As 6 maiores águas-vivas do mundo

A maioria das águas-vivas tem menos de 10 centímetros de diâmetro, são muito pequenas, e algumas são a comida preferida das tartarugas. Essas espécies são a exceção que confirma a regra.
As 6 maiores águas-vivas do mundo
Cesar Paul Gonzalez Gonzalez

Escrito e verificado por o biólogo Cesar Paul Gonzalez Gonzalez.

Última atualização: 21 dezembro, 2022

Como se fossem gelatinas vivas, as águas-vivas são organismos compostos de mais de 90% de água. Apesar de tão simples, seu tamanho dentro do mar pode ficar imenso. Como a água suporta o peso dos organismos, as águas-vivas podem crescer o quanto precisarem. Graças a isso, existem várias águas-vivas que são consideradas as maiores do mundo.

Se você acha que uma água-viva do tamanho da sua mão é o máximo que esses invertebrados podem crescer, continue lendo. Você se surpreenderá ao conhecer esses verdadeiros monstros.

1. Água-viva-cabeluda (Cyanea capillata)

Capaz de atingir até 36 metros de comprimento, essa água-viva é rara em ambientes antrópicos. Por ter seu habitat natural restrito às profundezas abissais, esse invertebrado não tem contato com humanos. Sua coloração pode variar entre amarelo e laranja, dependendo do indivíduo.

Não se preocupe: apesar do seu tamanho, não é uma espécie que se deva temer. Claro, você não deve tocar em seus tentáculos, pois eles podem causar uma grave dermatite. Seu veneno não é letal para o ser humano, mas isso não significa que um encontro com suas extremidades não seja doloroso.

 

Uma água-viva de juba de leão.

2. A espécie Cephea cephea

Devido ao seu formato característico, essa água-viva ganhou o nome de crown jellyfish, algo como “água-viva-coroada”. Alcançando 50 a 60 centímetros de diâmetro, esse invertebrado se caracteriza por ter tentáculos amplamente ramificados. A forma ondulada do seu sino lhe dá esse nome interessante.

Embora seja mais larga do que comprida, ainda é uma das maiores águas-vivas do mundo.

 

Uma das maiores águas-vivas do mundo.

3. A espécie Nemopilema nomurai

Vinda diretamente dos mares do Japão, essa espécie pode atingir 2 metros de diâmetro e pesar até 200 quilos. A coloração dessa água-viva varia entre o vermelho e o rosa.

Pertence a uma família de águas-vivas que se caracterizam por apresentarem tentáculos em forma de raiz e por produzirem éfiras. Essas éfiras são a forma juvenil da espécie e crescem até atingir o tamanho adequado. Em outras palavras, são águas-vivas bebês, incomuns em outras espécies.

4. A espécie Stygiomedusa gigantea

Esse invertebrado vive principalmente nas profundezas do mar. Foram encontrados espécimes até 1700 metros de profundidade. No entanto, também foram observados ocasionalmente perto da superfície. Acredita-se que sua coloração seja transparente por falta de luz em seu habitat, razão pela qual também é conhecida como ‘água-viva-fantasma’ em alguns locais.

Essa espécie tem quase 110 registros de avistamentos, então continua sendo uma grande incógnita para os cientistas.

5. A espécie Drymonema larsoni

Uma água-viva predadora de águas-vivas. Essa espécie é conhecida por ser uma predadora ativo da Aurelia aurita, a água-viva comum, visto que tem várias vezes seu tamanho. Ela pode atingir quase um metro de diâmetro e 25 quilos de peso, o que a torna uma boa candidata entre as maiores espécies de águas-vivas do mundo.

A sua cor rosa característica e o formato dos seus tentáculos, que a fazem parecer ter cachos, são o que deram a esse animal o nome em inglês de ‘Pink meanie’.

 

Uma das maiores águas-vivas do mundo.

6. A espécie Rhizostoma pulmo

Uma água-viva que tem quase o tamanho de uma pessoa. Pode ser difícil de acreditar, mas essa espécie é uma das mais abundantes ao longo da costa do Mediterrâneo. Atinge um diâmetro entre 50 e 60 centímetros, embora quando começa a crescer meça apenas alguns milímetros.

Parece ter 8 tentáculos inofensivos de algodão, mas é uma enganação, pois eles são muito urticantes. Além disso, é um invertebrado translúcido e suas cores podem variar ligeiramente entre o verde, o preto, o marrom e o azul.

 

Uma das maiores águas-vivas do mundo.

Espécies ameaçadas de extinção vs. espécies pragas

Em geral, as águas-vivas não estão em perigo de extinção. No entanto, isso nem sempre é verdade, pois a falta de classificação pode se dever simplesmente à falta de informações e pesquisas por parte da comunidade científica.

Esse grupo pode ser um dos mais diversos que existem, já que seus representantes vivem na Terra há 500 milhões de anos, segundo alguns estudos. Contudo, devido aos impedimentos a pesquisas no mar, podemos ainda não ter conhecimento de muitas espécies.

De acordo com as informações atualmente disponíveis, esse tipo de invertebrado apresenta dois riscos principais: as alterações climáticas e o aumento da sua população.

Devido às mudanças na temperatura marinha, os gradientes térmicos alterados podem causar o deslocamento de diferentes espécies. Isso faz com que colonizem novos habitats e se tornem espécies pragas, como já foi registrado em várias investigações.

Por outro lado, o aumento repentino do número de águas-vivas deve ser levado em consideração. Em uma situação normal, as populações são limitadas pela quantidade de alimentos, no entanto, esse aspecto tem sofrido mudanças. Devido à contaminação, ocorrem eventos de afloramento de plâncton, que servem de alimento para esses invertebrados.

Embora isso não pareça ruim em si, é importante notar que qualquer ação não natural tem o potencial risco de apresentar uma reação de mesma intensidade, mas na direção oposta. O crescimento excessivo de águas-vivas pode colocar em risco a integridade de muitas espécies.

 

Um espécime de Craspedacusta sowerbyi

Embora existam espécies de águas-vivas que podem ser as maiores do mundo, elas não são a maioria. Além disso, as que chegam ao litoral, como já sabemos, são bem pequenas.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Mendoza-Becerril, M. A., Argoytia, L. L., & Agüero, J. (2019). Diminutas y valiosas hidromedusas. Ecofronteras, 30-33.
  • Omori, M., & Nakano, E. (2001). Jellyfish fisheries in southeast Asia. Hydrobiologia451(1), 19-26.
  • SUGIURA, Y. (1966). On the life‐history of Rhizostome medusae IV. Cephea cephea. Embryologia9(2), 105-122.
  • Kawahara, M., Uye, S. I., Ohtsu, K., & Iizumi, H. (2006). Unusual population explosion of the giant jellyfish Nemopilema nomurai (Scyphozoa: Rhizostomeae) in East Asian waters. Marine Ecology Progress Series307, 161-173.
  • Lindsay D, Van de Putte A (2019). In situ observations of Stygiomedusa gigantea. SCAR – AntOBIS. Occurrence dataset https://doi.org/10.15468/ixtssp accessed via GBIF.org on 2020-06-04. accessed via GBIF.org on 2021-05-10.
  • Varela, C., González-Díaz, S. P., Fernández, S. Á., & Clero, L. (2014). Primer registro de la familia Drymonematidae (Cnidaria: Scyphozoa) para el Archipiélago cubano/New record of the family Drymonematidae (Cnidaria: Scyphozoa) for the Cuban Archipelago. Revista de Investigaciones Marinas31(2), 105-107.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.