Tartaruga mediterrânea: características, comportamento e habitat

Você sabia que a tartaruga mediterrânea está fortemente ameaçada? A seguir, vamos compartilhar o motivo, bem como todas as características desta espécie.
Tartaruga mediterrânea: características, comportamento e habitat
Eugenio Fernández Suárez

Escrito e verificado por o veterinário Eugenio Fernández Suárez.

Última atualização: 27 dezembro, 2022

A tartaruga mediterrânea (Testudo hermanni) é uma das espécies de tartaruga mais conhecidas, e que está ameaçada em alguns países europeus devido ao seu comércio ilegal.

Características da tartaruga mediterrânea

Estamos falando de pequenas tartarugas terrestres, que podem chegar a pesar dois quilos no caso das fêmeas, embora o peso normal fique em torno de 700 gramas. São animais de pele acinzentada e tons amarelados, cujo casco é amarelado com manchas pretas.

Para saber se é macho ou fêmea, devemos saber que os machos são menores e têm a cauda mais longa e larga na base, com uma capa córnea bem desenvolvida.

Esta é uma espécie que pode ser confundida com a tartaruga-grega. No entanto, a tartaruga mediterrânea tem uma capa córnea na cauda, enquanto a tartaruga-grega tem tubérculos córneos nas coxas.

Características da tartaruga mediterrânea

Comportamento

A tartaruga mediterrânea é um animal diurno cuja dieta é herbívora, ou seja, ela se alimenta exclusivamente de plantas. Assim como outros répteis, elas são animais de sangue frio, que precisam tomar sol no início do dia para ficarem ativas.

Da mesma forma, elas não suportam temperaturas excessivamente altas, por isso não é de se estranhar que, no verão, elas possam ser vistas enterradas na terra ou na vegetação para regular a sua temperatura.

Assim como outros répteis, esses quelônios param de comer no outono para chegar ao estado de hibernação, quando ficam enterrados por meses sem se alimentar.

Depois de acordar da hibernação, por volta do mês de março, esses animais começam a acasalar. Assim como outras espécies, isso resulta em mordidas nas costas, por isso, ter várias tartarugas desse tipo em cativeiro pode ser perigoso para o seu bem-estar se elas não tiverem para onde fugir e se a situação não for bem administrada.

O momento da cópula é o único no qual estes animais produzem sons, e pode levar até quatro anos para que a postura ocorra, uma vez que a fêmea tem a capacidade de preservar o sêmen no oviduto.

Elas atingem a maturidade sexual aos nove anos e, a partir desse momento, as fêmeas podem botar ovos duas ou três vezes por ano, durante a primavera.

Assim como acontece com outras tartarugas, a temperatura ambiente influencia o sexo dos filhotes. Portanto, em baixas temperaturas, os machos predominam, enquanto as fêmeas predominam nas temperaturas altas.

É por isso que muitas espécies de tartarugas estão seriamente ameaçadas pelas mudanças climáticas.

A tartaruga mediterrânea é um animal diurno

Habitat

Este réptil está distribuído apenas na Europa, mais especificamente ao sul, algo que é compartilhado apenas com a tartaruga-dentada.

As espécies podem ser encontradas em grande parte desta região, desde a Romênia até a Espanha, e sua distribuição inclui França, Itália, Croácia, Bulgária e Grécia, bem como ilhas, tais como as Ilhas Baleares e a Sardenha.

Este animal vive nos ecossistemas mediterrâneos, onde os verões são secos e rigorosos. Em geral, procura plantas de baixa altura e arbustos que possam servir tanto de abrigo quanto de alimento.

Ameaças sofridas pela tartaruga mediterrânea

Embora atualmente se considere que as suas populações não estão ameaçadas, a verdade é que algumas já estão em perigo. Isso se deve principalmente à destruição do seu habitat e à captura de espécimes selvagens para servirem como animais de estimação.

Sem dúvida, a agricultura mecanizada e o uso de agrotóxicos também representam um risco, além da presença de predadores intrusos, como, por exemplo, javalis de outros países com níveis maiores de agressividade.

Em cativeiro, existem dezenas de milhares de animais, e devemos nos lembrar de que a Espanha é considerada a porta de entrada para o tráfico ilegal de animais na Europa.


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  • López-Jurado, L. F. (1979). Las tortugas terrestres Testudo graeca y Testudo hermanni en España. Instituto Nacional para la Conservación de la Naturaleza.


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