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Mariposa-esfinge-colibri: habitat e características

5 minutos
A mariposa-esfinge-colibri é um inseto lepidóptero que, devido ao formato do seu corpo, pode ser confundido com um pequeno pássaro. Você quer saber tudo sobre essa espécie?
Mariposa-esfinge-colibri: habitat e características
Samuel Sanchez

Escrito e verificado por o biólogo Samuel Sanchez

Última atualização: 22 dezembro, 2022

Se você já visitou algum lugar da Eurásia, pode ter ficado confuso ao ver um animal semelhante a um beija-flor voando no meio de um campo seco ou em um ambiente urbano. É impossível encontrar uma dessas aves no ambiente mediterrâneo, pois são eminentemente neotropicais: o mais próximo de um beija-flor que temos nessas áreas é a mariposa-esfinge-colibri, um lepidóptero que se destaca por sua aparência.

A mariposa-esfinge-colibri (Macroglossum stellatarum) chama a atenção por seu plano corporal, pois vista de longe pode se assemelhar a um pequeno pássaro esvoaçando entre as flores. Se você deseja saber tudo sobre esse lindo lepidóptero, continue a leitura com a gente.

Habitat da mariposa-esfinge-colibri

A mariposa-esfinge-colibri tem uma distribuição muito ampla, podendo ser encontrada de Portugal ao Japão, incluindo todo o sul da Europa, o norte da África, a Ásia central, a Índia e a Indochina. É uma espécie muito presente na Península Ibérica, aparecendo em áreas urbanas, vilas e paisagens mediterrânicas.

Esse lepidóptero se destaca por suas habilidades de voo e se dispersa em muitas áreas durante o verão. De qualquer modo, não sobrevive bem em locais com baixas temperaturas, pois, por ser ectotérmico, necessita de calor ambiental para cumprir suas funções metabólicas. Portanto, sua distribuição se limita às grandes altitudes e latitudes ao norte do continente eurasiático.

Os lepidópteros americanos do gênero Hemaris também são conhecidos como “beija-flores”, mas não pertencem ao mesmo grupo da espécie que apresentamos aqui.

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Características físicas

A mariposa-esfinge-colibri é um lepidóptero ditrisio, incluído no grupo das borboletas diurnas e noturnas. Além disso, pertence à família Sphingidae, que possui cerca de 1450 espécies de esfingídeos em cerca de 200 gêneros diferentes. Todas essas borboletas apresentam algumas características físicas comuns.

Especificamente, a espécie Macroglossum stellatarum tem uma envergadura de 4 a 4,5 centímetros e um corpo robusto e rechonchudo. A cabeça carrega antenas curvadas na ponta e com um minúsculo gancho, e também destaca seu espiritromba, um dispositivo de sucção formado por longas mandíbulas que se enrolam em espiral.

Além da cabeça, é importante observar que seu abdômen é preto e branco nas laterais e apresenta sedas finais em forma de cauda de pássaro. Isso, junto com a disposição de suas asas alaranjadas e seu espiritromba, lhe conferem uma aparência semelhante a um beija-flor. A semelhança pode se dever a um fenômeno de convergência evolutiva, uma vez que ambos os animais possuem hábitos semelhantes.

Essa espécie possui 3 pares de patas e um corpo e asas cobertos por escamas e pelos.

Comportamento da mariposa-esfinge-colibri

Essa espécie é migratória, mas geralmente não sobrevive ao inverno nas regiões frias onde se distribui. Em qualquer caso, como indicam sites especializados, é o único esfingídeo europeu que consegue vencer o inverno, especialmente se vive em regiões temperadas com temperaturas amenas.

É um lepidóptero diurno que se move ativamente de flor em flor (especialmente quando o sol está no auge), emitindo um zumbido característico com o bater de suas asas. São borboletas comuns em jardins, parques, arbustos e áreas de transição entre florestas e pastagens. É uma espécie ubíqua, pois se adapta a ambientes secos e irrigados.

Graças às suas antenas, a mariposa-esfinge-colibri é uma excelente voadora. Essas estruturas permitem detectar perfeitamente a rotação durante a manobra nos diferentes eixos espaciais.

Uma visão incomum

Embora possa parecer surpreendente, estudos mostraram que essa espécie é capaz de enxergar cores. A mariposa-esfinge-colibri possui um sistema visual tricromático (3 tipos diferentes de cones oculares) que lhe permite distinguir perfeitamente os tons das flores para poder se alimentar de seu néctar. Sua visão é ainda melhor do que a da abelha-europeia (Apis mellifera).

Alimentação

Como indica seu espiritromba, esaa espécie se alimenta do néctar de diversas flores, todas com uma corola tubular. Não é por acaso que a mariposa-esfinge-colibri busca quase exclusivamente plantas com inflorescências de cálice profundas, evitando assim a competição com muitos outros insetos polinizadores que não conseguem tirar proveito de flores tão “complexas”.

Alguns dos gêneros favoritos para essa espécie são os seguintes: Centranthus, Jasminum, Buddleia, Nicotiana, Primula, Viola, Syringa, Verbena, Echium, Phlox e Stachys. Por outro lado, as larvas ou vermes se alimentam de folhas de plantas dos gêneros Galium, Rubia e Stellaria. Como você pode notar, a dieta muda de acordo com o estágio de vida dos lepidópteros.

Reprodução da mariposa-esfinge-colibri

Essa espécie produz 2 ou mais gerações de descendentes ao longo de sua vida, dependendo de sua localização geográfica. Os adultos costumam se reproduzir em junho e setembro e, como já dissemos, é um dos poucos lepidópteros capaz de sobreviver ao clima de inverno em certas áreas.

Uma fêmea fertilizada pode colocar até 200 ovos, cada um em uma planta separada. Entre 6 a 8 dias após a oviposição, emergem as larvas, de tonalidade esverdeada límpida e mimética com as plantas de que se alimentam. Dependendo do calor e da exposição ao sol, o estágio larval pode durar muito pouco tempo, cerca de 20 dias.

As larvas são muito gordas, apresentam linhas laterais esbranquiçadas e um típico chifre dos esfingídeos.

Estado de conservação

Conforme indicado pela Butterfly Conservation ORG, essa espécie não foi avaliada em termos de conservação a nível regional. Também não há informações sobre ela na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), então assumimos que o conhecimento sobre suas populações é muito limitado.

Em todo caso, sabe-se que 40% dos insetos polinizadores em geral estão em risco de extinção, seja mais ou menos grave. Pesticidas, ácaros, poluição, desmatamento e a introdução de espécies exóticas podem colocar essas e muitas outras espécies em perigo em longo prazo se as mudanças apropriadas não forem realizadas.

A beleza da mariposa-esfinge-colibri é incomparável, pois com seu voo gracioso e suas belas cores esse invertebrado impressiona qualquer pessoa. Cuidar das florestas e evitar o uso de agrotóxicos, a menos que seja extremamente necessário, são requisitos para que possamos continuar a conviver com essa e muitas outras espécies.


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Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.