Classificação e identificação dos cetáceos

A existência desses animais, que remonta a cerca de 50 ou 70 milhões de anos atrás, desempenhou um papel fundamental na diversificação da vida na Terra.
Classificação e identificação dos cetáceos

Última atualização: 27 julho, 2022

O Conselho Superior de Investigações Científicas da Espanha (CSIC) estima que existam cerca de um milhão de espécies eucarióticas diferentes no oceano. Os cetáceos, descendentes de mamíferos terrestres que souberam se adaptar à vida aquática, são um exemplo claro de diversidade e sobrevivência. Neste artigo, vamos falar sobre a classificação e identificação dos cetáceos.

O que são os cetáceos?

A classificação e identificação dos cetáceos não é uma tarefa fácil: a ordem dos cetáceos abrange nada mais do que 80 espécies de animais distintos.

Quando nos referimos aos cetáceos, nos referimos à ordem, ou seja, à categoria taxonômica compreendida entre classe e família. A taxonomia nos ajuda a classificar e ordenar a natureza em diferentes espécies e subespécies com base em suas características genéticas.

A palavra ‘cetáceo’ pode ser traduzida para o latim cetus (grande animal marinho) e para o grego ketus (monstro marinho). As espécies mais antigas, que fazem parte da subordem Archeoceti, viveram há cerca de 30 milhões de anos em pântanos e águas marinhas pouco profundas.

Os cetáceos são mamíferos de sangue quente e respiração pulmonar. Também são vivíparos e, portanto, dão à luz a filhotes vivos, dos quais cuidam até que eles atinjam uma certa idade e sejam capazes de se alimentar com alimentos sólidos.

O corpo dos cetáceos se adaptou ao ambiente aquático: é fusiforme, ou seja, tem uma forma de fuso, o que lhes permite mover-se com agilidade na água, e suas extremidades anteriores se transformaram em barbatanas.

Também possuem uma barbatana dorsal ou caudal, normalmente localizada na parte inferior, que estabiliza o corpo do animal. Dependendo da espécie de cetáceo, existem certas modificações anatômicas.

Classificação e identificação dos cetáceos

A ordem dos cetáceos é uma das mais diversas do planeta. Inclui duas subordens vivas e uma extinta, a dos arqueocetos. As espécies vivas podem ser classificadas da seguinte forma:

  • Subordem Mysticeti. Inclui as baleias de barbas laminadas, isto é, com estruturas localizadas no maxilar superior do animal que permitem que o plâncton seja filtrado da água. Nessa subordem, encontramos as famílias BalaenidaeBalaenopteridaeEschrichtiidae e Neobalaenidae.
Classificação e identificação dos cetáceos: as baleias de basbas laminadas
  • Subordem Odontoceti. Inclui cetáceos com dentes, como golfinhos e orcas. As famílias dessa subordem são DelphinidaeIniidaePlatanistidaePhotocoenidae, Physeteridae, Kogiidae, Ziphiidae Monodontidae.
Classificação e identificação dos cetáceos: as orcas

Essas subordens compreendem animais conhecidos por todos: sim, os Mysticeti incluem praticamente a maioria das baleias conhecidas, os Odontoceti incluem golfinhos, orcas, cachalotes e belugas, entre outros.

Os extintos Archeoceti são compostos por ancestrais quadrúpedes que ainda não haviam adquirido as características definidoras dos cetáceos como os conhecemos hoje em dia.

O estado precário da baleia azul, os cetáceos mais majestosos

Segundo a Comissão Internacional da Baleia – IWC, de acordo com a sigla em inglês – existem dois tipos de ameaças que podem afetar os cetáceos: ameaças mortais de curto prazo, como a caça e os acidentes relacionados a redes e equipamentos de pesca, e ameaças que afetam às populações a longo prazo, como a degradação do seu ecossistema ou a poluição.

A Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza – IUCN, de acordo com a sigla em inglês – coloca 8 das 13 grandes espécies de baleias em ameaça de extinção, entre elas a baleia azul.

A baleia azul está ameaçada pela caça para a comercialização da carne e do óleo de baleia, pelas mudanças climáticas, que provocaram diminuição na população de krill, sua fonte primária de alimento, pelas colisões com navios ou pela poluição da água marinha.

E apesar de levar décadas desfrutando do status de espécie protegida, infelizmente a situação não parece melhorar.


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