Gavião-miúdo: habitat, características e distribuição
Escrito e verificado por a bióloga Ana Díaz Maqueda
O gavião-miúdo – ou tauató-miúdo – é um dos menores falcões que podem ser encontrados no continente americano. Com uma distribuição muito ampla e um grande número de habitats conquistados, essa pequena ave de rapina também pode aparecer em jardins de casas que oferecem comedouros para passeriformes.
Apesar de seu estado de conservação ser bom, sabe-se que certas populações tornaram sua atitude migratória mais sedentária em regiões onde as mudanças climáticas podem ser percebidas localmente. Se você quiser saber mais sobre a biologia e etologia dessa espécie, continue com a gente nas linhas a seguir.
Características do gavião-miúdo
O gavião-miúdo é uma ave de rapina diurna, pequena, ágil e rápida. Em voo, suas asas aparecem relativamente curtas e arredondadas e a ponta da cauda tem um pequeno entalhe. Em geral, quando observada no céu, é uma ave facilmente reconhecível.
O comprimento do seu corpo varia entre 24 e 36 centímetros e possui uma envergadura de aproximadamente 60 centímetros. A fêmea, muito maior que o macho, pode pesar entre 144 e 208 gramas. Já o macho pesa de 82 a 105 gramas.
A espécie não apresenta dimorfismo sexual no padrão de cores das penas. Ambos os sexos têm cabeça, dorso e asas de um tom azul-acinzentado. O peito é castanho com pequenas listras brancas. A cauda é bastante longa e apresenta largas faixas escuras.
Por outro lado, deve-se notar que a taxonomia dessa espécie está longe de ser resolvida. Parece que o táxon do sul do continente americano pode ser dividido em 3 espécies diferentes (A. chionogaster, A. ventralis e A. erythronemius). Em qualquer caso, a American Ornithological Society classifica todas essas variantes como coespecíficas.
Habitat do Accipiter striatus
A espécie tem uma distribuição muito ampla, mas descontínua por todo o continente americano. Desde o Alasca (EUA) e Canadá até o norte da Argentina. Como vive em regiões tão distintas entre si, o gavião-miúdo está adaptado à vida em uma infinidade de áreas arborizadas, entre as quais se destacam:
- No norte da América, habita florestas boreais de coníferas e florestas temperadas decíduas.
- Nas regiões mais quentes, habita florestas úmidas tropicais e subtropicais.
- Essa ave também pode ser encontrada em florestas de galeria em áreas ribeirinhas.
- Por último, esse gavião habita florestas de savana semiabertas nas áreas mais quentes de sua distribuição.
Como dissemos, o gavião-miúdo também pode vagar por jardins de casas quando há comedouros para pássaros à disposição, pois é uma fonte acessível de alimento para essa ave, atraindo suas presas favoritas. Se isso acontecer na sua casa, é melhor remover o comedouro por um tempo até que o gavião vá embora.
Dessa forma, as pequenas aves canoras não ficam expostos ao seu predador e o gavião poderá sobreviver sem problemas em outras áreas.
Dieta
Accipiter striatus é uma ave carnívora, como todas as aves de rapina. Especificamente, ela se alimenta de pequenos pássaros passeriformes, como pintarroxos ou pardais. Além disso, pode se alimentar de uma grande variedade de outros animais, como roedores, morcegos, esquilos, anfíbios, répteis e insetos.
No entanto, essa espécie não está livre de riscos e ameaças. De fato, em meados do século XX, algumas populações dessa ave foram drasticamente reduzidas com o uso do DDT em lavouras que, como não poderia ser de outra forma, intoxicaram toda uma cadeia alimentar.
Reprodução e áreas de distribuição do gavião-miúdo
A espécie é migratória e, como tal, vive em locais diferentes dependendo da época do ano. Durante o inverno, os espécimes adultos viajam para as áreas central e sul do continente americano, para passar os meses mais frios por lá.
Quando chega a primavera, essas aves retornam às áreas de nidificação no norte e centro dos EUA. No entanto, como observado acima, algumas populações não migram porque a temperatura não cai mais o suficiente para criar essa necessidade e elas podem passar o ano inteiro na mesma região.
O cortejo da espécie ocorre no ar, por meio de voos e alguns sons. O ninho é construído por ambos os progenitores, embora a fêmea dedique muito mais tempo e esforço à sua construção, bem como ao cuidado da prole.
Um fato curioso sobre essa ave – mas que também acontece com outras aves de rapina – é que os progenitores continuam alimentando os filhotes mesmo quando eles já têm penas e podem voar. Na verdade, os pais os ensinam a caçar e a passar presas no ar.
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