Dingo: uma subespécie de lobo que vive na Austrália
Escrito e verificado por a bióloga Paloma de los Milagros
O dingo, cientificamente chamado de Canis lupus dingo, é um mamífero placentário cuja linha evolutiva é comum à do lobo. A maior parte da sua população está localizada na Austrália, embora também esteja presente em outros países do sudeste asiático, tais como Tailândia e Nova Guiné.
Na Austrália, o dingo é conhecido como ‘cão selvagem australiano’, apesar de não ser originário dessa ilha. Na verdade, acredita-se que ele tenha sido introduzido por marinheiros asiáticos há cerca de 4.000 anos e que tenha parentesco com o lobo cinzento Canis lupus lupus típico do sul da Ásia.
Morfologia e comportamento
A aparência do dingo lembra a de um cachorro, com um peso médio de 15 quilos e um comprimento corporal de quase um metro. No entanto, é importante destacar que os dingos asiáticos são menores que os australianos, provavelmente porque a base da sua alimentação são os carboidratos, e não as proteínas.
Seu pelo é curto, exceto pela cauda, que se caracteriza por uma maior espessura, e a sua cor depende da área em que ele vive. No entanto, destacam-se as nuances de gengibre, com as patas e a área ventral mais claras.
Os dingos são carnívoros oportunistas que se alimentam principalmente de cangurus, wallabies, wombats e coelhos. Quando há uma escassez de qualquer uma dessas espécies, eles tendem a atacar os animais domésticos, o gado ou até mesmo répteis, pássaros ou insetos. Para facilitar a sua captura e posterior mastigação, eles têm caninos mais proeminentes do que os do cachorro comum.
A estação reprodutiva ocorre exclusivamente de março a junho. Os machos atingem a maturidade sexual no final do primeiro ano de vida, enquanto as fêmeas a atingem ao final do seu segundo ano. O período de gestação dura aproximadamente nove semanas, tendo como resultado uma ninhada de cinco filhotes em média.
O desmame se estende pelos dois primeiros meses e é no sétimo mês que o dingo atinge o seu tamanho máximo, momento no qual passa a ser considerado autônomo. Sua expectativa de vida é de cerca de 10 anos, um período que eles passam principalmente solitários, exceto no momento da reprodução.
Os mecanismos de comunicação mais frequentes são os uivos, geralmente emitidos durante a noite para chamar os membros da mesma matilha ou para afastar outros dingos.
Além disso, seu comportamento territorial faz com que os odores sejam primordiais. Portanto, esfregar o corpo, defecar ou urinar sobre um local também são estratégias de comunicação.
Ecologia e conservação do dingo
Atualmente, a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) considera o dingo como uma espécie vulnerável em termos de estabilidade da sua conservação. Sua maior ameaça é a perda do seu fundo genético por causa da tendência progressiva de cruzamento com o cão doméstico. Por esse motivo, o governo australiano criou uma série de reservas e parques nacionais para a sua proteção.
Quanto ao impacto do dingo sobre outros animais, acredita-se que ele tenha contribuído para a extinção do tigre da Tasmânia. Ambas as espécies competiam pelos mesmos recursos alimentares, mas o maior número de dingos e a sua maior capacidade de adaptação promoveram a sua sobrevivência.
Por outro lado, os pecuaristas gastaram milhares de dólares nos últimos séculos para cercar as suas instalações, alegando os danos do dingo ao setor.
Apesar de alguns considerarem essa espécie a principal responsável pela perda de pequenos mamíferos australianos, os pesquisadores defendem a sua importância no controle de pragas de coelhos. Diante das queixas dos pecuaristas, eles alegam que o consumo de ovelhas pelos dingos não chega a 4% da sua dieta, pois eles preferem fontes alimentares naturais.
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