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O comportamento do guepardo

7 minutos
O comportamento dos guepardos tem algumas diferenças em relação ao dos outros felinos. Então, vale a pena saber mais sobre esse belo animal para garantir a sua conservação. Descubra essas diferenças aqui!
O comportamento do guepardo
Última atualização: 14 julho, 2021

Embora sejam famosos por suas corridas explosivas, o comportamento do guepardo não é menos interessante do que o resto de suas características. Além disso, esse mamífero apresenta certas diferenças em relação a outros felinos com os quais coabita na savana.

Por outro lado, o estudo do seu comportamento e da sua biologia se torna cada vez mais necessário, visto que se trata de uma espécie condenada à extinção e sua reprodução em cativeiro não está dando frutos. A caça desse felino a fim de proteger o gado e capturar espécimes silvestres de seu habitat para que sejam criados como animais de estimação são suas principais ameaças. A seguir, vamos contar tudo sobre o guepardo.

Características do guepardo

O guepardo ou chita (Acinonyx jubatus) é um mamífero placentário pertencente à família Felidae. É a única espécie conhecida do gênero Acinonyx e se trata do animal terrestre mais rápido do mundo, capaz de atingir 114 quilômetros/hora em apenas 10 segundos.

De resto, é um felino de tamanho médio que mede 150-170 centímetros e pode pesar entre 35 e 60 quilos. Os machos são ligeiramente maiores que as fêmeas. Além disso, atualmente afirma-se que existem 4 subespécies diferentes desse grande animal.

Sua dieta é estritamente carnívora e composta por animais de médio porte, como gazelas ou impalas. Embora não tenha predadores, seus principais competidores são as hienas, que aproveitam o o cansaço dos guepardos após a caça para roubar suas presas.

A maior parte da população de guepardos selvagens (apenas 12 000 espécimes) se distribui no leste e sudoeste da África, no Parque Nacional do Serengeti. O principal habitat do guepardo é a savana, embora também possa ser encontrado em outros locais abertos, como grandes pradarias.

Suas adaptações à caça são realmente interessantes e foram estudadas para aplicações em tecnologias modernas. A seguir, apresentamos algumas das qualidades dessa verdadeira máquina de matar:

  • Otimização de oxigênio: os pulmões do guepardo são maiores em comparação com os de outras espécies, assim como suas fossas nasais. Além disso, seus músculos também aproveitam melhor o oxigênio que chega até eles, permitindo ao animal manter sua corrida explosiva por mais tempo.
  • Suas unhas não são retráteis: isso permite uma melhor aderência ao solo durante a corrida e melhor tração, evitando escorregões em altas velocidades.
  • São capazes de manter a cabeça imóvel durante a corrida: eles fazem isso graças ao seu ouvido interno, uma adaptação relativamente moderna que expande o sistema vestibular para manter o equilíbrio sem perder de vista a presa.

 

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Caráter do guepardo

É um animal menos agressivo do que outros grandes felinos, guardadas as devidas proporções, é claro. Revela-se tímido nas interações com os humanos e se afasta de seus assentamentos, por isso só atacará o gado em casos de extrema desnutrição. Também não se arrisca a roubar as presas de outros animais.

Comunicação no comportamento do guepardo

Boa parte da sua comunicação se baseia no olfato. Com esse sentido, os guepardos conseguem se identificar individualmente por meio de marcações com urina. Os feromônios liberados pelas fêmeas durante o estro também sinalizam aos machos locais para o acasalamento, evitando assim que as ataquem quando entram em seu território.

O guepardo não é capaz de rugir, mas tem um repertório de vocalizações baseado em grunhidos e ronronados. O objetivo das vocalizações geralmente é alertar sobre um ataque ou chamar um ao outro à distância.

As fêmeas com filhotes têm um chamado único para sua prole quando os perdem de vista ou quando eles se afastam da toca. Curiosamente, esse chamado se assemelha ao canto de um pássaro, detalhe que se acredita ter como objetivo não chamar a atenção de outros predadores da região.

Quando os membros de uma coalizão se separam, eles usam chamados vocais para se encontrar. No entanto, é raro que se afastem uns dos outros, pois geralmente mantêm um contato físico próximo.

O comportamento do guepardo

Os hábitos do guepardo são diurnos e solitários. Seus picos de atividade ocorrem ao amanhecer, ao entardecer e durante as horas centrais do dia, quando outros predadores repousam e, portanto, não competem com eles.

Os machos tendem a ser mais territoriais do que as fêmeas, marcando a área que defendem com urina, fezes e marcações nas árvores ou na terra com suas garras. Eles só saem do seu território para procurar fêmeas em período reprodutivo.

Comportamento social

As fêmeas são puramente solitárias, ao contrário dos machos. Entre estes últimos, podem ocorrer várias situações:

  • Coalizões familiares: geralmente são jovens do sexo masculino, aparentados, que acabaram de se separar da mãe e cooperam para caçar.
  • Coalizões mistas: às vezes, os machos solitários se juntam a outros grupos já formados sem que existam relações de parentesco. Geralmente, são guepardos idosos ou muito jovens.
  • Machos nômades: esses felinos não passam mais do que alguns dias em cada território e geralmente não se juntam a nenhum grupo de machos. É comum encontrar espécimes idosos com esse comportamento ou adultos que não são aceitos em nenhuma coalizão.

Quando ocorrem confrontos entre machos, geralmente vence o grupo mais numeroso. Por outro lado, aceitar um novo guepardo em uma coalizão familiar geralmente envolve um processo repleto de agressões e tensão, mas, uma vez incluído no grupo, a união costuma ser vitalícia.

Comportamento reprodutivo

As fêmeas são polígamas e procuram vários machos em sua área. Seu ciclo reprodutivo é poliéstrico (mais de um ciclo sexual por cio) e elas ficam receptivas durante 12 dias em cada um deles. Quando elas respondem aos chamados dos machos que entram em seu território, eles procuram proteger a área para facilitar seu caminho, enfrentando outros grupos.

Não foram relatados rituais de cortejo no comportamento do guepardo. Normalmente, é o macho quem inicia a aproximação e a fêmea o aguarda em pose de cópula.

Por outro lado, o cuidado parental é realizado exclusivamente pelas fêmeas. Após o nascimento dos filhotes, a mãe os mantém em um local abrigado por um período de 8 semanas, embora geralmente sejam desmamados com 6 semanas.

Os espécimes jovens permanecem com as mães até completarem 15 ou 17 meses de idade. Nesse período, eles acompanham sua progenitora para aprender técnicas de caça. De fato, a fêmea adulta caça presas e as traz vivas para sua prole a fim de estimular seu instinto de caça.

Comportamento do guepardo em cativeiro

Nos casos em que o comportamento do guepardo privado de liberdade foi estudado, observou-se uma tendência bastante elevada para distúrbios de conduta. Entre eles, são os mais comuns a automutilação ou as estereotipias (movimentos repetitivos sem sentido).

Por outro lado, o comportamento solitário dessa espécie parece se diluir em cativeiro. Foi possível manter fêmeas, que são as mais antissociais, nas mesmas instalações sem conflitos mortais. Os machos foram capazes de formar coalizões maiores.

O isolamento também afeta a reprodução, tornando-a quase impossível. Esse é um problema para os programas de reprodução em cativeiro, pois a falta de espaço parece anular o instinto reprodutivo feminino.

Técnicas de caça e alimentação

O comportamento de caça do guepardo é eficaz e premeditado. De fato, sua eficácia em matar as presas é de 60%, em comparação com 25% para outras espécies de felinos.

O guepardo estuda cuidadosamente o terreno antes de se lançar em direção à presa, já que a explosão da sua corrida é prejudicial para sua força. Se não conseguir alcançar a vítima, precisará descansar por cerca de 20 minutos antes de se levantar novamente, o que deixa o animal em uma posição vulnerável.

Além disso, o guepardo escolhe a tática de caça com base no terreno e na situação, preferindo sempre locais que lhe permitam chegar o mais próximo possível antes de se lançar ao ataque. Sua súbita aparição causará a debandada dos rebanhos de presas, o que lhe permite saltar sobre o exemplar mais próximo.

Por outro lado, se o terreno for acidentado ou não permitir que o guepardo se esconda, ele vai esperar que um espécime se separe do grupo para emboscá-lo. Ou também pode forçar uma corrida de fundo, mas mais lenta, obrigando a movimentação do grupo de presas enquanto seleciona uma determinada que seja mais fácil de pegar.

 

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Esses animais, maravilhas da engenharia biológica que nunca nos deixam de surpreender, estão em estado de vulnerabilidade à extinção. Sua população diminui a cada ano e não resta outra escolha a não ser protegê-los em seu ambiente natural. No entanto, ainda há esperanças, à medida que mais e mais pessoas se unem à luta por sua conservação.


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