Xenopus: o gênero das rãs carnívoras
Xenopus é um gênero de rãs carnívoras de origem africana, embora possam ser encontradas como uma espécie invasora em outras partes do mundo. Todas são rãs aquáticas e carnívoras. Elas se alimentam de pequenos invertebrados aquáticos, além de outros anfíbios e peixes.
A espécie mais conhecida é a Xenopus laevis, o modelo anfíbio padrão para experimentos.
Como é o gênero Xenopus?
As rãs desse gênero são pequenas: os machos podem medir entre 5 e 6 centímetros e pesar cerca de 60 gramas, enquanto as fêmeas medem entre 10 e 12 centímetros e pesam mais do que os machos, até 200 gramas.
Seu corpo é achatado e sua cabeça é proporcionalmente pequena. O dorso pode ter várias cores e manchas cinza-oliva, marrons ou simplesmente cinzentas, enquanto a parte ventral é esbranquiçada ou amarelada.
Os olhos não têm pálpebras e estão localizados no topo da cabeça. A título de curiosidade, esse gênero de rãs não possui língua.
As patas dianteiras são alongadas e sem membrana entre os dedos, que são longos e terminam em unhas. Enquanto isso, as patas traseiras têm uma membrana interdigital e três dos dedos dos pés também têm unhas em forma de garra. De fato, um dos nomes pelos quais ela é conhecida é rã-de-unhas-africana.
Ciclo de vida da rã-de-unhas-africana
A produção de ovos pode ser estimulada através da injeção de gonadotrofina coriônica nas fêmeas. Além disso, na década de 1930, essa injeção se tornou popular como um teste para detectar a gravidez em mulheres, uma vez que esse hormônio está presente na urina de mulheres grávidas.
Assim, se essa urina fosse injetada em uma fêmea de Xenopus, a produção de ovos era induzida. No laboratório, esse hormônio é injetado para promover a postura.
Nesse gênero, a postura dos ovos geralmente ocorre em grandes quantidades, entre 1.000 e 3.000 ovos, cujo diâmetro aproximado é de 1,2 milímetros. Dentro do ovo, desenvolve-se um embrião que cresce rapidamente, em cerca de 20 horas. A partir de 36 horas, já é possível observar um girino com órgãos totalmente formados e funcionais.
O girino se transforma em rã após cerca de 12 meses. E vale destacar que as fêmeas são muito maiores que os machos, com mais do que o dobro do seu tamanho.
Na natureza, aves e outros anfíbios maiores são os seus principais predadores.
Por que a Xenopus é usada em pesquisas?
A Xenopus é usada para estudar o desenvolvimento e a embriologia de vertebrados, a biologia celular, molecular e genômica, a neurobiologia e a toxicologia, além de ser um modelo para doenças humanas.
O estudo de organismos modelo, tais como a Xenopus, o peixe-zebra ou os ratos de laboratório, permite decifrar como funcionam as interações celulares e moleculares durante o desenvolvimento embrionário, como elas se adaptam durante o envelhecimento e com o estresse ambiental e como se desregulam com as doenças.
Algumas das vantagens da Xenopus como animal experimental são:
- Seu ciclo de vida é curto e cada uma das fases é identificável.
- Tem uma alta produção de ovos.
- É uma espécie fácil de manter em laboratório, já que é pequena e aquática.
- Geneticamente, são semelhantes aos humanos, fazendo delas um bom modelo para o estudo de doenças. Todos os seus genes são conhecidos.
- Os embriões toleram a manipulação. É fácil injetar uma grande quantidade de componentes (ácidos nucleicos, proteínas…) em células embrionárias ou até mesmo em células adultas.
- O destino de cada célula é perfeitamente conhecido, ou seja, sabe-se a qual linha celular ela pertencerá (sistema digestivo, nervoso, respiratório…), possibilitando, assim, a fácil realização de estudos de supressão e expressão de genes específicos.
Essa pequena rã africana conseguiu salvar muitas vidas graças ao seu excelente trabalho de pesquisa. Se você procurar na internet, vai descobrir que ela é o modelo de muitos estudos diferentes sobre câncer, formação do sistema nervoso, sistema imunológico…
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- Método de Evaluación Rápida de Invasividad (MERI) para especies exóticas en México
- Xenopus laevis Daudin, 1802.
- Xenbase
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