Logo image
Logo image

Texugo-furão-chinês: habitat e características

4 minutos
A pele do texugo-furão-chinês era uma das peles mais exploradas no sul da China. Apesar disso, parece que a população dessa espécie não foi afetada e permanece estável.
Texugo-furão-chinês: habitat e características
Cesar Paul Gonzalez Gonzalez

Escrito e verificado por o biólogo Cesar Paul Gonzalez Gonzalez

Última atualização: 21 dezembro, 2022

O texugo-furão-chinês é um pequeno mamífero terrestre que tem um corpo alongado e bastante flexível. Ele é facilmente reconhecível por sua máscara particular e seu jeito tímido de ser. Além disso, há muito tempo convive com o homem, adaptando-se às mudanças que ocorrem em seu ambiente.

Essa espécie pertence à família dos mustelídeos, por isso está relacionada com doninhas, lontras e furões. Especificamente, neste artigo vamos nos concentrar no mamífero Melogale moschata, um pequeno animal que pode se tornar um bom aliado para os humanos. Leia tudo para saber mais sobre ele.

Habitat de texugo-furão-chinês

Esse mamífero é nativo do sul da China, mas pode ser encontrado em parte da região indo-asiática, que inclui Índia, Laos, Vietnã e Taiwan, locais onde coincide com o texugo-furão-birmanês (Melogale personata) em várias áreas.

Esse animal prefere climas tropicais e subtropicais e seus habitats incluem florestas, pastagens e pradarias. Apesar disso, ele não tem medo de viver em áreas com perturbações, como fazendas, florestas fragmentadas e perto de residências.

Some figure

Características físicas

Esse texugo é um dos menores que existem. Pode pesar entre 1 e 3 quilos e atingir 30 ou 40 centímetros de comprimento. Essa espécie possui cauda longa, orelhas proeminentes e uma forma particularmente esbelta. Em suas patas, há garras fortes, excelentes para cavar.

O corpo desse animal exibe uma coloração escura, que varia pouco entre os tons de cinza e marrom. O rosto desse mamífero possui um pelo escurecido, com manchas brancas ao redor dos olhos, o que lhe confere o formato característico de uma máscara. Por sua vez, sua pelagem é curta e conta com uma linha branca nas costas.

Comportamento do texugo-furão-chinês

É uma espécie tímida, por isso prefere se deslocar à noite, para evitar a interação com os humanos. Além disso, graças a essa característica, pode se aproveitar dos alimentos de hortas ou plantações, evitando ser incomodado.

São animais regidos por territórios, mas podem se tornar sociais e até formar grupos. De acordo com um estudo publicado pela Universidade de Zhejiang, machos e fêmeas podem viver juntos nas mesmas áreas, formando grupos de até 7 texugos.

Graças às suas garras poderosas, esse texugo é capaz de subir em árvores, embora normalmente cave buracos para se proteger. Porém, esse mamífero pode escalar e dormir em cima dos galhos das árvores.

Alimentação do texugo-furão-chinês

Esse tipo de texugo é onívoro, pois sua dieta é composta por pequenos roedores, anfíbios, invertebrados e, em alguns casos, frutas. No entanto, ele prefere se alimentar de vermes e insetos, pois são uma grande fonte de proteínas. Além disso, por esse motivo, costumam ser encontrados em áreas de cultivo, já que esse tipo de invertebrado é mais frequente nesses locais.

Reprodução do texugo-furão-chinês

A época de reprodução da espécie começa em janeiro, mas a maioria dos exemplares faz o acasalamento entre fevereiro e março. Além disso, a partir de setembro esse mamífero inicia sua fase de quiescência, o que significa que não poderá se reproduzir até o ano seguinte.

Por isso, as fêmeas podem engravidar de fevereiro a outubro, época em que terão um período de gestação de pelo menos 57 dias. Embora ainda não se saiba ao certo, um artigo publicado na revista científica Zoological Studies descobriu que a maioria dos texugos tem apenas uma ninhada por ano.

Após a reprodução e a gestação, nascem entre 2 e 3 filhotes por ninhada. A mãe vai alimentá-los com leite e cuidar deles dentro de uma toca. Os pequenos se tornarão independentes aos 2 ou 3 meses de idade e nessa época abandonarão a proteção da mãe. Em seu habitat natural, esses texugos costumam atingir 10 anos de vida.

Importância do texugo-furão-chinês

Em seu ecossistema, esse animal pode ser considerado um controlador de pragas, uma vez que se alimenta de diferentes invertebrados. Além disso, ao consumir frutas pode se tornar um dispersor de sementes. Porém, não é muito bom nessa tarefa, pois é considerado pouco eficiente.

Para os humanos, esse pequeno texugo é considerado um controlador doméstico de pragas, pois pode se alimentar de baratas. Algumas pessoas até incentivam esse animal a entrar em suas casas para que extermine esse e outros insetos. No meio rural, o texugo-furão-chinês pode ser considerado um grande aliado.

Estado de conservação

Esse animal é muito comum no nordeste da Índia, portanto, os habitantes locais costumam caçá-lo para a alimentação. Mesmo assim, o texugo-furão-chinês tem ampla distribuição e sua população não parece ter diminuído. Por essas razões, a União Internacional para a Conservação da Natureza classificou-o como uma espécie pouco preocupante.

Sua grande adaptabilidade conferiu a esse animal a oportunidade de sobreviver em um ambiente tão mutável. Isso faz com que a interação entre o homem e o texugo seja tão próxima que pode causar alguns conflitos. Porém, nessa ocasião, a relação é tão boa que não há rejeição da espécie.

Embora seja uma visão muito positiva, todas as relações entre seres humanos e animais deveriam ter essa dinâmica. O texugo-furão-chinês é o exemplo vivo de que os humanos podem coexistir com as espécies sem entrar em conflito com suas necessidades biológicas. A resposta reside em conviver com outras espécies, não em explorar implacavelmente seus ambientes.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • Duckworth, J.W., Abramov, A.V., Willcox, D.H.A., Timmins, R.J., Choudhury, A., Roberton, S., Long, B. & Lau, M. 2016. Melogale moschataThe IUCN Red List of Threatened Species 2016: e.T41626A45209676. https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2016-1.RLTS.T41626A45209676.en.
  • Jay F. Storz, W. Chris Wozencraft. (1999) Melogale moschata, Mammalian Species, Issue 631, 3 Pages 1–4, https://doi.org/10.2307/3504333
  • Zhou, Y.-B., Zhang, L., Kaneko, Y., Newman, C., & Wang, X.-M. (2008). Frugivory and seed dispersal by a small carnivore, the Chinese ferret-badger, Melogale moschata, in a fragmented subtropical forest of central China. Forest Ecology and Management, 255(5-6), 1595–1603. doi:10.1016/j.foreco.2007.11.018
  • Robichaud, W. G. (2010). A field record of Small-toothed Ferret Badger Melogale moschata in Central Laos, and other recent records of ferret badgers from the country. Small Carnivore Conservation42, 32-34.
  • Zhang, L., Wang, Y., Zhou, Y., Newman, C., Kaneko, Y., Macdonald, D. W., … & Ding, P. (2010). Ranging and activity patterns of the group-living ferret badger Melogale moschata in central China. Journal of Mammalogy91(1), 101-108.
  • Li, S., Yu, G. H., Liu, S., & Jin, C. S. (2019). First record of the ferret-badger Melogale cucphuongensis Nadler et al., 2011 (Carnivora: Mustelidae), with description of a new subspecies, in southeastern China. Zoological research40(6), 575.
  • Wu, H. Y. (1999). Is there current competition between sympatric Siberian weasels (Mustela sibirica) and ferret badgers (Melogale moschata) in a subtropical forest ecosystem of Taiwan?. ZOOLOGICAL STUDIES-TAIPEI-38(4), 443-451.
  • Chuang, S. A., & Lee, L. L. (1997). Food habits of three carnivore species (Viverricula indica, Herpestes urva, and Melogale moschata) in Fushan Forest, northern Taiwan. Journal of Zoology243(1), 71-79.
  • Pei, K., & Wang, Y. (1995). Some observations on the reproduction of the Taiwan ferret badger(Melogale moschata subaurantiaca) in southern Taiwan. Zoological Studies34(2), 88-95.
  • Wang, H., & Fuller, T. K. (2003). Ferret badgerMelogale moschata activity, movements, and den site use in southeastern China. Acta Theriologica48(1), 73-78.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.