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O jacaré-açu: informações e características

3 minutos
Apesar da sua aparente ferocidade, esse réptil é caracterizado por sua paciência e caça noturna.
O jacaré-açu: informações e características
Paloma de los Milagros

Escrito e verificado por a bióloga Paloma de los Milagros

Última atualização: 21 dezembro, 2022

O jacaré-açu, cientificamente chamado de Melanosuchus niger, pertence à família dos jacarés, típicos do continente americano. Especificamente, essa espécie é a de maior tamanho, podendo atingir seis metros de comprimento.

No aspecto morfológicos, o jacaré-açu possui quatro ou cinco fileiras de placas ósseas cervicais, juntamente com um par de fileiras de escamas dorsais muito pronunciadas e três cristas, uma dupla e uma única na parte caudal.

Sua tonalidade é predominantemente preta, exceto por uma região ventral cor de creme e sua cabeça amarelada. Além disso, possui faixas de cor mais clara nos flancos.

Reprodução, alimentação e comportamento do jacaré-açu

Durante a estação seca, de setembro a dezembro, a fêmea se dedica a construir seu ninho em uma espécie de monte. Nele, ela deposita os ovos que incuba por dois ou três meses, dependendo da temperatura, embora alguns estudos relacionem a eclosão com a chegada das chuvas.

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As ninhadas geralmente contam com 50 a 60 ovos, dos quais metade morre nas primeiras semanas. Os filhotes que conseguem sobreviver tendem a permanecer juntos, mesmo que sejam de ninhadas diferentes, para serem protegidos pelas mães. Por sua vez, os machos não têm um papel ativo na reprodução, além da fase da relação sexual.

A alimentação do jacaré-açu coincide com a realizada pelo jacaré comum, porque ambos compartilham o mesmo tipo de habitat.

Portanto, peixes como piranhas ou o chamado peixe-gato, juntamente com moluscos e pequenos vertebrados terrestres ou aquáticos, constituem as principais fontes de energia dos répteis adultos. No caso dos filhotes, insetos e crustáceos são o principal recurso alimentar.

Esse animal é definido por seus hábitos noturnos e a sua paciência na hora da caça, tanto em ambientes terrestres quanto aquáticos. Para comer suas presas, eles geralmente as afogam e, uma vez que estão mortas, eles as desmembram. Apesar de sua aparente ferocidade, não estão entre os répteis mais agressivos, e o número de ataques a seres humanos é baixo.

A sazonalidade tropical acentuada influencia no comportamento desses animais. Durante os meses de maio a julho, com as enchentes, eles tendem a ficar mais distribuídos em relação aos seus semelhantes. No entanto, durante a estação seca, permanecem agrupados em reservas aquáticas, sejam rios ou lagos, o que lhes garante uma fonte permanente de água.

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O jacaré-açu é caracterizado pela emissão de sons estrondosos para se comunicar com seus semelhantes. No entanto, o número de vocalizações é menor que o produzido por outros tipos de répteis.

Habitat e estado de conservação

Essa espécie está distribuída por toda a Amazônia da Colômbia, do Peru, do Equador, da Bolívia e do Brasil, normalmente a uma altitude que não excede os 250 metros. Em geral, ocupam cursos de água calmos e permanentes, mas evitam água salobra.

Apesar do número de jacarés-açu ter sido abundante há alguns anos, o auge da caça furtiva desde meados do século XX matou um grande número de indivíduos. A demanda por couro preto é sua principal ameaça. No entanto, o desmatamento e a devastação de pântanos estão acabando com grande parte da população mundial.

Atualmente, a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) considera o jacaré-açu como uma espécie de menor preocupação em relação à sua conservação.

Atingir um nível mais crítico vai depender diretamente da ação antrópica, daí a importante missão das autoridades sul-americanas e internacionais em geral para realizar o controle das atividades ilegais.


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