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As conversas dos ratos cantores

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Os ratos cantores que vivem na América Central apresentam vocalizações muito interessantes que poderiam ser de grande ajuda para a medicina.
As conversas dos ratos cantores
Eugenio Fernández Suárez

Escrito e verificado por o veterinário Eugenio Fernández Suárez

Última atualização: 21 dezembro, 2022

Os ratos cantores de Alston (Scotinomys teguina) são uma espécie muito pouco conhecida de roedor que pode ser encontrada em muitas florestas da América Central. Um grupo de cientistas americanos estudou a sua comunicação, que apresenta semelhanças com as conversas humanas. Os resultados podem ter aplicações para o estudo e o tratamento de danos cerebrais que afetam a fala.

Conheça os ratos cantores

Os ratos cantores são pequenos roedores que pesam cerca de 13 gramasEsses animais têm pelo escuro e cauda curta em comparação com outros roedores semelhantes, além de apresentar um odor bastante forte e característico. Mas o que realmente caracteriza os ratos cantores é o seu canto marcante, que dá nome a essa espécie.

Os ratos cantores são animais que, assim como o próprio nome sugere, emitem chamados bastante curiosos, cuja variedade e duração permitiram que fossem chamados de cantos. Esses animais são capazes de fazer até mesmo vocalizações ultrassônicas.

Mas o que realmente chama a atenção nessa espécie é o contexto e a maneira como esses animais usam o canto. Quando os humanos conversam, há um revezamento na fala: enquanto um interlocutor fala, o outro escuta e depois responde. Até aí, tudo bem.

No entanto, embora isso pareça algo óbvio, na verdade há poucas espécies animais nas quais isso pode ser observado de forma clara; portanto, encontrar modelos de estudo para entender como os humanos conversam é algo complicado.

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Esse não é o caso desses roedores: entre os ratos cantores, os machos se desafiam em duelos de canto nos quais ambos os ratos mantêm uma espécie de conversa, alternando-se para emitir esse canto marcante.

Tanto machos quanto fêmeas dessa espécie emitem esses sons de longa duração, e é por isso que eles foram categorizados como cantos, combinando ultrassons com chamados que podem ser ouvidos pelo homem.

Em outras ocasiões, diversas espécies de macacos-titis foram usadas para estudar as conversas entre humanos. No entanto, agora, este estudo decidiu usar os ratos cantores como modelo.

Um estudo sobre esses roedores

A Faculdade de Medicina da Universidade de Nova York publicou um artigo na revista Science. Este estudo sugere que os ratos cantores podem ser um modelo para estudar como mais de 100 músculos se coordenam tão rapidamente para responder durante as conversas.

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Esses mecanismos parecem vitais para estudar danos cerebrais ou doenças como o autismoque impedem os pacientes de manter conversas fluidas. O segredo pode estar no cérebro desses animais, que são capazes de manter um controle vocal muito semelhante ao da espécie humana.

Assim, a equipe de Michael Long, o principal autor do estudo, descobriu que os ratos cantores têm, por um lado, áreas específicas do cérebro que ordenam que os músculos criem notas e, por outro lado, os circuitos no córtex motor que permitem esse canto versátil.

Essa habilidade, também vista em espécies como grilos, primatas ou pássaros, é semelhante à que os seres humanos possuem. O estudo, realizado por meio de eletromiografias, permitirá uma melhor orientação dos estudos sobre o circuito de fala em seres humanos.


Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.


  • D.E. Okobi, A. Banerjee, A.M.M. Matheson, M.A. Long, S.M. Phelps. “Motor cortical control of vocal interaction in neotropical singing mice”, Science.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.