7 aves domésticas em risco de extinção
Escrito e verificado por o biólogo Francisco Morata Carramolino
Embora não seja algo que se leve muito em consideração ao procurar um animal de companhia, muitos dos seres vivos que são comercializados como animais de estimação vêm da natureza, principalmente os exóticos. Além disso, o processo pelo qual eles são obtidos para serem entregues às lojas muitas vezes é cruel e antiético. Por causa dessas práticas, muitas aves domésticas estão em risco de extinção na natureza.
O tráfico de animais de estimação é uma das principais ameaças à fauna selvagem hoje em dia. Além disso, muitos desses animais retirados da natureza não são domésticos, pois não passaram pelo longo processo de adaptação à vida entre humanos e, portanto, não costumam ser bons animais de estimação.
Como consequência da demanda por espécies de aves exóticas, várias das chamadas “aves domésticas” estão em risco de extinção em seu ambiente natural. Os papagaios foram particularmente afetados por esse tráfico. Neste artigo, vamos falar sobre essas aves e seus problemas associados. Continue lendo para saber mais!
1. Papagaio-cinzento (Psittacus erithacus)
Essa é, sem dúvida, uma das espécies de aves domésticas mais populares, mas sua fama colocou os papagaios-cinzentos em grave risco. Cerca de 21% da população total desses papagaios é capturada em seu habitat natural, na África central e ocidental, para venda como animal de estimação.
Estima-se que até 100 000 papagaios-cinzentos sejam capturados por ano em algumas áreas da África. Juntamente com a destruição das florestas que esses animais chamam de lar, isso pode fazer com que as populações de Psittacus erithacus despenquem nas próximas gerações.
2. Ararinha-azul (Cyanopsitta spixii)
Essa arara sofreu um caso muito semelhante ao anterior, mas ainda mais negativo. A espécie costumava ocorrer no Brasil, mas suas populações foram afetadas pela destruição de suas matas de galeria após a colonização européia da região.
Depois disso, as ararinhas-azuis foram completamente eliminadas de seus ecossistemas pela captura destinada ao comércio de animais de estimação. Atualmente existem alguns exemplares em cativeiro, mas estão extintos na natureza.
3. Calafete (Lonchura oryzivora)
O problema relacionado às aves domésticas não se limita apenas aos psitacídeos, pois muitas outras aves também estão em risco de extinção. Essa bela espécie, com cores em tons pastéis e um longo bico vermelho, é um exemplo disso.
Lonchura oryzivora costumava ser muito abundante nas ilhas de Bali, Java e Madura, na Indonésia. Infelizmente, sua captura para o comércio local e internacional está tornando-o cada vez mais raro. Esses animais têm hábitos gregários, o que permite capturar grandes massas de aves ao mesmo tempo e com custos reduzidos.
4. Arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari)
A história dessa ave azul exemplifica o claro impacto entre o tráfico e a retirada de animais silvestres de seu habitat para serem criados como animais de estimação. A captura de animais reduziu tanto as populações dessas aves “domésticas” que elas passaram a ser classificadas como “espécie em perigo crítico” pela União Internacional para Conservação da Natureza (UICN) entre 1994 e 2008.
Embora essas araras ainda sejam consideradas ameaçadas, seu número tem aumentado progressivamente desde que se deu a implementação de medidas intensivas que interromperam a caça. Felizmente, ainda há esperança para essa bela ave.
5. Pintassilgo-da-venezuela (Spinus cucullatus)
Essa é uma ave chamativa com cores pretas e vermelhas, nativa da Venezuela, Guiana e Colômbia. Ela sofreu uma intensa e prolongada pressão por parte de caçadores, já que é capaz de cruzar com canários (Serinus canaria). Essa mistura produz a cor vermelha em raças de canários domésticos, que estão em alta demanda.
Consequentemente, as populações desses fringilídeos foram reduzidas, fragmentadas e localmente extintas. Hoje em dia, a espécie é muito rara. Enquanto isso, os canários vermelhos estão se tornando cada vez mais comuns no âmbito doméstico.
6. Falcão-sacre (Falco cherrug)
Essa é uma ave muito diferente das anteriores, ameaçada por uma forma diferente de manter os animais selvagens. O falcão-sacre está em risco de extinção devido à destruição de seus habitats, à mortalidade por infraestruturas humanas e, em grande medida, à falcoaria.
Os falcoeiros, caçadores que usam aves de rapina para abater animais selvagens, têm representado um problema sério para esse animal. Estima-se que entre 6825 e 8400 falcões tenham sido capturados por ano em partes de sua área de distribuição. Especialmente as fêmeas são visadas, o que produz um desequilíbrio prejudicial entre os sexos.
7. Cacatua-de-crista-amarela (Cacatua sulphurea)
As cacatuas são animais muito carismáticos, inteligentes, expressivos e capazes de usar ferramentas. Infelizmente, um número considerável dessas aves se encontra ameaçado.
A cacatua-de-crista-amarela, conhecida por seu corpo branco e crista amarela, encara uma das situações mais desfavoráveis, pois é considerada pela UICN como uma “espécie em perigo crítico”. Esse estado precário se deve quase exclusivamente à caça para venda como animal de estimação.
Todas essas espécies e muitas outras, como o papagaio Amazona oratrix e a jandaia-amarela, são exemplos claros dos perigos da posse antiética de animais. Portanto, animais de estimação que não tiverem origem em longas linhas de reprodução em cativeiro nunca devem ser criados em casa. Está nas mãos de todos evitar o tráfico de seres vivos.
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