7 espécies estranhas de rãs e sapos
Escrito e verificado por o biólogo Francisco Morata Carramolino
Rãs e sapos habitam o planeta há milhões de anos. Eles surgiram muito antes dos dinossauros e ainda são muito relevantes em quase todos os ecossistemas do planeta, principalmente em ambientes úmidos ou com fontes de água abundantes.
Esse longo período de evolução permitiu que rãs e sapos, também conhecidos como anuros, se diversificassem em espécies realmente estranhas. Embora pareçam animais lentos e sem recursos, eles conseguiram permanecer no planeta por séculos.
Embora todos os anuros tenham 4 patas e não tenham rabo, seus outros aspectos podem variar muito. Se você quiser aprender os traços mais relevantes de algumas das espécies mais estranhas de anuros, continue lendo.
As 7 espécies mais incomuns de sapos e rãs
Hoje, mais de 7000 espécies de anfíbios anuros foram descobertas. A maioria delas é encontrada nos trópicos, mas vários táxons podem ser encontrados em todos os continentes, exceto na Antártica. Apresentamos alguns dos sapos e rãs mais peculiares.
1. Sapo-parteiro-comum (Alytes obstetricans)
Esse pequeno sapo rechonchudo conta com uma das estratégias reprodutivas mais raras entre os anfíbios. Normalmente, esses animais se reproduzem na água, onde depositam seus ovos diretamente.
No entanto, os sapos-parteiros-comuns se reproduzem em terra. Depois disso, os machos carregam os ovos nas costas e nas patas traseiras e os transportam com extremo cuidado até a hora da eclosão, quando são levados para um corpo d’água que reúna as condições adequadas. Esse processo pode levar mais de um mês.
2. Nasikabatrachus sahyadrensis
Essa rã é endêmica da Índia, foi descrita em 2003 e tem um dos aspectos mais estranhos de todos os anfíbios. N. sahyadrensis se destaca por seu corpo inchado e musculoso, suas pernas grossas e sua cabeça minúscula em forma de cone. Além disso, é totalmente roxa.
A morfologia peculiar desse anuro se deve aos seus hábitos. Essa rã roxa passa a maior parte de sua vida no subsolo e só emerge para se reproduzir durante as monções sazonais.
3. Rã-kambo (Phyllomedusa bicolor)
Enquanto a maioria dos sapos e rãs são encontrados em corpos d’água doce ou no solo perto desses locais, as rãs-kambo passam suas vidas nas copas das árvores das florestas tropicais americanas.
Além de magníficas escaladoras, essas rãs são capazes de secretar uma substância cerosa com a qual cobrem toda a pele. Esse composto é isolante e permite que vivam longe da água sem secar. Além disso, também contém toxinas para se defender contra predadores.
4. Sapo peludo (Trichobatrachus robustus)
Esse anuro africano de aparência musculosa possui várias adaptações exclusivas. Os machos têm extensões longas e finas, muito semelhantes a pelos, nas laterais e nas patas traseiras.
Essas protuberâncias não são pelos verdadeiros, que só aparecem em mamíferos, mas extensões da pele e do sistema circulatório que podem melhorar a absorção de oxigênio durante a respiração cutânea. Assim, funcionam como uma espécie de brânquias.
Os sapos peludos têm outro truque na manga: são capazes de quebrar os ossos nas ponta dos seus dedos, de modo que suas lascas afiadas perfuram a pele. Assim, uma espécie de garras pontiagudas emergem da camada mais superficial de sua pele quando se sentem ameaçados.
5. A espécie Breviceps macrops
Muitos sapos e rãs são gordinhos, mas nenhum tão rechonchudo quanto essa espécie. Esses pequenos animais são realmente esféricos, com olhos grandes, dourados e arregalados, e patas muito curtas.
B. macrops tem apenas 4 ou 5 centímetros de comprimento e vive nas costas desérticas do sul da África. Um de seus aspectos mais marcantes é o guincho agudo, semelhante ao de um brinquedo de borracha.
6. Sapo do Suriname ( Pipa pipa )
Esse anuro sul-americano é um dos mais surreais. Tem o aspecto de uma folha caída, com corpo castanho incrivelmente achatado, cabeça em forma de flecha, olhos quase imperceptíveis e patas traseiras poderosas, com dedos longos e palmados.
Esse sapo é fundamentalmente aquático e apresenta um processo reprodutivo único no reino animal. Após a cópula, os ovos são colocados nas costas da fêmea.
Ali passam o período larval — isolados sob a pele da mãe — até eclodirem e saírem, já como pequenas rãs. Esse método é chocante para os seres humanos, mas protege efetivamente os filhotes da predação.
7. A espécie Oreophrynella nigra
Esse minúsculo sapo, que atinge apenas 2 ou 3 centímetros, existe unicamente nas regiões montanhosas do Escudo das Guianas, na Venezuela. Sua aparência, muito negra e áspera, lembra o alcatrão, mas a sua cor não é o aspecto mais curioso desse animal.
O. nigra tem uma estratégia antipredatória singular, adaptada ao seu habitat alpino. Quando ameaçado, esse sapo se enrola e se deixa rolar encosta abaixo, quicando nas rochas até chegar a um local seguro. O animal não se machuca com essa estratégia e consegue escapar de seus principais predadores: as tarântulas.
Essas são apenas algumas das espécies mais fascinantes de anuros. Novos anfíbios são constantemente descobertos, mas, infelizmente, uma grande porcentagem deles está em perigo de extinção. Como se viu, esses animais são cheios de peculiaridades, além de serem essenciais para seus ecossistemas. É fundamental trabalhar em sua conservação.
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