O que são os piolhos-do-mar e o que fazer se for picado?
Escrito e verificado por a bióloga Georgelin Espinoza Medina
As criaturas marinhas são numerosas e variadas, seja em formas, tamanhos ou comportamentos. Nesse sentido, podemos encontrar espécies de vida livre ou parasitas, como os piolhos-do-mar. É um animal pequeno, mas capaz de causar dores de cabeça à aquicultura ou aos turistas nas praias.
Embora as picadas não costumam causar problemas graves, é preciso saber o que fazer nesses casos: uma das principais recomendações é lavar a área afetada com água do mar. Se você quer estar preparado para esses casos, descubra neste conteúdo como lidar com esse problema, saiba quais animais são conhecidos por esse nome e quais são suas características.
O que são os piolhos-do-mar?
Na biologia, os piolhos-do-mar são conhecidos como animais invertebrados que são parasitas de peixes, localizados no filo dos artrópodes e no grupo dos crustáceos. Em particular, são conhecidas as 505 espécies que pertencem à classe Copepoda, à ordem Siphonosmatoida e à família Caligidae. Por exemplo, os espécimes Caligus elongatus e Lepeophtheirus salmonis podem afetar o salmão.
Da mesma forma, existem mais parasitas de animais marinhos, como outros tipos de artrópodes que hospedam peixes.
O termo também é usado para se referir a uma condição causada por animais que não são piolhos, pois têm vida livre no mar. Nesse caso, aqueles invertebrados – como águas-vivas e anêmonas – principalmente na fase larval. Esses cnidários causam problemas para banhistas e surfistas em mares tropicais e subtropicais.
As larvas das águas-vivas e das anêmonas-do-mar causam erupções na pele dos banhistas. No entanto, pensa-se que outras fases do ciclo de vida desses animais também podem causar essa condição.
Esses animais estão localizados nas seguintes latitudes:
- Caribe
- Sudeste da Ásia
- América Central e do Sul
- Costas dos Estados Unidos
As espécies mais frequentemente relacionadas a essa condição incluem a água-viva dedal ou Linuche unguiculata e a anêmona Edwardsiella lineata.
Características principais
A seguir, descrevemos as principais características desses invertebrados, tanto de copépodes quanto de larvas de águas-vivas e anêmonas do mar. Vejamos cada caso separadamente!
Copépodes Caligadae
Os piolhos-do-mar da família Caligadae são parasitas externos de peixes. Possuem corpo achatado na região dorsoventral. Eles são pequenos e podem estar localizados em qualquer lugar do hospedeiro. Porém, o local que mais frequentam é a cabeça.
Eles têm aparelhos bucais especializados para raspar muco, pele e tecidos subjacentes. Causam sangramento, aumento de secreção, perda de epitélio e necrose, fazendo com que os peixes percam a proteção física e fiquem mais expostos a infecções microbianas.
Além disso, em ataques severos os peixes podem até perder nadadeiras devido aos ataques causados ao corpo.
Esses animais causam grandes problemas à indústria da aquicultura. Eles têm um ciclo de vida direto, necessitando de uma única espécie hospedeira para completá-lo. No entanto, geralmente passam por vários estágios antes de se tornarem adultos. Estes são os seguintes:
- Náuplio: esse é o nome dado ao primeiro estágio desses copépodes, depois do ovo. Ele tem vida livre, embora não se alimente. Existem 2 fases, náuplio I e II.
- Copepodito: é a etapa infecciosa encarregada de uma tarefa muito importante, que é a busca de um hospedeiro adequado. Portanto, tem vida livre e tem a capacidade de se aderir ao hospedeiro graças ao uso de suas antenas.
- Chalimus: existem quatro dessas fases, são sucessivas e todas carecem de movimento. Eles vivem aderidos ao hospedeiro de que se alimentam.
- Pré-adulto: em algumas espécies há uma ou duas fases antes dos indivíduos se tornarem adultos. Eles se movem livremente sobre o hospedeiro durante a alimentação.
Larvas de águas-vivas e anêmonas-do-mar
Muitos têm dúvidas sobre o perigo das águas-vivas. A verdade é que estas criaturas marinhas e as anêmonas-do-mar correspondem a animais invertebrados incluídos no grupo dos cnidários (como os corais).
Eles são caracterizados por possuírem células chamadas cnidócitos que contêm vários tipos de organelas. Alguns deles, como os nematocistos, liberam toxinas que são muito úteis durante a alimentação e defesa.
Em geral, os cnidários se distinguem por possuírem um ciclo de vida complexo, no qual existe uma fase larval capaz de se movimentar livremente, que é chamada de plânula. O movimento é realizado por meio de estruturas semelhantes a “pelos”, chamadas cílios, que cobrem seu corpo.
Essas larvas são pequenas (cerca de 0,5 milímetros), têm formato achatado, crescem e são responsáveis por procurar uma superfície à qual possam se aderir para continuar seu desenvolvimento e ciclo de vida.[/atomik-in – texto]O que acontece se você levar uma picada de um piolho-do-mar?
Os artrópodes conhecidos como piolhos-do-mar não costumam atacar os humanos, uma vez que seus hospedeiros são os peixes. Portanto, é improvável que ocorram picadas graves nas pessoas.
Porém, as larvas de águas-vivas e anêmonas do mar causam desconforto a turistas e surfistas. Como afirmamos nos parágrafos anteriores, elas produzem o que é conhecido como erupção cutânea do banhista ou “pica pica”.
Essa condição costuma ocorrer durante a primavera e o verão. Vejamos os sintomas e o tratamento nesse caso.
Sintomas
A picada do piolho-do-mar causa dermatite na região onde fica a roupa de banho ou em locais de fricção da pele após nadar na praia. Isso ocorre porque os animais podem ficar presos e passar despercebidos devido ao seu tamanho minúsculo.
Alguns fatores, como pressão ou exposição à água doce, provocam a liberação de toxinas presentes nas células urticantes especiais dos cnidários. Essas substâncias induzem uma resposta do sistema imunológico humano.
[atomik-in-text]A reação ocorre em 24 horas. Causa grande irritação, vermelhidão e coceira na área da picada. Daí os nomes populares que recebe. Bolhas também podem se formar.
Além dos problemas locais citados, podem ocorrer sintomas gerais, como os citados a seguir:
- Tosse
- Febre
- Náusea
- Diarreia
- Cãibra
- Calafrio
- Dor de cabeça
- Dor abdominal
As pessoas com maior risco para a doença são crianças menores de 15 anos, surfistas e indivíduos com histórico de erupção cutânea do banhista. Da mesma forma, podem apresentar quadro clínico mais grave.
Algumas dicas em caso de picada
O importante diante de picadas de animais marinhos é ir a um hospital para que os profissionais treinados possam fazer uma avaliação adequada. Medicamentos anti-histamínicos e corticosteroides tópicos geralmente são prescritos para tratar os sintomas.
É fundamental seguir as instruções do profissional de saúde. Você também pode ser guiado pelas seguintes recomendações:
- Tire a roupa de banho ao sair da praia.
- Lave a área afetada com água do mar, conforme mencionado no Manual MSD, com o objetivo de inativar eventuais nematocistos que possam estar presentes.
- Não arranhe ou esfregue a área afetada.
- Lave a roupa de banho após o uso com água quente e detergente para remover os nematocistos retidos.
Recomenda-se também o uso de vinagre na pele, imediatamente, no local do incidente. Essa substância desativa os nematocistos, evitando futuras descargas, mas não tem efeito sobre as toxinas já ativadas na pele.
Você conhecia os piolhos-do-mar?
Como você pode ver, os piolhos-do-mar podem ser um problema para turistas e surfistas em diversas praias, bem como para a indústria da aquicultura. Tudo depende de quais invertebrados estamos nos referindo.
No caso daqueles que causam erupção cutânea do banhista, como águas-vivas e anêmonas, você já está preparado para agir em resposta à picada. E, apesar do pequeno tamanho desses animais, o desconforto das picadas pode ser intenso, principalmente em crianças e adolescentes. Não se esqueça de ir ao hospital e seguir à risca as instruções do médico.
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