6 animais sem sistema nervoso central
Revisado e aprovado por o biólogo Samuel Sanchez
O sistema nervoso central é uma das principais características que diferencia o ser humano de muitos outros animais. O cérebro permite que o ser humano seja crítico e pensante. No entanto, neurônios e terminações nervosas têm muitas outras funções, como a locomoção, além de atribuir personalidades. Então, como é possível a existência de animais sem sistema nervoso central?
Alguns seres vivos, mais próximos evolutivamente dos nossos ancestrais, dispensam essa estrutura complexa. A seguir, vamos mostrar como a natureza nos oferece verdadeiras obras de arte com uma complexidade morfológica mínima. Confira!
O que são os seres não conscientes?
Os animais não sencientes são aqueles que não possuem sistema nervoso central. Esse sistema é composto pelo cérebro e pela medula espinhal, e é responsável por controlar todas as funções do corpo, além dos órgãos e tecidos.
Entre os animais não conscientes, pelo menos com base no que sabemos atualmente, estão as bactérias, os protistas, as arqueas, os fungos e certos animais, que podem ter sistemas nervosos centralizados simples. A seguir, apresentamos alguns exemplos.
1. Anelídeos
A principal característica desses animais sem sistema nervoso central é que seu organismo se divide em vários segmentos. No entanto, no segmento superior de sua cabeça há um cérebro primitivo, do qual saem dois cordões nervosos ventrais. Graças a isso, cada segmento do corpo possui um conjunto de células nervosas, conhecidas como gânglios.
Entre os anelídeos, podemos citar as minhocas, as sanguessugas e outros animais que são principalmente aquáticos, embora também existam no ecossistema terrestre.
2. Águas-vivas
Embora as águas-vivas não possuam sistema nervoso central, são animais que têm capacidade motora e que se deslocam graças a uma pequena capacidade de locomoção. Por essa razão, elas têm facilidade para se mover para cima ou para baixo em uma coluna de água, embora precisem de correntes de água para se deslocar lateralmente.
As águas-vivas possuem um sistema sensorial em suas células, localizado nos tecidos que revestem seu estômago, conhecidos como epiderme e gastroderme. Graças a esses corpos, as águas-vivas podem sentir se há um perigo próximo, uma fonte de alimento ou alguma outra mudança em seu ambiente imediato.
A partir desse sistema sensorial, as águas-vivas ativam os mecanismos que liberam seu poderoso veneno quando um objeto estranho ou uma presa está ao seu alcance. As células responsáveis pela liberação das toxinas são chamadas de cnidoblastos.
Existem mais de 1500 espécies diferentes de águas-vivas identificadas atualmente. No entanto, especialistas afirmam que existem muitas espécies desconhecidas no fundo do mar.
3. Esponjas marinhas
Entre os animais sem sistema nervoso central, as 5500 espécies de esponjas marinhas são as mais simples, pois também não possuem aparelho digestivo nem respiratório. Como as esponjas são organismos estáticos, não precisam de um sistema nervoso para regular seus movimentos, pois suas células são responsáveis por reagir aos estímulos dependendo da função que vão desempenhar.
Aqui estão alguns dos corpos celulares específicos das esponjas:
- Coanócitos: células flageladas com a tarefa de digerir os nutrientes absorvidos.
- Meso-hilo: espaço localizado entre a camada de coanócitos e pinacócitos. É aqui que se encontra o esqueleto rudimentar das esponjas, bem como outros tecidos celulares.
- Pinacócitos: células que revestem o corpo. Não há comunicação entre elas.
4. Turbelários
Mais conhecidos como planárias ou vermes planos, os turbelários são caracterizados por possuir órgãos sensoriais aglomerados em apenas uma parte do corpo. Esse traço é conhecido como cefalização e a maioria de suas células nervosas agrupadas na região anterior se concentra na execução de processos sensoriais. Os humanos também são “cefalizados”, mas em um grau muito maior.
Seu corpo consiste em muitos receptores sensoriais para reagir aos estímulos e um “cérebro” em forma de anel que mobiliza nervos através do corpo. Além disso, as planárias se destacam por sua capacidade de regeneração.
5. Moluscos
Os moluscos são animais que representam uma mistura entre os sistemas nervosos mais primitivos e os modernos. Isso ocorre porque eles têm cérebro, boca e órgãos sensoriais para formar uma área cefálica. Por outro lado, possuem um anel periesofágico e 2 pares de nervos assim distribuídos:
- 2 nervos viscerais: responsáveis pelas tarefas digestivas e reprodutivas.
- 2 nervos pediosos: responsáveis pela locomoção dos moluscos.
Esses nervos estão desenvolvidos em menor medida em animais como as amêijoas. No entanto, polvos, caracóis, lulas e chocos têm os nervos mais desenvolvidos, nos quais também se observam gânglios suplementares em alguns casos.
Por isso, é correto dizer que os moluscos têm um sistema nervoso central mais desenvolvido do que os gastrópodes, mas menos do que o dos peixes. Sem dúvida, a exceção à regra são os polvos, pois surpreendem pela inteligência que apresentam apesar de possuírem um aparelho nervoso “menos sofisticado”.
6. Acelomados
Os acelomados são animais bastante rudimentares, embora tenham sido observados casos em que também apresentam certa cefalização. Fisicamente, esses animais são semelhantes a qualquer verme ou lesma, mas se diferenciam por terem um anel nervoso em uma extremidade do corpo, de onde emergem 8 nervos longitudinais através do segmento longitudinal. Curiosamente, esses animais têm ocelos ou olhos muito rudimentares.
Os platelmintos, além dos filos Mesozoa e Nemertea, são animais acelomados. Em uma análise rigorosa, as planárias (turbelários) deveriam estar nessa categoria, uma vez que formam um grupo artificial dentro dos platelmintos.
Como você viu, existem várias espécies e filos de animais que não possuem sistema nervoso central. No entanto, isso não é um impedimento para que esses seres vivos sobrevivam em seus ecossistemas. Essa sobrevivência é resultado de séculos de evolução e adaptação às mudanças nos oceanos, onde habitam em sua maioria.
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