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O comportamento dos camaleões

4 minutos
O comportamento dos camaleões tem muito a ver com sua habilidade de mudar de cor, mas esse não é o único aspecto curioso que você pode aprender sobre esses animais.
O comportamento dos camaleões
Última atualização: 27 julho, 2022

Conhecidos por sua língua protrátil e sua capacidade de olhar para um lugar diferente com cada olho, esses sáurios nunca passam despercebidos. O comportamento dos camaleões, graças à complexidade intrínseca de sua biologia, também não fica atrás em termos de peculiaridades.

Este artigo foca precisamente no comportamento desses répteis, tão fascinantes quanto solitários e reservados. Se você deseja conhecê-los além de suas habilidades físicas, está no lugar certo.

Características dos camaleões

Os camaleões constituem um grupo de répteis sauropsídeos da ordem Squamata (escamosos) e pertencem à família Chamaleonidae. Esses animais somam cerca de 160 espécies distribuídas pelas regiões temperadas do mundo.

A grande maioria dos camaleões se distribui por toda a África e Madagascar, mas algumas espécies são encontradas em algumas margens do Mediterrâneo, provavelmente introduzidas por humanos no passado por conta do intercâmbio cultural com o Egito e outros países africanos.

Os camaleões ocupam uma grande variedade de habitats, por isso seus hábitos e suas adaptações diferem de uma espécie para outra. Eles podem ser encontrados em florestas tropicais, áreas montanhosas, florestas secas e até mesmo áreas desérticas. Por serem animais ectotérmicos, dependem da temperatura externa para sobreviver, por isso não podem colonizar locais muito frios.

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O comportamento dos camaleões

Em geral, o comportamento dos camaleões é solitário e eles só são vistos em grupos na época reprodutiva. É um animal de hábitos diurnos e a sua atividade se desenvolve de acordo com o seu habitat, uma vez que uns são mais adaptados à vida arbórea e outros, que vivem no solo, variam as suas técnicas de caça, camuflagem e termorregulação.

Eles são caçadores de invertebrados e usam sua poderosa língua protrátil para capturar insetos. No entanto, como também possuem predadores, são tímidos e esquivos, pois o confronto direto nunca é uma opção para eles.

Camuflagem e variação na coloração

A mudança de coloração do camaleão responde a uma série de camadas de células especializadas:

  • Melanóforos: localizados na camada interna da pele, abrigam a melanina, um pigmento preto.
  • Guanóforos: localizados sobre os anteriores, contêm uma série de cristais que refletem a luz branca e azul.
  • Cromatóforos: localizados na epiderme, são as células que produzem cores quentes e escuras a partir de pigmentos, como os carotenoides.

Embora a mudança de cor seja um mecanismo de defesa muito importante no comportamento dos camaleões, existem espécies que apresentam um padrão de cor fixo. A luz solar, a temperatura e o estado emocional do indivíduo são as principais causas da mudança de tonalidade, e não a crípse ou o desejo de passar despercebido no ambiente.

Mecanismos de mudança de cor

Enquanto algumas teorias afirmam que a mudança de cor nos camaleões se deve à reorganização dos pigmentos dentro dos cromatóforos, outras falam de células chamadas iridóforos, que carregam nanocristais de guanina que atuariam como espelhos, sincronizando-se para refletir comprimentos de onda específicos.

A utilidade desses nanocristais reside em permitir que o camaleão mude de cor para se comunicar com seus congêneres, aproveitar o calor do sol ou se camuflar.

Algumas espécies são inclusive capazes de refletir luz infravermelha. Embora o motivo ainda não esteja totalmente claro, alguns estudos relacionam esse comportamento do camaleão à camuflagem diante de presas que detectam radiação infravermelha.

Comportamento antipredatório

Dependendo do habitat e dos predadores que cada espécie possui, as técnicas de antipredação podem variar. Os camaleões geralmente procuram galhos diferentes a cada noite e ficam nas pontas, onde a folhagem os esconde. Além disso, eles costumam adicionar a crípse de sua coloração de base.

Sua habilidade de mover cada olho independentemente, assim como sua incrível acuidade visual, compensam a lentidão de seus movimentos ao se deslocar. É comum observar esses répteis sempre vigilantes e imóveis, analisando o terreno lenta mas constantemente.

Na hora de se defender, os camaleões apresentam uma série de comportamentos que visam alertar: balançar o corpo, abrir a boca, estufar o máximo possível ou bufar são alguns deles. Em momentos de perigo, eles se defendem com mordidas, empurrões ou chicotadas com a cauda.

Um comportamento curioso registrado em algumas espécies é o tongue punching, que pode ser traduzido como soco de língua e consiste em bater com força usando sua língua para assustar o predador. Outros camaleões combinam isso com uma coloração chamativa nessa estrutura para dar mais efeito ao ataque.

Comportamento reprodutivo

A mudança de cor é a ferramenta mais importante na comunicação intraespecífica dos camaleões. Por meio desse mecanismo, eles indicam seu estado reprodutivo: o macho costuma exibir cores vivas e fazer movimentos de cortejo na frente da fêmea.

Em outros casos, os machos competem entre si em confrontos diretos pelo direito de se reproduzir. Podem ser lutas ou competições de exibição de cores na frente da fêmea. Elas, por sua vez, indicam sua disposição de copular mudando suas próprias cores e levantando suas caudas.

Não existem cuidados parentais no comportamento dos camaleões: as fêmeas enterram ou escondem os ovos e depois vão embora.

 

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Os camaleões são um daqueles animais fascinantes que despertam o instinto de querer tocá-los, ou até de passar o tempo observando-os para aprender com eles. No entanto, esse desejo não deve ser confundido com retirá-los de seu ambiente e mantê-los em casa, pois eles se adaptam muito mal ao cativeiro. A melhor forma de estudar os répteis é em liberdade.


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