióticos para curar “autopicadas”

O porco-espinho brasileiro não é a única espécie trepadeira no continente americano. Das 16 espécies arborícolas, 15 têm cauda preênsil. A espécie que não possui esse membro desenvolveu um mecanismo único para evitar se machucar ao se picar com suas próprias puas ao cair das árvores.

As puas do porco-espinho americano contêm um antibiótico tópico, portanto, mesmo que se piquem, não terão reação. O ataque de um desses animais pode ser bastante doloroso, tal é a sua eficácia, que os grandes felinos da África pensam duas vezes antes de caçar um porco-espinho.

As puas não são venenosas, mas podem infectar e penetrar em áreas delicadas como o rosto, as narinas as ou gengivas. Elas também podem atravessar áreas vitais, como o coração, ou grandes vasos, como as artérias.

Os leões geralmente só incorporam esses animais em sua dieta se os recursos estiverem escassos, como em épocas de seca. Ainda assim, podem ficar gravemente feridos.

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O porco-espinho está seriamente ameaçado na América

A destruição do habitat do porco-espinho brasileiro é a principal causa de seu desaparecimento, visto que a espécie está atualmente ameaçada.

As populações da bacia amazônica estão fragmentadas pelo desmatamento das florestas que habitam, o que provoca a endogamia de muitas espécies do gênero.


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