Cobra-de-água-de-colar: entre a água e a terra

A cobra-de-água-de-colar é uma cobra que, apesar de ter uma aparência bastante genérica, exibe uma série de características e comportamentos fascinantes.
Cobra-de-água-de-colar: entre a água e a terra
Samuel Sanchez

Escrito e verificado por o biólogo Samuel Sanchez.

Última atualização: 21 dezembro, 2022

A cobra-de-água-de-colar é o nome dado à espécie Natrix natrix, uma bela cobra que se distribui da Inglaterra ao Lago Baikal, na Sibéria. Essa cobra é dominante em diversos habitats, pois possui uma incrível capacidade de adaptação ecológica em vários níveis.

Esse curioso réptil é encontrado na Península Ibérica, na França, na Itália e em muitos outros países europeus, por isso representa uma espécie típica desse continente. Apesar de sua convivência com humanos desde tempos imemoriais, muitas pessoas não conhecem essa cobra, podendo chegar a temer por suas vidas quando a encontram.

Não é preciso ter medo, porque estamos diante de um animal totalmente inofensivo, que no máximo defeca sobre quem ousa segurá-lo. Se você quiser saber mais sobre essa cobra, continue a leitura deste artigo.

Como distinguir essa espécie?

É possível que alguns dos leitores residentes na Europa tenham se deparado com um desses exemplares em um passeio selvagem, pois fontes científicas oficiais estimam que na Alemanha, por exemplo, haja uma alta densidade populacional de 3,6 indivíduos por hectareA seguir, vamos mostrar como identificá-la:

  • É um réptil relativamente grande, pois alguns exemplares podem atingir dois metros de comprimento. No entanto, o tamanho padrão é de 120 centímetros.
  • Sua coloração é muito variável, mas é comum que fique entre verde escuro e marrom claro.
  • Apresenta uma série de manchas pretas dorsais, agrupadas em três a seis linhas que percorrem seu corpo.
  • Possui um colarinho branco característico circundado por linhas pretas.
  • De qualquer firma, este último traço é característico dos exemplares jovens, pois tende a desaparecer quando a cobra se torna adulta.

Fácil de distinguir, certo? A questão é que olhos menos treinados podem confundir esse réptil com uma espécie intimamente relacionada a ela, a cobra-de-água-viperina (Natrix maura) Seu maior diferencial é o tamanho, já que essa segunda espécie nunca ultrapassa 80 centímetros de comprimento.

Como distinguir esta espécie?
O colar cefálico é uma característica muito característica dessa espécie.

Quais são seus hábitos?

Fontes citadas acima relatam que a cobra-de-água-de-colar se alimenta principalmente de anfíbios adultos (que constituem 60% ou mais da sua dieta), bem como de peixes, girinos, vermes e outros pequenos vertebrados. Essa especialização trófica se deve aos seus hábitos aquáticos, pois ela adora vagar por nascentes, poços, lagos e até cisternas de origem humana.

São cobras com excelente habilidade natatória, o que a torna o pesadelo da maioria dos anfíbios anuros que vão às nascentes para se refrescar ou se reproduzir. Tal é o nível de competição e predação, que algumas espécies de sapos, como a Epidalea calamita, aprenderam a identificar os sinais químicos dessas cobras. Assim, evitam abrigos impregnados com esses cheiros que, sem dúvida, levariam à sua morte.

Como muitas outras espécies de répteis, a cobra-de-água-de-colar hiberna durante o inverno, pois um ambiente de temperaturas congelantes, como a floresta europeia em meses como janeiro, tem pouco a oferecer. Essas cobras emergem das suas tocas à medida que as temperaturas da primavera aumentam e se reproduzem de abril a maio. Em julho, elas têm suas ninhadas de ovos prontas, que eclodem em cerca de 10 semanas.

Uma curiosa estratégia de defesa

A cobra-de-água-de-colar carece de veneno, então ela precisa conseguir escapar de vários predadores. Os adultos, a princípio, tentam fugir, mas se forem encurralados, podem apresentar uma variedade de comportamentos espetaculares. Estes são dois deles:

Uma curiosa estratégia de defesa

Cobra-de-água-de-colar: inofensiva e fascinante

Como vimos, mesmo os animais aparentemente mais comuns têm características fascinantes se pararmos para observá-los. Quem nos diria que as cobras-de-água-de-colar, tão comuns em jardins e fontes, apresentariam comportamentos tão complexos? É assim que a natureza funciona, fornecendo ferramentas para maximizar a sobrevivência de todas as espécies em seus ambientes naturais.


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