9 das cobras mais mortais
Escrito e verificado por a psicóloga Sara González Juárez
Certamente as cobras mais mortais nem sempre são as que atacam. Na verdade, nenhuma delas ataca por prazer, mas porque se sente ameaçada mortalmente. Mesmo assim, acidentes acontecem e, no caso das cobras que você verá neste espaço, a cena não costuma ter um final feliz.
Há muitas pessoas que, apesar disso, são fascinadas por cobras venenosas e se dedicam a estudá-las. Parte deste estudo também ocorre porque as toxinas que muitos desses répteis carregam podem ser usadas para a medicina humana. Você quer conhecer as cobras mais perigosas do mundo?
Quais são as cobras mais mortais que existem?
Existem muitas cobras que podem matar um humano (e animais muito maiores). Conhecer um deles deve ser sempre motivo para se afastar, pois não se sabe quando podem estar incomodando. Vamos ver 9 deles realmente perigosos.
1. Mamba-negra ( Dendroaspis polylepis )
O nome desta cobra vem da cor do interior de sua boca, que é preto-azulado. A toxina inoculada pela mamba-negra é neurotóxica, ou seja, afeta o sistema nervoso e provoca paralisia dos músculos. À medida que o veneno se espalha pelo corpo, a paralisia pode afetar o coração e os pulmões, resultando em morte.
A mamba-negra, que vive no centro e sul da África, costuma frequentar áreas de grama alta, por isso os acidentes com humanos que nelas entram são frequentes.
2. Cobra coral (Elapidae)
Nativa de áreas tropicais do velho e do novo mundo, esta família de cobras tem 99 espécies, todas coloridas para alertar sobre seu poderoso veneno neurotóxico. O perigo real é a ausência de marcas ao morder: a inflamação e a dor só aparecem depois de 12 horas, quando o veneno começa a afetar os músculos e os nervos.
3. Lachesis stenophrys
Esta cobra está entre as maiores cobras do mundo, pois pode ultrapassar os 3 metros de comprimento. Seu veneno é proteolítico (destrói proteínas), anticoagulante e hemotóxico (destrói células do sangue).
No entanto, esse mesmo veneno é usado para fazer o antídoto para mais 17 espécies de cobras na América Central. Por isso lutam por sua conservação, pois a destruição de seu habitat, sua extração para coleta e extermínio as está extinguindo.
4. Dispholidus typus
Esta cobra de tons verdes e amarelados pode ser encontrada em toda a África. Suas presas retráteis permitem que ela morda mais de uma vez, e seu veneno hemotóxico causa sangramento interno e externo, sangrando a vítima até secar.
5. Víbora-de-russell (Daboia russelii)
Esta víbora é uma das cobras mais mortais do mundo, de acordo com o estudo publicado na revista Toxins. Geralmente, ela repousa em campos de arroz. Por isso acidentes no Sri Lanka (seu local de origem) são muito comuns e as pessoas que levam sua picada geralmente morrem de insuficiência renal.
O veneno da víbora-de-russell é hemotóxico, sendo capaz de causar sangramentos graves e derrames por formação de coágulos.
6. Cobra-cuspideira (Naja nigricollis)
O veneno dessa cobra da África Central combina neurotoxinas com citotoxinas, que são as que causam a morte celular e, portanto, a necrose tecidual. Seu nome vem de sua capacidade de disparar veneno a uma distância de até 3 metros.
7. Víbora-do-gabão (Bitis gabonica)
É a maior cobra do gênero Bitis e uma das cobras mais mortais que existem. Além disso, tem um recorde para igualar isso: é a cobra com as maiores presas do mundo, que atingem até 55 milímetros. O veneno da víbora-do-gabão é hemotóxico e é uma das cobras mais rápidas e precisas na hora de capturar suas presas.
8. Taipan-do-interior (Oxyuranus microlepidotus)
Esta espécie de cobra habita as regiões áridas do interior da Austrália. Embora raramente entre em contato com humanos, sua mordida é fatal para nossa espécie, pois contém a enzima hialuronidase, que aumenta a taxa de absorção de toxinas no corpo da presa.
9. Cobra-real (Ophiophagus hannah)
Esta, além de ser uma das cobras mais mortais, é também uma das mais agressivas. E não é por acaso, porque sua dieta é baseada exclusivamente em outras cobras. Para caçar uma cobra você não pode ser dócil.
É a cobra mais longa do mundo, pois atinge 5,4 metros de comprimento.
Além disso, seu veneno é neurotóxico e cardiotóxico, razão pela qual afeta o sistema nervoso central de suas presas, matando-as por insuficiência cardíaca ou paralisia respiratória. Os jovens têm veneno desde o nascimento.
Embora pensar em conhecer qualquer um desses répteis possa parecer uma má ideia, a verdade é que, com exceções como a víbora-de-russell, elas não costumam ter muitos encontros com humanos. Mesmo assim, muitas cobras estão vendo sua população reduzida devido à ação do homem. Por isso, sempre vale a pena perguntar qual espécie é a mais mortal do planeta. Se for uma questão de perda de vidas, estamos à frente do jogo.
Todas as fontes citadas foram minuciosamente revisadas por nossa equipe para garantir sua qualidade, confiabilidade, atualidade e validade. A bibliografia deste artigo foi considerada confiável e precisa academicamente ou cientificamente.
- Hodgson, W. C., Dal Belo, C. A., & Rowan, E. G. (2007). The neuromuscular activity of paradoxin: a presynaptic neurotoxin from the venom of the inland taipan (Oxyuranus microlepidotus). Neuropharmacology, 52(5), 1229-1236.
- Bickler, P. E. (2020). Amplification of snake venom toxicity by endogenous signaling pathways. Toxins, 12(2), 68.
- Senji Laxme, R. R., Khochare, S., Attarde, S., Suranse, V., Iyer, A., Casewell, N. R., … & Sunagar, K. (2021). Biogeographic venom variation in Russell’s viper (Daboia russelii) and the preclinical inefficacy of antivenom therapy in snakebite hotspots. PLoS neglected tropical diseases, 15(3), e0009247.
- Damm, M., Hempel, B. F., & Süssmuth, R. D. (2021). Old World Vipers—a review about snake venom proteomics of Viperinae and their variations. Toxins, 13(6), 427.
- Ferraz, C. R., Arrahman, A., Xie, C., Casewell, N. R., Lewis, R. J., Kool, J., & Cardoso, F. C. (2019). Multifunctional toxins in snake venoms and therapeutic implications: from pain to hemorrhage and necrosis. Frontiers in ecology and evolution, 7, 218.
Este texto é fornecido apenas para fins informativos e não substitui a consulta com um profissional. Em caso de dúvida, consulte o seu especialista.