O que você sabe sobre os cefalópodes?
Os cefalópodes são os moluscos mais inteligentes, com maior mobilidade e com as maiores dimensões do mundo. Essa família de invertebrados marinhos inclui polvos, lulas e sépias, dentre os quais já foram identificadas mais de 700 espécies diferentes de cefalópodes.
Esse curioso grupo de animais exibe uma diversidade notável em termos de tamanho e estilo de vida, com adaptações para a predação, a locomoção, a camuflagem e a comunicação. São seres ‘inteligentes’, que evoluíram adquirindo tentáculos, um bico feito de quitina, olhos em forma de câmara, pele que muda de cor e um complexo comportamento de aprendizagem.
Sua longa história evolutiva abrange impressionantes 500 milhões de anos, e os abundantes fósseis que eles deixaram para trás – na sua maioria nautiloides e amonoides – registram repetidos eventos de especiação e extinção.
Animais muito inteligentes
Os cefalópodes são amplamente considerados os animais mais inteligentes entre os invertebrados. Têm sentidos bem desenvolvidos e cérebros grandes.
Sabe-se também que os cefalópodes em cativeiro saem dos seus aquários, manobrando uma distância que conseguem percorrer para explorar o ambiente. Por exemplo, eles podem entrar em outro aquário para se alimentar dos caranguejos e, então, retornar aos próprios aquários.
Muitos cefalópodes são criaturas sociais. Os cientistas relataram que, quando isoladas de seus pares, algumas espécies interagiram com peixes.
Os cefalópodes e seus três corações
Todos os cefalópodes têm semelhanças em alguns órgãos. Por exemplo, os cefalópodes têm três corações, dois dos quais movem o sangue para as brânquias, enquanto o outro bombeia o sangue para o restante do corpo.
Além disso, o sangue desses animais é azul, pois o oxigênio é ligado à proteína hemocianina. Seus cérebros são muito maiores do que os de outros invertebrados, e a maioria das espécies pode aprender e se lembrar de informações.
Têm dois olhos, geralmente caracterizados por serem extremamente complexos, talvez até mesmo tão sofisticados quanto o olho humano.
Cor e anatomia dos cefalópodes
Os cefalópodes podem mudar a cor da pele muito rapidamente, de acordo com sua vontade. Eles podem até mesmo criar padrões e formas complexas na pele. Isso é feito através dos cromatóforos, que são bolsas cheias de pigmento localizadas na pele.
Esses cromatóforos podem ser controlados pelos nervos para alterar a cor da pele. Essa capacidade é usada principalmente para a camuflagem, mas também pode ser usada como parte dos rituais de acasalamento.
Ao contrário de outros invertebrados marinhos, existem tanto machos quanto fêmeas nas espécies de cefalópodes. Geralmente, eles fazem um ritual de cortejo para o acasalamento e podem mudar para cores vibrantes. O macho transfere uma cápsula de espermatozoides – espermatóforo – para a fêmea, que deposita os ovos que eclodem com filhotes já formados.
Todos os cefalópodes têm a mesma anatomia básica. São compostos por um corpo, uma cabeça e um pé, e apresentam uma cobertura muscular chamada manto que contém e protege seus órgãos.
Todos eles têm braços, pelo menos oito deles, que se unem diretamente à cabeça. O conjunto de braços ou tentáculos – hidrostáticos musculares – evoluiu a partir do pé primitivo dos moluscos.
Dieta e distribuição
Todos os cefalópodes são carnívoros estritos. O que eles comem exatamente depende da espécie e do tamanho, mas as presas mais comuns incluem peixes, crustáceos e moluscos. Têm bicos duros, feitos de quitina, que são úteis para rasgar e devorar suas presas.
Esses animais conseguem agarrar e segurar suas presas com os braços para, então, parti-las em pedaços pequenos usando seus bicos. Embora a maioria das espécies cace seus alimentos, há certas espécies que preferem comer resíduos.
Existem mais de 800 espécies de cefalópodes, embora novas espécies ainda continuem sendo descritas. Estima-se que foram descritos 11.000 táxons já extintos, e vale destacar que a natureza do corpo mole dos cefalópodes faz com que eles sejam facilmente fossilizados.
Os cefalópodes podem ser encontrados em todos os oceanos da Terra. Eles ocupam a maior parte da extensão dos oceanos, desde a planície abissal até a superfície do mar. Sua diversidade é maior perto do equador e diminui em direção aos polos.
Uso como modelo experimental
O cérebro dos cefalópodes é protegido por um crânio cartilaginoso. As gigantes fibras nervosas do manto foram amplamente utilizadas durante muitos anos como material experimental em neurofisiologia. Essas fibras têm um diâmetro grande – por causa da falta de mielinização –, o que faz com que elas sejam relativamente fáceis de estudar em comparação com outros animais.
Desde os mitos sobre os seus enigmáticos vestígios fossilizados até os contos fantásticos de monstros marinhos com tentáculos, os cefalópodes ocupam um lugar de destaque na literatura e no folclore das sociedades humanas do mundo inteiro.
Atualmente, biólogos e paleontólogos continuam a cativar a mente e a imaginação humana com detalhes sobre o comportamento, a história natural e a evolução desses moluscos.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Sánchez, P. (1986). Distribución batimétrica y abundancia de algunos cefalópodos del mar Catalán.
- Guerra, A. (2006). Estrategias evolutivas de los cefalópodos. Investigación y Ciencia, 355, 50-59.
- Domínguez, P., Cortés, G., Vázquez, C. R., & Suárez, L. C. (2004). Alimentación y nutrición de moluscos cefalópodos: avances recientes y perspectivas futuras. Avances en nutrición acuícola VII. Memorias del VII Simposium Internacional de Nutrición Acuícola. Hermosillo, Sonora, 16-19.
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.