As 8 espécies de jiboias

Em algumas jiboias, os membros vestigiais são vistos como pequenos pés na região da barriga.
As 8 espécies de jiboias
Cesar Paul Gonzalez Gonzalez

Revisado e aprovado por o biólogo Cesar Paul Gonzalez Gonzalez.

Última atualização: 15 maio, 2023

As jiboias são animais grandes e de corpo robusto, conhecidos por seu hábito de sufocar suas presas antes de comê-las. Como sua distribuição é tão ampla, esses répteis modificaram algumas características de seus corpos para se adaptarem ao ambiente. Por esta razão, existe um grande número de espécies e subespécies de jiboias.

Neste artigo você poderá conhecer algumas das mais comuns, mas tenha em mente que sua classificação taxonômica ainda é motivo de debate. Portanto, os nomes científicos listados podem ser diferentes, dependendo da mídia consultada. Contudo, isso não diminui os recursos incríveis que esses animais possuem. Continue lendo para aprender sobre eles.

Características das jiboias

Uma jibóia.

Em geral, a evolução das cobras passou pela perda de membros, por isso chegaram a ter aparências como as de hoje. Por sua vez, as jiboias apresentam reminiscências destes como se fossem uma etapa intermediária entre as cobras antigas e as atuais. Portanto, elas são consideradas o grupo mais ancestral desses répteis.

As jiboias pertencem à família Boidae que possuem a capacidade de capturar e consumir presas maiores que a própria cabeça. Na verdade, elas carecem de ferramentas como veneno, então usam a constrição e a macrostomia como meio de caçar e se alimentar. Além disso, elas possuem um sistema de detecção por infravermelho que as ajuda a facilitar esse processo.

A maioria das espécies de jiboias tem corpos grandes e largos, com cores diferentes, dependendo da área que habitam. Esses répteis possuem uma grande variedade de características físicas, razão pela qual existem diversas discussões sobre sua classificação taxonômica. Os parentes mais próximos e com quem compartilham algumas características são as pítons.

Como as jiboias são classificadas?

Existem muitas controvérsias sobre a classificação desses répteis, então a Universidade de Massachusetts em conjunto com Yale conduziu uma investigação que reconsidera sua taxonomia. Entre os resultados, os pesquisadores perceberam que as jiboias e as pítons, apesar de serem muito parecidas, não são tão aparentadas.

Por esta razão, as jiboias e algumas cobras semelhantes são agrupadas dentro da superfamília Booidea. Enquanto as pítons acabam sendo um grupo irmão dessa superfamília, Pythonidea. A classificação anterior sustentava que as pítons e as jiboias, por serem compridas, largas e terem quase as mesmas características físicas, deviam pertencer à mesma família.

Contudo, as jiboias não possuem dentes na pré-maxila e isso, junto com a morfologia de sua cabeça, as separa do grupo das pítons. Para que você as conheça melhor, listamos abaixo algumas espécies de jiboias.

Jiboia-constritora (Boa constrictor constrictor)

É um grande réptil tropical nativo da América, talvez o mais conhecido do grupo. Pode atingir 3 ou 4 metros de comprimento, pesando até 45 quilos. Sua cabeça é triangular, com olhos pequenos e pupilas verticais. Essa jiboia é de cor cinza-canela, com manchas retangulares marrons e uma barriga pálida. Na cauda, os tons podem variar até o marrom avermelhado.

Jiboia-cinzenta (Boa constrictor amarali)

A cabeça triangular dessa jiboia é adornada com uma faixa escura de cada lado. Além disso, suas cores são semelhantes às da Boa constrictor, com variações pálidas de marrom e vermelho presentes. A distribuição dessa espécie é ampla, indo do México ao norte da Argentina, preferindo áreas florestais. Para se defender, ela é capaz de emitir um guincho alto ou até pular.

Boa imperator

Esta subespécie é uma das menores, embora, apesar disso, atinja 2,5 metros de comprimento. Na verdade, esse réptil não possui cavidades labiais, o que elimina sua capacidade de detectar infravermelho. Além disso, seu corpo se distingue por possuir círculos em forma de anel, somados a uma mancha escura que se origina do olho e se estende até as laterais.

Boa constrictor longicaudata

Essa cobra é habitante das regiões de selva de Tumbes, no Peru. Esse animal também apresenta uma linha central escura e manchas em forma de sela ao longo do corpo, enquanto sua cor pode variar do amarelo ao cinza claro. Atualmente, sua classificação taxonômica ainda está em discussão.

Jiboias-argentina (Boa constrictor occidentlis)

Fazendo jus ao nome, distribui-se principalmente na Argentina e no Paraguai, entre a Cordilheira dos Andes e o rio Prana. Essa subespécie costuma ter colorações mais escuras com algumas manchas brancas. Esse tipo de jiboia pode atingir um tamanho de até 2,5 metros.

Boa constrictor melanogaster

Esse réptil está restrito ao Equador, próximo ao rio Yaupi, embora seja provável que se distribua em parte da Amazônia. Essa jiboia equatoriana caracteriza-se por ter uma cauda maior do que outras subespécies, além de seus tons serem geralmente pálidos, devido à falta de melanina em sua barriga.

Uma boa em uma árvore.

Boa nebulosa

Essa espécie de jiboia habita a ilha dominicana no mar do Caribe. É bastante semelhante à Boa constrictor, mas com a diferença de que seu focinho é mais proeminente e seus olhos são bastante convexos. A coloração desse réptil é mais escura, variando entre tons de cinza e marrom com algumas manchas pretas.

Boa orophias

A distribuição dessa espécie de jiboia está restrita à ilha de Santa Lúcia, no mar do Caribe. Suas cores são principalmente marrons, com entre 27 e 31 manchas sub-retangulares em forma de sela e algumas manchas escuras sob a mandíbula. Além disso, seu ventre apresenta tons claros, brancos ou acinzentados.

Embora exista uma grande variedade de espécies e subespécies de jiboias, infelizmente a maioria está em risco, devido ao consumo de suas peles para diversos produtos. Uma de suas características mais importantes é a diversidade de cores, o que as tornam o alvo perfeito para os amantes da moda.

As jiboias são espécies territoriais e por isso atacam apenas para comer e se defender. Portanto, apesar de parecerem intimidantes, a realidade é que tentarão economizar o máximo de energia possível evitando conflitos. Conhecer esses répteis nos ajuda a saber como agir diante deles.


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