Ciclo de vida do camarão
O camarão é um pequeno crustáceo decápode, parente dos caranguejos e das lagostas. Mais especificamente, pertence à infraordem Caridea, que contém centenas de espécies que habitam tanto águas salgadas quanto doces no mundo inteiro.
O fato de haver tantas espécies faz com que haja diferenças no ciclo de vida de cada uma delas. Neste espaço, vamos explicar o ciclo desse pequeno e cobiçado crustáceo de forma geral.
Condições ambientais, tais como luz, salinidade e temperatura, têm grande influência sobre o ciclo biológico desse animal. Por essa razão, essas são as variáveis que as explorações piscícolas levam em consideração para aumentar a produção de camarão.
Podemos dividir o ciclo de vida do camarão em várias etapas:
O estágio larval do camarão
A postura dos ovos ocorre no mar. As larvas mudam de forma, passando por vários estágios ao longo do seu desenvolvimento, e migram para estuários e lagoas ou se aproximam da costa. É uma espécie capaz de viver em diferentes ecossistemas ao longo de sua vida.
Náuplio
A partir dos ovos postos pela fêmea, eclodem as larvas conhecidas como náuplio, um estágio larval muito característico dos crustáceos. O náuplio tem cerca de 0,3 mm e formato de pera, com pequenas plumas que são usadas para nadar e que, mais tarde, darão origem aos apêndices. Existem também duas furcas que darão origem à cauda e pequenas antenas.
Durante essa fase, a larva se alimenta das reservas do ovo.
Zoea
Após cerca de 42 horas, é possível ver a fase zoea, que é outra forma larval. Essas larvas, ao contrário dos náuplios, são alongadas, com o rosto ligeiramente curvado para baixo.
A larva zoea tem cerca de um milímetro de comprimento e já é capaz de se alimentar de pequenas algas que flutuam no plâncton. Assim como a fase anterior de náuplio, essa fase também é composta por várias subfases que variam de acordo com as partes do corpo que podem ser diferenciadas na larva.
Na larva zoea, os cinco pares de apêndices ou periópodes começam a ser visualizados como esboços. Os dois primeiros pares darão origem a pinças e, pouco a pouco, vão surgindo pequenas espinhas, enquanto as antenas e a cauda também vão se desenvolvendo.
Mysis
A larva cresce, torna-se alongada e curvada e passa a nadar ativamente, procurando as áreas mais iluminadas do corpo de água. A zoea pode atingir 2,2 milímetros antes de passar para o próximo estágio, mysis, uma fase na qual a larva continua a crescer, até superar os 4 milímetros.
Nesse momento, ela muda a sua forma de nadar, passando a contrair o corpo para se impulsionar e se mover para trás. Assim como nas fases anteriores, também podemos dividir o período mysis em vários estágios.
Pós-larva
Por fim, o camarão passa pelo estágio de pós-larva, no qual ele já é muito semelhante a um adulto. Possui pinças desenvolvidas que permitem a captura de artêmias ou rotíferos, dos quais se alimenta.
A fase adulta do camarão
Um camarão é considerado adulto quando o espécime está totalmente desenvolvido e todas as suas partes podem ser diferenciadas. Ou seja, quando são visíveis os seus cinco pares de apêndices, carapaça, cauda, antênulas, antena e flagelo. É nesse momento que eles retornam ao mar e põem os ovos.
A postura dos ovos do camarão
Os camarões se reproduzem por meio de espermatóforos. O macho e a fêmea se acoplam de forma perpendicular e o macho transfere o espermatóforo para o receptáculo localizado entre as patas da fêmea. Então, os óvulos são fertilizados e passam para o abdômen da fêmea, que posteriormente fará a incubação.
Os ovos eclodem entre 12 e 14 horas após a reprodução. A eclosão ocorre mediante uma determinada temperatura. Por isso, nas explorações piscícolas, esse parâmetro é ajustado às condições ideais para a espécie, que variam de 28°C a 30°C.
Os ovos têm um tamanho reduzido, medindo de 0,2 a 0,6 milímetros. As larvas eclodem do ovo e o tempo de desenvolvimento também pode ser menor, dependendo da temperatura.
O ciclo de vida do camarão é semelhante ao de outras espécies da família, tais como gambas e lagostins.
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- Juana López-Martínez, Sergio Hernández Vazquez, Eloisa Herrera Valdivia, Jesús Rodríguez Romero y Ernesto A. Chávez. Influencia ambiental en la pesquería del camarón.
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Luis Albornoz e Ingo S. Wehrtmann. Descripción y clave de los primeros estadíos larvales de camarones carídeos (Decapoda: Hippolytidae, Alpheidae, Rhynchocinetidae) deaguas costeras de Chile, 1997.
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