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Escherichia coli: a bactéria dos mamíferos

4 minutos
A Escherichia coli é uma bactéria que geralmente vive dentro dos animais, mas existem cepas patogênicas que causam doenças intestinais. Assim, é importante conhecê-la para evitar que nós sejamos infectados por ela ou até mesmo os nossos animais de estimação.
Escherichia coli: a bactéria dos mamíferos
María Muñoz Navarro

Escrito e verificado por a bióloga María Muñoz Navarro

Última atualização: 21 dezembro, 2022

Você certamente já ouviu falar da Escherichia coli (E. coli). Talvez porque você mesmo já experimentou o mal-estar que ela causa ou porque conhece alguém que passou por isso. No entanto, você sabia que os animais de fazenda são portadores (reservatórios) dessa bactéria?  

A E. coli é considerada a bactéria de vida livre mais estudada. A maioria das cepas existentes é encontrada no cólon de mamíferos e aves (onde não causam doenças, mas sim ajudam a realizar processos digestivos). No entanto, fora do trato gastrointestinal, elas causam infecções em tecidos e órgãos vulneráveis ​​às toxinas das cepas patogênicas.

A seguir, vamos falar mais sobre esse patógeno tão interessante que pode afetar tanto seres humanos quanto animais.

Escherichia coli: um patógeno  

Existem vários sorotipos que causam esses distúrbios intestinais. Uma das cepas patogênicas mais estudadas até hoje é a Escherichia coli, produtora da toxina Shiga ou STEC. Esse tipo de bactéria cresce de forma ideal em temperaturas entre 7 °C e 50 °C.

Dentro da cepa STEC está o sorotipo O157:H7, que foi associado a grandes surtos de colite hemorrágica (CH) e de síndrome hemolítico-urêmica (SHU) que ocorreram nos Estados Unidos e no Canadá durante o ano de 1983.

Nos seres humanos, a infecção por E. coli causa dor abdominal, diarreia seguida de febre e vômitos entre outros problemas.

Reservatório animal

As STEC são encontradas no trato intestinal e são excretadas pelas fezes de uma ampla variedade de espécies, incluindo: animais de fazenda (tais como ovinos, caprinos e suínos), bem como outros mamíferos (gatos, cães) e aves (perus e galinhas). Os bovinos são o reservatório mais importante de STEC zoonótico.

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Modo de transmissão e fonte de infecção

Uma vez que esse microrganismo é encontrado no sistema digestivo, a transmissão ocorre através de água e alimentos contaminados com fezes.

A maioria dessas cepas patogênicas é responsável pelos sintomas próprios da colite e, também, pode causar distúrbios mais graves, tais como a síndrome hemolítico-urêmica (SHU), que ocorre quando a toxina entra na corrente sanguínea.

Nos bovinos, as principais fontes de infecção são a água potável, os alimentos e o meio ambiente. Dessa forma, também serão portadores da bactéria os animais selvagens ou animais de companhia que viverem na mesma área que os bovinos.

Nos seres humanos, o contágio ocorre por via oral-fecal. Já houve casos de animais de estimação que transmitiram a bactéria aos seus donos através dos excrementos.

A ingestão de frutas e vegetais também já foi associada como um método de contaminação, pois, em algum momento durante o seu cultivo ou colheita, podem ter entrado em contato com as fezes de animais portadores da cepa.

Como consequência do reservatório natural dessa bactéria, o consumo de carne crua ou mal cozida e de laticínios, bem como o manuseio de alimentos contaminados e os utensílios de cozinha utilizados para o seu preparo, representam um risco à saúde humana e um aumento nas chances de contágio.

Tratamento da infecção por Escherichia coli 

Na verdade, não existe um tratamento com antibióticos para eliminar a bactéria. O mais recomendável é incluir uma quantidade suficiente de líquidos na dieta para evitar a desidratação.

No entanto, em caso de SHU, a pessoa deverá ser hospitalizada. O paciente estará sob vigilância contínua e deve haver um controle dos eletrólitos e líquidos perdidos, uma vez que os rins perdem a sua funcionalidade normal.

Controle e prevenção

O controle adequado de STEC nos bovinos deve estar voltado principalmente para a fonte de contaminação, ou seja, o reservatório animal. Para isso, é necessário tomar medidas para reduzir a colonização intestinal dos bovinos por essa bactéria, como:

  • Vacinação.
  • Modificação da dieta.
  • Tratamento com probióticos.

Quanto aos seres humanos, as medidas de prevenção se concentram na boa higiene e na aplicação de conselhos para a segurança alimentar sugeridos pela Organização Mundial da Saúde (OMS):  

  • Lavar as mãos com frequência.
  • Manter limpa a área de preparo dos alimentos.
  • Lavar bem as frutas e os legumes.
  • Evitar o consumo de leite cru e de carne mal cozida.
  • Aplicar a temperatura adequada aos alimentos para matar a bactéria (> 70°C).
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A prevenção é essencial

Embora a E. coli seja uma bactéria que causa doenças importantes – como as já mencionadas – não devemos nos esquecer de que a maioria dos microrganismos desse tipo faz parte do nosso corpo e do corpo dos animais. Ou seja, contribuem para inúmeros processos, como, por exemplo, a absorção de nutrientes no intestino.

Para evitar a infecção por cepas patogênicas, devemos seguir certas diretrizes de higiene e de preparo dos alimentos.

Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.