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O sapo mineiro: um anfíbio venenoso

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O sapo mineiro é um pequeno anfíbio colorido, que secreta toxinas através da pele. Seu veneno não é especialmente letal, mas é usado por algumas comunidades indígenas para facilitar a caça de mamíferos.
O sapo mineiro: um anfíbio venenoso
Última atualização: 30 maio, 2020

O sapo mineiro é uma espécie de anfíbio pertencente à famosa família Dendrobatidae, que tem seu veneno utilizado em pontas de flechas. O nome científico da espécie é Dendrobates leucomelas.

O sapo mineiro é um sapo venenoso com padrões de cores impressionantes, que servem para alertar potenciais predadores sobre o perigo de consumi-lo devido aos seus altos níveis de toxicidade. Por esse motivo, o sapo mineiro é considerado uma espécie aposemática.

Características físicas do sapo mineiro

O padrão de cor característico do sapo mineiro é a cor amarela que cobre quase todo o seu corpo. Sobre essa base amarela, há linhas e pontos pretos espalhados, e alguns indivíduos podem até ter coloração laranja.

O sapo mineiro mede apenas cerca de três centímetros de comprimento e raramente atinge quatro centímetros. No entanto, essa espécie de sapo é a maior do gênero Dendrobates, embora seu peso médio seja de apenas três gramas. Não há diferenças visíveis entre machos e fêmeas. Entretanto, os machos são geralmente um pouco mais robustos que as fêmeas.

Em cativeiro, os sapos mineiros podem viver até 20 anos, atingindo uma média de idade entre 10 e 15 anos. No entanto, a expectativa de vida em ambientes selvagens é de apenas 5 a 7 anos.

Dendrobates leucomelas

Distribuição e habitat do sapo mineiro

O sapo mineiro se estende por grande parte da floresta amazônica, especialmente na região amazônica da Venezuela. No entanto, também é encontrado no norte do Brasil, em parte das Guianas, e no leste da Colômbia.

O habitat preferencial dessa espécie são áreas com altos níveis de umidade. Por isso, podem ser encontrados exemplares em florestas tropicais, onde chove muito, e próximo a poços de água.

O sapo mineiro é um anfíbio puramente terrestre, portanto vive em em rochas, bromélias, árvores ou até no solo. Durante as estações secas, esse animal se protege sob troncos mortos ou sob pedras para preservar a umidade do seu corpo.

Comportamento e reprodução

Os sapos mineiros são ferozes na defesa do seu território. Eles não hesitam em atacar os predadores maiores. Emitem um ruído alto, o mais alto entre os sapos venenosos, para alertar seus rivais. Esse mesmo som é usado pelo macho para atrair fêmeas nas épocas de acasalamento.

Além disso, os sapos mineiros machos atraem a atenção das fêmeas ao mostrarem a cor amarela brilhante que cobre todo o corpo. Esse processo de atração é mais intenso ao nascer e ao pôr do sol.

Sapos ponta-de-flecha.

Depois que a fêmea seleciona um macho, ela o segue até o ponto de desova que escolheu anteriormente. O local deve ser bastante úmido e geralmente está localizado nas folhas. Ao chegarem ao local de desova, os dois fazem uma espécie de dança onde se esfregam.

Quando terminam, a mãe libera os ovos, que são fertilizados externamente pelo macho. Esse processo reprodutivo ocorre entre fevereiro e março de cada ano.

Esses animais colocam entre 2 e 12 ovos em cada acasalamento. Sendo assim, eles podem depositar até 1.000 ovos durante todo o período de acasalamento. Os filhotes completam a metamorfose entre 70 e 90 dias após o nascimento e atingem a maturidade sexual aos dois anos de idade.

Toxicidade do sapo mineiro

Essa espécie de anfíbio é insetívora, por isso se alimenta de formigas, cupins, besouros, grilos e até aranhas. A toxicidade vem de sua dieta, principalmente do consumo de formigas. Por conta disso, em cativeiro, esses animais perdem o veneno quando são alimentados apenas com grilos e moscas.

O veneno do sapo mineiro, como o de outros sapos da família Dendrobatidae, é neurotóxico, letal para outros pequenos animais, mas raramente afeta os seres humanos. Algumas comunidades indígenas da Venezuela e da Colômbia ungem suas flechas com o veneno desses sapos para facilitar a caça de pássaros e mamíferos.


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  • La Marca, E. y Azevedo-Ramos, C. (2004). “Dendrobates leucomelas”. Lista Roja de especies amenazadas de la UICN.
  • Barrio, C. L. y Fuentes, O. (1998). “Distribución de Dendrobates leucomelas (Anura: Dendrobatidae) en Venezuela”. Acta Biológica Venezuelica, 18 (3), 35-41.

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