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Águia-rabalva: habitat e características

4 minutos
A águia-rabalva é um parente próximo da águia-americana, mais conhecida como águia careca. Como esta, vive perto da água, pesca e se alimenta de carniça.
Águia-rabalva: habitat e características
Francisco Morata Carramolino

Escrito e verificado por o biólogo Francisco Morata Carramolino

Última atualização: 21 dezembro, 2022

As águias são enormes aves de rapina que se distribuem por todo o mundo, geralmente associadas a ambientes aquáticos. Embora a águia-rabalva não seja tão famosa quanto sua correspondente americana, a águia-careca, é uma espécie impressionante própria do velho mundo.

Essa espécie ocorre em grande parte da Ásia e Europa, embora sua distribuição anterior fosse muito maior. Várias problemáticas de origem humana a eliminaram de muitas áreas e reduziram suas populações. Felizmente, os núcleos parecem estar se recuperando atualmente.

Se você quiser saber mais sobre essa magnífica ave – que atinge o maior tamanho comparado a qualquer ave de rapina europeia –, convidamos você a continuar lendo.

Habitat da águia-rabalva

A águia-rabalva, de nome científico de Haliaeetus albicilla, é uma ave de rapina que se distribui por grande parte da Ásia. Apesar disso, suas populações mais importantes ocorrem na Europa Oriental. A maioria dos exemplares dessa espécie pode ser encontrada na Noruega e na Rússia.

Nessas áreas, a águia está intimamente ligada a grandes massas de água. Aparece principalmente em lagos, pântanos, rios caudalosos e costas oceânicas, todos em zonas temperadas, boreais ou de tundra. Além disso, nidifica em falésias ou árvores de grande porte.

As populações dessa ave de rapina são residentes (sedentárias) nos países da Europa Oriental. O resto da população é principalmente migratório. Elas passam a temporada de reprodução em uma área e o inverno em outra, em busca de condições ambientais mais adequadas.

Algumas águias jovens percorrem distâncias maiores no inverno e acabam chegando a países do centro e do sul da Europa, como a França ou a Espanha. É importante destacar que, embora a espécie esteja se espalhando aos poucos e recuperando sua antiga distribuição, a recuperação é lenta.

 

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Características físicas

Haliaeetus albicilla se destaca por seu imenso tamanho e sua aparência robusta. Seu comprimento corporal varia entre 70 e 90 centímetros e sua envergadura atinge incríveis 2 a 2,4 metros. Com peso entre 4 e 7 quilos, as fêmeas são um pouco maiores que os machos, que chegam a pesar 3,5 ou 5 quilos.

Essa magnitude, juntamente com sua distribuição e preferência pela água, permitem que essa ave de rapina seja facilmente identificada. No entanto, existem outras características muito representativas que podem ajudar nessa tarefa. Vamos apresentar algumas delas.

A águia-rabalva tem enormes asas longas e largas, de formato bastante retangular e terminadas em penas alongadas em forma de dedos. A cauda é larga, bastante curta e cuneiforme. A cabeça é grande e tem um enorme bico amarelo, largo e espesso. O pescoço é longo e as patas são fortes, terminando em enormes garras pretas.

A plumagem dos adultos é castanha e bastante uniforme, com a cabeça mais clara e a cauda totalmente branca. As penas dos jovens são castanhas mais escuras, mas têm manchas claras. As penas da cauda são brancas com grossas margens castanhas, que são perdidas ao longo do amadurecimento.

Alimentação da águia-rabalva

Essa ave tem uma alimentação versátil e oportunista. Pode caçar ou pescar presas frescas, mas também é capaz de consumir carniça ou roubar presas de outros animais, aproveitando seu enorme tamanho. Entre as vítimas, estão as lontras e as águias-pescadoras.

Sua relação com corpos d’água não é mera casualidade, já que grande parte da dieta da águia é composta de peixes. Outras vítimas comuns são as aves aquáticas. Embora em menor grau, também se alimenta de mamíferos.

Estado de conservação

Como já mencionamos, essas águias sofreram declínios históricos devido à perseguição humana. Séculos atrás eram mais comuns, espalhando-se por amplas regiões do Mediterrâneo e chegando até a Espanha.

Pescadores, fazendeiros ou guardas florestais matavam sistematicamente esses animais, sob a crença infundada de que afetariam negativamente seus recursos. Eles também matavam essas aves de rapina para coletar seus ovos ou para outros fins.

Essas práticas, que são mais raras hoje, mas ainda ceifam vidas, conseguiram extinguir as águias de grande parte de suas áreas de distribuição.

Além disso, a destruição de seus habitats e a proliferação de pesticidas, metais pesados e outras substâncias tóxicas bioacumulativas têm representado graves ameaças para a espécie. A destruição do habitat é um perigo crescente hoje em dia.

Felizmente, a enorme variedade e abundância anterior permitiram que as águias sobrevivessem até hoje. Após grandes esforços de conservação, suas populações estão aumentando novamente, de forma lenta mas segura.

As águias se introduziram em partes do Reino Unido e estão lentamente começando a se espalhar pelas áreas que costumavam habitar. Graças a tudo isso, são consideradas ‘pouco preocupantes’ pela UICN.

 

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Essa esplêndida ave de rapina conseguiu sobreviver, apesar dos constantes maus-tratos por parte dos seres humanos ao longo do tempo. No melhor dos futuros, as próximas gerações poderão se divertir ao assistir esses pássaros voando pelos céus ou pescando nos mares próximos.


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  • BirdLife International. 2020. Haliaeetus albicillaThe IUCN Red List of Threatened Species 2020: e.T22695137A181768148.
  • https://www.rspb.org.uk/birds-and-wildlife/wildlife-guides/bird-a-z/white-tailed-eagle/
  • https://seo.org/ave/pigargo-europeo/

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